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Parir em Paz

Parir em Paz

VBAC e indução farmacológica: Ajuda ou obstáculo?

Por Jennifer Jaminson Griebenow
Tradução da doula Cristina Silva

Tens 38 semanas de gravidez e desejas ter um VBAC (parto vaginal após cesariana). O
teu médico ou parteira estão de acordo com o teu plano, mas no entanto, sugerem-te
uma indução de parto para aumentar as tuas possibilidades de conseguir um VBAC.
Estás segura que é isso que queres?
A indução só está indicada medicamente se tu ou o teu bebé têm um problema de saúde
específico, como diabetes mellitus ou eclampsia. Nenhum estudo realizado até agora
demonstrou que a indução por rotina melhore os resultados do parto (1).
Lamentavelmente, apesar da falta de provas convincentes sobre os seus benefícios, a
indução converteu-se em algo comum para todas as mulheres grávidas, desejem ter um
VBAC ou não. Ainda que a indução esteja extremamente difundida nos Estados Unidos
e em outros países não a faz uma opção inócua. Existem razões pelas quais o seu uso te
pode levar a ter outra cesariana, em vez de te ajudar a ter um VBAC.
Taxas de Cesarianas
Em geral, os estudos demonstram que a indução aumenta a taxa de cesarianas em vez de
diminui-la. Num estudo recente que utiliza dados compilados desde 1997 até 1999, a
taxa de partos vaginais é maior no grupo onde o parto aconteceu espontaneamente que
no grupo em que o parto foi induzido. Só 50% das induções conduziram a um VBAC de
sucesso (2). Num outro estudo, o risco de sofrer uma cesariana foi de 1.5 vezes maior
nos partos induzidos que nos partos espontâneos (3). Induzir o parto, na primeira
tentativa de ter um VBAC, aumenta a taxa de cesarianas seguintes (4).
Vantagens do trabalho de parto espontâneo
O corpo prepara-se para o parto libertando hormonas que afloram ao tecido e aos ossos
da pélvis para que se prepararem para o parto. A produção destas hormonas aumenta
drasticamente justo antes de começar o trabalho de parto natural. A pitocina ou
oxitocina e demais agentes indutores não podem criar este efeito. Adicionalmente,
quando se está em trabalho de parto, é extremamente benéfico o poder mover-se
livremente e sentir que tens algum controlo sobre as contracções, coisas quase nunca
possíveis quando se realiza uma indução pois a mãe normalmente fica obrigada a estar
numa cama e conectada a um monitor fetal que limita a mobilidade. Muitas mulheres
opinam que a dor aumenta quando estão deitadas sobre as suas costas. Além de que,
quando isto sucede, perde-se a vantagem de ter a gravidade trabalhando a favor da
parturiente.
Ainda mais, o adequado posicionamento do bebé e a sua cabecinha ajudam a facilitar o
parto. Durante as últimas semanas e dias de gravidez, o bebé tende a adoptar a posição
óptima para nascer. Começar o parto antes que o bebé esteja pronto para isso pode
estender ou abrandar o parto.
Embora certamente é possível o parto quando a cabeça do bebé esteja asínclica
(inclinada a um lado em vez de contra o peito), este feito é outro obstáculo que é
preferível evitar. Alguns assistentes ao parto investigam qual a posição da cabeça do
bebé e ajustam-na para facilitar a sua descida. No entanto, nem todos sabem como fazêlo
ou não estão dispostos a fazê-lo. Este processo de posicionamento resolve-se somente
na maioria dos partos que não são estimulados artificialmente, mas numa indução é
pouco provável que isto aconteça, devido aos factores mencionados anteriormente.
Riscos da indução
Outro elemento a considerar quando se elege uma indução é que, além de aumentar a
possibilidade de sofrer outra cesariana, aumenta os riscos para ti e para o teu bebé. A
indução incrementa o stress que o bebé experimenta, aumenta o risco de sofrimento
fetal, especialmente quando utilizam as doses mais altas de oxitocina e misoprostol (5)
(6) (7). A mãe deve ser vigiada cuidadosamente porque a indução pode produzir
contracções demasiado fortes. As contracções artificiais são mais difíceis de suportar
para ti e para o teu bebé, uma vez que o período entre contracções é mais curto e o bebé
não recebe tanto oxigénio. Em alguns casos, a indução causa a separação precoce da
placenta (placenta abrupta) (8) (9).
Ao eleger uma indução a probabilidade da mãe eleger ou necessitar de uma epidural
para suportar as contracções aumenta (10) (11). A epidural adiciona outros tipos de
riscos, incluindo dor espinal, incontinência urinária temporal, hipotensão materna, dores
de costas a longo prazo, dores de cabeça, ciática e adormecimento ou formigueiro; em
casos pouco comuns, produz-se paragem cardíaca, convulsões, ataques de alergia e
paragem respiratória (12). A epidural eleva a temperatura da mãe, pelo que depois do
nascimento esta pode requerer intervenções para descartar uma infecção. Ainda mais, a
epidural pode ocasionar sofrimento fetal, uma vez que as drogas usadas passam ao
sistema do bebé (13). A epidural também faz com que o parto seja mais lento, o qual
pode contribuir para outra cesariana, por “não progressão de parto” (14), e usá-la
aumenta a probabilidade de usar fórceps, uma vez que a mãe tem menor capacidade de
puxar de maneira efectiva (15). Se sofreste uma cesariana por uma indução falhada ou
por “não progressão de parto”, terás sofrido alguns ou vários dos efeitos secundários e
os riscos de uma cirurgia maior, assim como os da indução, se bem que todos eles
possivelmente poderiam ter sido evitados.
A ruptura artificial de membranas tão pouco se recomenda como indutor. Uma vez que
a bolsa de águas está rota, aumenta o risco de infecção e impõem-se limites de tempo na
maioria dos partos. Estatisticamente falando, a ruptura artificial de membranas aumenta,
em vez de diminuir, a probabilidade de sofreres uma operação cesariana (16) (17).
Os bebés cujos nascimentos são induzidos parecem ter maior risco de serem prematuros
(18). Apesar das provas e das melhores intenções do pessoal médico, não existe uma
garantia total de maturação. Aliás, é mais comuns os bebés com nascimento induzido
necessitarem de ressuscitação, a admissão numa unidade de cuidados intensivos e
fototerapia para tratar a icterícia, e todos estes casos requerem a separação do bebé da
sua mãe (19).
Que acontece se o bebé é muito grande?
Uma das maiores preocupações dos médicos e mães é o tamanho do bebé. Se desejas ter
um VBAC e o diagnóstico da tua cesariana prévia foi desproporção cefalopélvica (um
bebé macrossómico ou uma pélvis materna pequena), é compreensível que o teu médico
pense que deve induzir-te o parto na semana 37,38 ou 39 para evitar que o bebé “cresça
demasiado”. No entanto, esta crença não está apoiada em evidências científicas.
Parte da crescente taxa de cesarianas incluem cesarianas levadas a cabo sem tentar o
parto, até em mãe primíparas, pois o médico opina que o bebé é muito grande. Um
estudo recente demonstrou que a taxa de indução entre as mães grávidas aumentou de
12.9% em 1980 a 25.8% em 1995. Isto inclui um incrível incremento de 23% na taxa de
indução por macrosomia (20). Ainda que ocasionalmente pode existir uma verdadeira
desproporção cefalopélvica, o diagnóstico é extremamente subjectivo e varia
enormemente entre os diferentes assistentes ao parto (21).
Frequentemente utiliza-se o ultrasom ou a ecografia para estimar o peso fetal no final
da gravidez. Não obstante, este método só pode identificar os bebés de peso normal, não
os que são geralmente grandes ou pequenos (22). Às mulheres a quem é dito terem um
bebé grande para a sua idade gestacional, são feitas mais cesarianas só porque o
ultrasom parece mostrar um bebé grande, embora o tamanho real demonstre
incompatibilidade com a predição do ultrasom (23). A estimação clínica do tamanho
fetal é um pouco mais precisa que o ultrasom, pelo que não se deve confiar no estimado
pelo ultrasom (24).
Indução por bebé grande
A indução não melhora os resultados nos bebés grandes. Um estudo de 1997 comparou
a taxa de cesarianas entre mães cujo parto foi induzido por suspeita de bebé
macrossómico e mães com um bebé de grande tamanho que começaram o trabalho de
parto espontaneamente. Os autores surpreenderam-se ao descobrir que a taxa de
cesarianas no grupo induzido foi de 36% ao contrário dos 17% no grupo cujo trabalho
de parto começou espontaneamente; pois eles esperavam que ambos os grupos tivessem
taxas similares. Ainda mais, os bebés no grupo induzido foram algo mais pequenos que
os bebés cujas mães pariram espontaneamente. A conclusão dos autores foi a seguinte: “
observou-se um aumento de nascimentos por cesariana nas pacientes submetidas a
indução por indicação de macrosomia fetal. Estes dados apoiam o plano de “condução
vigilante” (não aplicar a condução activa) quando se suspeita de macrosomia” (25). Um
estudo de 1993 mostrou que menos de metade dos bebés que se estimavam pesar mais
de 4kg realmente o pesavam; os investigadores concluíram que induzir por suposta
macrosomia aumenta o risco de cesariana e não traz nenhum benefício (26).
Também se viu que quando se suspeitou de macrosomia fetal prénatal, a taxa de
cesarianas foi de 52%, por outro lado, em mães que tiveram bebés macrossómicos não
suspeitado anteriormente a taxa foi de 30%. A elevada taxa de cesarianas foi ocasionada
por uma maior taxa de induções e de induções falhadas. Definitivamente, a estimação
prénatal de macrosomia fetal aumentou a taxa de cesarianas e não diminuiu a taxa de
distócia de ombros (quando os ombros do bebé não saem espontaneamente), que é o que
mais preocupa os médicos no parto de bebé grandes. A conclusão: “deve desistir-se do
uso da ecografia e da indução de parto nas pacientes com risco de macrosomia fetal”
(27).
Ruptura prematura de membranas
Se o saco de líquido amniótico se rompe espontaneamente e a mãe não começa a ter
contracções eficientes em pouco tempo, a maioria dos médicos opinam que a mãe deve
ser induzida e dar à luz em 24horas, baseando-se no risco de infecção. No entanto, tudo
parece indicar que são os toques vaginais os que introduzem as bactérias dentro da mãe
(28). Se a mulher evita os toques, não introduz nada na vagina e se mantém fora do
hospital é muito menos provável que contraia uma infecção. Aliás, a mulher pode medir
a sua temperatura para verificar que não existe infecção.
As taxas de mortalidade e de morbilidade infantil não aumentam se se espera que o
parto comece espontaneamente, ainda que tenhas de estar mais tempo no hospital (29).
Não existe uma diferença significativa nas taxas de infecção ou cesariana se se espera
24horas ou até aos 3 dias (30). Alguns estudos mostram que quando se induz o parto
aumenta a taxa de partos instrumentais (cesariana ou uso de fórceps ou ventosas) sem
que haja benefício algum para o feto (31). “Se não se aplica a condução vigilante do
parto, 70% das mulheres dá à luz antes de 24horas e 85% antes das 48horas. A maioria
das mulheres obterá muito poucos ou nenhuns benefícios da indução, e a partir da
evidência disponível não se justifica o protocolo de induzir o parto rotineiramente
depois da ruptura espontânea de membranas” (32).
Quando se ultrapassa a data “provável” de parto
Alguns médicos sugerem ou incentivam a mulher a submeter-se a uma indução quando
se ultrapassam as 40 semanas de gestação. No entanto, os estudos científicos não
apoiam a indução quando a gravidez ultrapassou as 40 semanas. Alguns estudos
mostraram que o descolamento de membranas reduz a duração da gravidez (33, 34),
mas é difícil encontrar estudos recentes que tomem em conta o efeito sobre o bem-estar
do bebé ao nascer e sobre a taxa de cesarianas. Por outras palavras, descolar as
membranas encurta a duração da gravidez mas não significa que reduza a possibilidade
de sofrer uma cesariana.
É muito recomendável verificar a data provável de parto. Se o ciclo menstrual da
mulher tem uma duração superior a 28 dias, as suas gravidezes serão evidentemente de
duração maior, uma vez que a ovulação e a concepção ocorreram mais tarde que num
ciclo mais curto.
Os riscos de um descolamento de membranas incluem: infecção, ruptura involuntária
das membranas e problemas devido a uma placenta prévia não diagnosticada
anteriormente (35).
Ainda que exista evidência de que os riscos para o bebé aumentam um pouco depois da
semana 41 ou 42 (36, 37), é igualmente necessário comparar os riscos da indução de
parto com os riscos de esperar que o trabalho de parto comece espontaneamente. “Nas
gravidezes prolongadas não há uma resposta definitiva: as provas realizadas para
induzir de maneira selectiva introduzem riscos; a indução de rotina cria mais problemas
do que os que resolve. Geralmente, o melhor é deixar a natureza seguir o seu curso,
mesmo que esta opção tão pouco carece de riscos… A verdade é que deves apostar pela
opção que consideres melhor” (38).
Ruptura uterina
Quanto à ruptura uterina, os factos falam por si mesmos: a indução farmacológica
aumenta os riscos de ruptura uterina (39). A taxa de ruptura uterina num VBAC não
induzido é só de 0.5%, menor que o risco de sofrer muitas outras complicações maiores
do parto. No entanto, quando se introduz o factor indução, o risco aumenta. Um estudo
recente, o qual obteve muita atenção por parte dos média, mostrou que nos VBAC
induzidos com pitocina ou oxitocina, o risco de ruptura aumentou para 0.77% e com
prostaglandinas como agente indutor, a taxa de ruptura uterina aumentou a 2.45% (40).
Quase todos os estudos confirmam o risco de indução nos VBAC, ainda que alguns não
mostrem um incremento na taxa de ruptura (41). Num estudo realizado com 752
mulheres, ocorreram 12 rupturas uterinas, 11 das quais estiveram associadas ao uso de
indução ou condução do parto ou ambos. Os autores afirmaram que o VBAC é seguro,
mas que o VBAC induzido não o era (42). Num estudo mencionado acima sobre a
eficácia da indução verificou-se que nos partos induzidos a taxa de deiscência da
cicatriz é de 7% (43).
Uma revisão de cerca de 115.000 partos no Canadá confirmou que a indução ou
condução do parto (usar agentes químicos para estimular uma maior actividade uterina
num parto iniciado espontaneamente) são factores de risco confirmados para a ruptura
uterina (44). Ainda que a condução do parto poderia ser uma opção menos questionada
que a indução, uma vez que o parto já se iniciou, segue existindo risco de ruptura. Um
estudo israelita concluiu que o uso de oxitocina e prostaglandinas aumentam o risco de
ruptura (45). Outro estudo confirmou que os partos espontâneos têm um baixo risco de
ruptura (0.45%), mas que o uso de prostaglandinas aumenta o risco 6.41 vezes (46).
Alternativas à indução farmacológica
Que opções existem no caso de uma indução realmente necessária por motivos
médicos?
Existem várias opções que se encontram, ainda que muito sucintamente, na literatura
médica. Muitas parteiras mencionam as relações sexuais como efectivas para este fim,
ainda que a literatura médica não diga muito sobre a sua eficácia. Foi comprovado que a
estimulação dos mamilos ou mamas com uma bomba de tirar leite eléctrica é tão
efectiva como o uso de oxitocina para iniciar o trabalho de parto (47), ainda que poderia
ter efeitos secundários similares e deveria realizar-se debaixo da supervisão de alguém
com experiência no seu uso para este fim.
Parece que acupunctura aumenta o número de contracções (48,49). A dilatação
mecânica, incluindo o uso de cateteres tipo globo, é outra opção livre de fármacos que
parece ser efectiva (50,51). O uso de métodos indutivos não farmacológicos poderia ter
uma maior percentagem de fracasso que o esperar que o trabalho de parto aconteça
espontaneamente se o bebé não está pronto para nascer, pois pode o bebé não estar
numa posição óptima e, se acontece uma ruptura de membranas, pode não ser possível o
bebé posicionar-se correctamente. É difícil obter dados sobre o êxito das induções com
agentes não farmacológicos. Se desejas mais informação (em inglês) sobre a segurança
e eficácia das induções com estes agentes e óleo de ricínio e similares, podes dirigir-te
aos arquivos de parteiras (Midwifes Archives) em
http://www.gentlebirth.org/archives/natinduc.htm
para que possas tomar uma decisão
informada.
Conclusão
Geralmente, a indução farmacológica que se pratica actualmente nos hospitais não
consegue o que promete. Em vez que aumentar a probabilidade de ter um VBAC com
êxito, a diminui, além de converter o teu parto numa experiência perigosa para ti e para
o teu bebé. No caso de existir uma necessidade médica, a indução pode ser uma opção
útil, mas não deve usar-se de forma não pensada. Se verdadeiramente precisas de uma
indução, é de grande importância que se prepare o colo do útero o mais possível antes
da indução de forma a maximizar a possibilidade de conseguir-se um VBAC.
Elege com muita cautela a pessoa que te vai atender no parto e discute detalhadamente
com ele ou ela todas as opções antes de acederes a uma indução de parto para um
VBAC.
11-17-01
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O texto original pode ser lido em:
http://ican-online.org/resources/white_papers/wp_pharma_sp.pdf

Artigo de opinião HumPar, Janeiro de 2008

A cesariana representa mais de 30% dos nascimentos em Portugal

“É do conhecimento público que a forma de encarar a cesariana, evoluiu significativamente nos últimos vinte anos”…É assim que começa o prefácio do livro “A Cesariana” de Michel Odent, escrito pelo Prof.Jorge Branco.

Mas será que é do conhecimento público os riscos.versus.benefícios desta forma cirúrgica de nascer?

Será que existe no público, um sentido de reflexão sobre este assunto?

Até que ponto o público conhece os factos, tem interesse em saber e participar numa decisão responsável e consciente sobre esta temática?

Seguramente, não são públicas as taxas de cesariana de todos os hospitais portugueses:públicos e privados…

Também não são públicos os critérios que definem a tomada de decisão para um nascimento por cesariana, nem os procedimentos de atendimento ao trabalho de parto e o parto, que possam ajudar a evitar o desfecho em uma cesariana.

Pública é sem dúvida a ideia que se tem vindo a generalizar, de que nascer por meio de uma cesariana, é…NORMAL!!!!

Temos assistido a um crescente aumento das taxas deste procedimento cirúrgico desde os anos 80 , com uma passividade e naturalidade, tanto por parte dos profissionais de saúde, como por parte das grávidas e suas famílias, de uma forma inconcebível, numa sociedade desenvolvida e supostamente civilizada…

Se bem que seja um fenómeno característico da sociedade ocidental e países desenvolvidos, como se explica que em 2006, a taxa de cesarianas tenha sido,

- de 22 % em Espanha

- de 23 % no Reino Unido

- de 19.6 % em França


- superior a 30 % em Portugal nos hospitais públicos

- superior a 65 % em Portugal nos hospitias privados,

quando se recomenda que essa taxa:

- se situe entre 10 a 15%,pela Organização Mundial de Saúde

- seja inferior a 30 % , segundo o Ministério da Saúde Português ??

E porquê preocuparmo-nos com estes dados?

Simplesmente porque há riscos acrescidos numa cesariana, muito importantes para a saúde da Mãe, do bebé, e em futuras gravidezes, que não podem ser desvalorizadas, ocultadas ou ignoradas…

Os riscos de uma cesariana quando comparada com um parto vaginal, são os seguintes:

Riscos para a Mãe:

- morte materna: 5-7 vezes superior

- internamento em cuidados intensivos: 2 vezes superior

- hemorragias importantes: 6 a 8 vezes superior

- maior tempo de internamento

- necessidade de voltar a ser internada: duas vezes superior

- infecção e tomada de antibióticos: risco alto*

- dor: risco muito alto*, para dor prolongada nos dias e semanas seguintes ao parto

- complicações pós-operatórias: 1-5 % dos casos de cesariana

- experiência negativa de nascimento: risco muito alto*.Alta probabilidade de não ter acompanhante no nascimento do filho, nem suporte emocional, nem sentir qualquer domínio sobre a situação

- menor contacto imediato com o bebé, não poder vê-lo ou pegá-lo: risco muito alto*



Riscos para o bebé:

- risco de morte: 1.77 por cada 1000 recém-nascidos, contra 0.62 por cada 1.000 recém-nascidos por via vaginal

- corte cirúrgico acidental: risco alto*

- problemas respiratórios: risco moderado a alto* (antes das 39 semanas)

- possibilidade de não ser amamentado: risco alto a muito alto*

- possibilidade de desenvolver asma em criança e / ou adulto: risco alto*


Riscos para a Mãe, em futuras gravidezes:

- aumento da infertilidade: risco alto a muito alto*

- fertilidade reduzida por opção da Mãe: risco alto*


- aumento de gravidez ectópica: risco moderado*

- aumento de problemas com a placenta (acreta, abrupta ou prévia): risco moderado*

- ruptura uterina: risco moderado*



Riscos para o bebé, em futuras gravidezes:

- morte antes do termo da gravidez: risco moderado*

*Classificação do risco (segundo estudos compilados no artigo “What every women needs to know about Cesarean Section” retirado do www.chilbirthconnection-org):

Risco muito alto: 1.000-10.000 em cada 10.000 mães ou bebés

Risco alto: 100-999 em cada 10.000 mães ou bebés

Risco moderado: 10-99 em cada 10.000 mães ou bebés

Poderá o motivo de orgulho nacional: as baixas taxas de mortalidade e/ou morbilidade materna e infantil, justificar e validar a prática desta cirurgia obstétrica?

NÃO!!! Simplesmente pela análise de riscos já descriminada, que inevitavelmente irão fazer subir as ditas taxas, pelas quais tanto lutámos ao longo destas décadas!

O valor recomendado pela O.M.S. é precisamente encontrado, fazendo um rigoroso estudo do balanço risco-benefício, do nascimento cirúrgico, sendo apoiado por diversos estudos de outras entidades (ex.Althade and Belizán,2006**)

Será possível reduzir as taxas de cesariana?
Claro que sim! Até quanto, é que é mais difícil saber, bem como quem está verdadeiramente interessado em fazer um esforço por isso…

O Plano Nacional de Saúde (lançado em 2004), estipula que até 2010, a taxa nacional seja reduzida para 20%

A Maternidade Dr.Alfredo da Costa conseguiu reduzir de 34 % em 2006, para 29.8% no 1ºsemestre de 2007¹, tendo implementado algumas estratégias para tentar reduzir mais esta taxa.
O Hospital de S.João pretende chegar aos 25 %¹ (conseguiu reduzir em 10%, esta taxa, de 2001 para 2002, e agora pretende reduzir mais 2.2%)

Lamentavelmente o Presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos e Director de Serviço de Obstetrícia do Hospital de Sta.Maria, Prof.Luis Graça, não acha “excessivamente importante a preocupação pela baixa ‘forçada’ do número de cesarianas”¹ e acredita que é possível baixar 2 a 3 %, o que situaria a nossa taxa nacional na ordem dos 30%...

O que será necessário para baixar as taxas de cesariana?

- divulgação dos riscos versus benefícios, baseados em estudos científicos publicados, a todos os profissionais de saúde

- divulgação dos referidos riscos versus benefícios a toda a população, em especial ás grávidas de uma forma esclarecedora

- existência de um consentimento informado, compreendido e assinado pela grávida, quando se efectue este procedimento cirúrgico (de forma não emergente)

- um acompanhamento da gravidez de baixo risco por parte dos profissionais de saúde, que promova com segurança e clareza, a via vaginal como primeira opção de parto

- sistemas de controlo e auditoria interna nos hospitais (públicos e privados), que possibilitem que cada cirurgia seja discutida em equipa, chegando á conclusão clara de quais os critérios que justificam a cirurgia

- uma mudança na forma como se encara o parto, ao nível do estudo da medicina, para que este volte a ser vivido como um processo fisiológico e não patológico.

E para quê?

- claro benefício para a saúde da Mãe e do bebé

- claro benefício em gravidezes posteriores

- melhoria na experiência de nascimento para a maioria das mulheres

- melhoria na taxa de sucesso de amamentação e do primeiro contacto Mãe-bébé

- diminuição dos custos associados ao procedimento cirúrgico, e pós-operatório

- diminuição de todos os custos que advêm das possíveis complicação e riscos anteriormente descritos, para o sistema de saúde, e para as Mães/Famílias (internamento mais prolongado, cuidados intensivos, intervenções adicionais, medicação a curto e/ou médio-longo prazo,leite artificial,etc).

Num país com tanta dificuldade em gerir os seus recursos de assitência médica, com baixíssimas taxas de sucesso na amamentação e com graves dificuldades financeiras, esta situação dá que pensar…

Vale a pena proporcionarmos um melhor começo de vida aos nosso filhos e à nossa sociedade, com mais saúde para as mulheres e para as crianças!

Fontes utilizadas neste documento:

www.childbirthconnecting.org

www.maternitywise.org

“A Cesariana:operação de salvamento ou industria do nascimento”, de Michel Odent, Miosótis, Setembro de 2005

¹“Pais & Filhos”, edição de Novembro de 2007, artigo: ‘Menos cesarianas, mais qualidade’,texto de MªJoão Amorim,pág-44-46

“Pais & Filhos”, edição de Janeiro de 2006, artigo: “Sai uma cesariana!”, texto de mªJoão Amorim, pág.13-16

** Althabe F.,Belizán JF,Caeserean section:The paradox.The Lancet 2006:368:1472-3

Hoje estive na TVI

Juntamente com a Sónia, uma doula amiga, companheira na luta pela humanização do parto em Portugal, a representar o Barrigas & Bebés onde dou aulas de pilates para gravidas e recuperação pós-parto.
Foi muito engraçado ver o Manuel Luís Goucha a fazer os exercícios para gravidas :)

foi pena, tivemos pouco tempo... mas deu para falar qualquer coisa sobre Doulas, sobre a Humpar e sobre alternativas de parto...
Eu gostei, acho que a Sónia também!
espero ter conseguido passar a palavra :)

A Sónia falou tão pouco sobre o curso em si... mas se quiserem saber mais... podem sempre ir ao site:)

Concordo... em tudo...

"Hoje, a mulher, quando grávida, começa a ser seduzida por um discurso todo ele muito sustentado na agradabilidade acústica traduzida pela utilização dos “inho(s)” e “inha(s)”. Expressões como: “uma ajudinha”, “um jeitinho”, “um sorinho”, “uma piquinha com uma agulhinha”, “uma horinha pequenina”, etc, fazem parte do discurso standartizado na relação que se estabelece entre os profissionais e as grávidas desde o primeiro encontro. De forma quase natural e também necessária são omitidas algumas referências a desvantagens e riscos dos contextos abordados.
O encantamento que este tipo de discurso produz na mulher grávida, leva-a a aceitar sem discussões e inquietações os inúmeros procedimentos e intervenções praticados pelos profissionais das instituições que por sua vez as conduzem para uma viagem com possíveis consequências. Algumas de tal forma graves que marcam aquela mulher, ou bebé ou ambos para o resto da vida. O encantamento do canto, muito ao estilo do canto da sereia, transporta a mulher e respectiva família para procedimentos e intervenções cada vez mais agressivos que podem culminar com desfechos frustrantes quer para a mulher, que vê defraudada, em muitas das situações, o sonho do nascimento do seu filho num ambiente rodeado de paz e tranquilidade, quer para os profissionais, traduzidas pelas altas taxas de partos instrumentados através de ventosas e fórceps ou de partos cirúrgicos designados por cesarianas. Com partos altamente intervencionados, o canto da sereia continua a impregnar a consciência destas mulheres para a desculpabilização dos actos então praticados e das suas consequências sustentando-se na dramatização do parto como evento. Já nem me refiro à desconsideração que à posteriori estas mulheres sofrem através da frieza das relações institucionais.
Daí esta necessidade sentida, de estalar os dedos à mulher embalada pelo encantamento do canto e fazê-la despertar para a tomada de consciência das suas opções e aceitações no sentido de não se entregar de forma gratuita às múltiplas decisões tomadas por outros intervenientes que não os dela e da família para o nascimento daquela criança."
retirado
daqui

Curso de Pompoar

dia 16.3.08 em Odivelas no Barrigas & Bebes com Stella Alves
inscrições catarinapardal@sapo.pt tel.919267844

Pompoar é o controle dos músculos circunvagais, onde a mulher que domina essa técnica ficará com a musculatura da vagina forte e conseguirá fazer jogos amorosos somente com o seu órgão genital, e com isso vai sentir e proporcionar mais prazer sexual, Pompoarismo é tudo que se refere a esta técnica.


De onde veio o Pompoar ?
O "Pompoar" surgiu no oriente, precisamente na Índia é uma técnica que existe a milhares de anos, é praticada em vários países, inclusive na Tailândia e passada de mães para filhas desde pequenas, já faz parte da culturas delas.

Qual o objectivo do Pompoar?
O Pompoar tem como objectivo fazer bem à saúde da mulher e proporcionar muito prazer sexual ao casal.

Porque o Pompoar faz bem a saúde da mulher?
Segundo ginecologistas a técnica do Pompoar é muito saudável. Ajuda na prevenção de problemas dos músculos pélvicos. Evita cirurgias de correcção de incontinência urinária. Evita a flacidez, e faz com que os músculos fiquem bem fortes, assim o homem sente mais o órgão da mulher e vise versa.
Dependendo de cada organismo, diminui a cólica menstrual.
Com o fortalecimento dos músculos, evita-se a queda do útero e da bexiga.
Com o fortalecimento e controle dos músculos a mulher passa a dominar totalmente a técnica do Pompoar e através deste controle no parto normal consegue com mais facilidade ter o bebé , tornando o parto mais rápido.
A Pompoarista proporciona e sente muito mais prazer, pois além da musculatura ficar mais forte o órgão fica mas sensível , e os orgasmos mais intensos!


Existe outros benefícios?

Muitos outros tais como:

Quando a mulher se torna uma Pompoarista, fica muito mais segura de si, e tem sua auto-estima elevada.

A Pompoarista proporciona e sente muito mais prazer sexual, e com isso melhora o relacionamento do casal sendo assim ficarão muito mais felizes.

Qual a mulher que pode aprender o Pompoar?

Casadas, separadas, virgens, viúvas, todas as mulheres.

Qual a idade ideal?

A idade não importa desde que seja maior de 18 anos, num curso com duração de apenas quatro horas a mulher aprenderá muitas dicas que são importantes para sua vida, seu relacionamento, e toda a técnica do Pompoar, detalhe importante (sem tirar a roupa).

Uma dica da Pp. Stella Alves para todas as mulheres!

Para ser uma "Pompoarista" não precisa acreditar, basta querer. Na sua vida tenha sempre como principio:

"Querer é Poder"

Curso de Pompoar

Duração: 4 horas - parte da manhã


Tópicos a serem abordados:

- Auto-estima e autoconfiança

- A importância e os segredos de ser Sexy e Sensual

- Dicas de como manter vivo um relacionamento

- Fantasias sexuais

Após o intervalo:

- O Pompoar

- O que é? Objectivos, Movimentos, Força, Velocidade, Exercícios, Posições, treino, jogos amorosos, enfim, toda a técnica do Pompoar.

Final: Sessão de dúvidas e relaxamento.

Detalhe importante: ninguém tira a roupa na aula.

KIT DO POMPOAR

O Kit do Pompoar será vendido no dia do Curso para as alunas que desejarem adquiri-lo.

É composto por: - Manual do Pompoar (de bolso): com 54 páginas, que facilitara o treino diário.

- Ben-Wa: Par de bolinhas, acessório básico no treino do Pompoar

- Vibrador: Acessório complementar do treino do Pompoar

14 movimentos preparatórios para o parto

retirado de um livro que recomendo:
Quando o corpo consente
Marie Bertherat - Thérèse Bertherat - Paule Brung
São Paulo: Martins Fontes, 1997

Eis a descrição dos movimentos (...). Quantas vezes por dia ou por semana é para fazer? Só o seu corpo pode saber. Não se traba de um “programa” que é preciso cumprir e vencer a todo custo. Mais do que “exercícios”, são qual água benfazeja que, a cada dia, é absorvida em pequenas porções por suas células, até o momento em que o corpo, satisfeito, não sinta mais necessidade. Só você pode poerceber ocmo esses movimentos vão modificando aos poucos o seu modo de relaxar os maxilares, mexer os olhos, respirar e despertar a inteligência profundo de seu corpo. (...)



0 - Movimento Básico

Este movimento solta os músculos dos maxilares e da nuca. Tenta fazê-los quando te sentires preocupada ou pouco à vontade. Se quiseres, podes deitar no chão, que é melhor. Mas, sentada numa cadeira, ou em pé, também dá certo.

Já que os maxilares estão apertados, aperta-os mais ainda. Junta molar com molar, procura apertar tanto o lado direito quanto o lado esquerdo. Presta atenção no modo de respirar. Fica assim por uns segundos.

Agora, abre a boca, apenas o suficiente para a língua chegar aos lábios. Deixa a língua alargar-se, que ela ocupe todo o espaço da boca entreaberta, até a comissura dos lábios, e que umedeça, sem precisar movimentar-se, o lábio inferior e o lábio superior. Sem apertar os lábios, e com a língua bem larga.

Permanece assim por alguns segundos, tentando soltar a respiração pelas narinas, devagar. Só quando a língua ficar seca, deixa-a voltar à posição habitual na boca.

Refaz o movimento uma ou duas vezes. Observa como tua respiração se torna mais calma e profunda.


1. Às portas do céu da boca: os lábios

Este movimento da boca pode ser feito com você sentada numa cadeira, de preferência descalça e com os pés bem apoiados no chão. É preciso que a cadeira tenha a altura adequada às suas pernas. As mãos bem soltas, de palmas para cima, podem descansar sobre as pernas. Comece fazendo pequenos “sim” com a cabeça.

Solte os maxilares, mas deixe os lábios fechados, encostando-os de leve, com os músculos relaxados. Imagine que seus lábios se alargam, carnudos e macios, sem contudo se separarem um do outro.

Com a ponta da língua, siga delicadamente pelo lado de dentro o contorno dos lábios encostados. Descubra as comissuras à direita e à esquerda. Passeie a língua sempre com suavidade, de um lado para o outro, tentando descobrir com a ponta da língua a forma que tem sua boca de lábios fechados. Tente um leve sorriso e descubra, sempre de dentro, qual a forma de seu sorriso.

2. A força da lingua

Este movimento ajuda a distinguir os músculos da boca que têm costume de fazer juntos uma porção de movimentos automáticos. Distinguir os movimentos que vêm dos maxilares, os que vêm da língua e os que vêm dos lábios, saber diferencia-los e comanda-los pode ajudar a relaxar as fortíssimas tensões musculares da boca e, em conseqüência, as do corpo todo.

Na primeira vez é melhor fazer este movimento estando deitada no chão. Depois, quando estiver habituada, pode fazer sentada. Deite-se de costas, pernas flexionadas, pés encostados e pousados no chão. As coxas estão juntas, a região lombar, o quanto possível encostada no chão. Observe como você respira e, quando sente que vai soltar o ar, encoste bem uma coxa na outra. Relaxe na hora da inspiração. Faça isso duas ou três vezes.

Pois é, esse é um movimento da boca. Que será ainda mais eficaz se, antes de começar, você já tiver alongado os músculos da face interna das coxas. Contrair esses músculos conscientemente é a melhor maneira de conseguir que eles alonguem e relaxem.

Relaxe agora a face interna das coxas, abra e feche a boca como um peixinho no aquário, devagar, com calma. Faça isso durante um ou dois minutos, tentando deixar a língua não muito grande, pousada dentro da boca, no assoalho da boca. Passiva. Os músculos dos lábios também devem ficar passivos. Só estão trabalhando os masseteres, os músculos do maxilar.

Observe, sem procurar altera-lo, o ritmo de sua respiração. Agora, deixe a boca fechada, os maxilares encostados, mas não cerrados. Tente contrair a língua dentro da boca. Bem forte, ela possui só pra ela dezessete músculos.

Coloque com suavidade a palma da sua mão direita sobre a boca, sem tapar as narinas. Entreabra os maxilares e, com a ponta da língua, tateie a palma da mão. Deixe a língua voltar ao seu lugar na boca e recomece. Agora no momento de soltar o ar, procure apoiar a ponta da língua na palma da mão. Relaxe a pressão ao inspirar. Faça isso por um minuto.

Enrijeça a língua e procure empurrar a palma da mão – sempre na hora de soltar o ar – cada vez com mais força. A língua deve estar pontuda, rígida, em forma de cone. Tente perceber como ela, sozinha, tem força ara afastar a palma da sua mão.

Procure não contrair nem afundar a nuca. Não contraia os lábios nem feche os maxilare após cada pressão. Faça com que este trabalho seja um puro movimento da língua, executado de modo preciso na hora da expulsão do ar.


3. O umbigo do céu da boca

Como é o interior de sua boca? Quase ninguém sabe, embora o conhecimento tátil e sensorial da própria boca possa ajudar você a ocupar seu espaço interior, a livrar-se das tensões dos maxilares e facilitar o vaivém do ar aos pulmões.

Sente-se ou deite-se de costas no chão, como já foi explicado no movimento nº2. sempre com a nuca bem alongada. Com a ponta da língua bem à vontade, encoste-a no céu da boca. Percorra em todos os sentidos a parte rígida da abobada palatina. Vá com calma, não deixe um milímetro sem ser examinado.

Agora leve a língua para a direita, sobre a gengiva dos molares superiores e volte lentamente para o meio, para a gengiva dos incisivos centrais. Só se atenha ao maxilar superior. Faça esse percurso interno várias vezes, parando um instante sobre a raiz de cada dente. Tente, depois, ir além dos molares, em direção a gengiva do dente superior direito, mesmo que esse dente já tenha sido extraído ou nunca tenha apontado. Faça o mesmo percurso para o lado esquerdo lentamente.

Agora leve a ponta da língua para cima, para o véu palatino, a parte flexível do céu da boca. Percorra essa região em todos os sentidos.

Volte para a parte rígida e para a gengiva. Tente sentir com a ponta da língua a diferença de relevo, a diferença de temperatura dentro de sua boca.
Coloque a ponta da língua sobre a gengiva dos incisivos centrais, os dois dentes da frente. E suba lentamente a arcada do céu da boca, pelo meio, até o véu. Ao toque da língua, você vai encontrar como que uma linha divisória que separa dois céus da boca, um direito e um esquerdo. Siga delicadamente essa crista que separa seus dois palatos. Você vai encontrar com a língua uma espécie de pequeno umbigo situado nessa crista, quase no alto da arcada. Pare nesse miniumbigo. Apóie nele a língua no momento em que você solta o ar. Relaxe a pressão quando você inspira.

Encoste a polpa digital do polegar direito no lado do céu da boca. Preste atenção na respiração e, quando você sentir vontade de soltar o ar, pressione o céu da boca com o polegar. Cuidado para não contrair o ombro ou o braço... Pressione, desse modo, umas dez vezes. Ou mais ainda, se você se sentir a vontade nesse movimento. É claro que suas unhas devem estar curtas; mas elas precisam mesmo estar aparadas para a chegada do bebê.

Retire o polegar. Descanse. Compare o espaço interno do céu da boca direito com o esquerdo. Compare suas sensações quanto aos seios nasais, aos maxilares, aos brônquios e aos pulmões. Compare o lado direito com o esquerdo. Depois, encoste de novo o polegar esquerdo à esquerda do céu da boca. Faça pressão, firme mas sem violência, durante umas dez respirações serenas.

4. Como um berço

Para este movimento, você precisa de uma bola bem mole, do tamanho de um pequeno melão. Ajuda os músculos lombares a se descontraírem, a se alongarem. O sacro, você está lembrada, é um osso de forma triangular, no fim da coluna; a ponta inferior articula-se com o cóccix. Em cima, o sacro articula-se com os ossos da bacia e com a ultima vértebra lombar. Sua forma abaulada é convexa ao lado das costas e côncava do lado da barriga. Por isso, quando você esta deitada, forma uma espécie de berço onde ficam aninhados seu útero e sua barriga.

Vá apalpando seu sacro, tente seguir-lhe o contorno. Com os dedos, procure o cóccix bem no fim da coluna, no rego das nádegas. Ele está situado bem mais abaixo dos ossos da bacia, os ossos dos “quadris”, como se diz usualmente. As “cristas ilíacas”, como dizem os livros de anatomia. Sempre com a maior precisão e leveza da mão.

Deite-se no chão de costas, pernas flexionadas. Os pés devem ficar um junto ao outro e bem encostados no chão. Afaste ligeiramente as pernas e coloque a palma da mão direita entre as pernas, sobre a púbix e o sexo; coloque a palma da mão esquerda sobre a mão direita. Não precisa apertar. Na época em que o tamanho do útero dificultar esse movimento, não insista. O movimento pode ser feito com os braços estendidos ao longo do corpo. Preste atenção na respiração, e quando sentir vontade de soltar o ar, aperte uma coxa contra a outra. Procure observar contra suas mãos a força dos músculos (os adutores) que ficam na face interna das coxas. Repita isso durante umas três ou quatro respirações tranqüilas.

Repouse os braços ao longo do corpo. Conserve encostadas as pernas e também os pés. Mas sem forçar, e coloque a bola sob o sacro e o cóccix. Depois, não faça nada. Isso é o mais difícil.

Deixe a região lombar apoiar-se no chão com suavidade. Todas as partes ósseas, densas, fortes da face posterior do corpo – coluna vertebral, sacro, ossos da bacia – se encostam no chão, se afundam como um berço, ficam prontas para receber sua barriga, seu útero, seus líquidos, sua placenta, e seu querido bebê. Desde que você perceba os movimentos do bebe, vai sentir também suas reações no exato momento em que você conseguir alongar as costas. É provável que ele se ponha aos pinotes, feliz por ficar a vontade nesse espaço que você lhe oferece.

À medida que a parte inferior das costas se alonga, talvez você sinta a nuca se arquear e encurtar, por um jogo de compensações, como se os músculos concordassem de um lado para recusar o outro. Tente manter a nuca calma e alongada, e os ombros bem encostados no chão.

Tire a bola. Descanse de leve as mãos na barriga e saboreie o conforto e a segurança do sacro encostado no chão.


5. Quando suas costas respiram

Para este movimento, é preciso que você tenha duas ou três bolinhas de dois centimetros de diâmetro. Podem ser de até, no máximo, três centímetros se você suportar bem. Costumo usar bolinhas de cortiça porque é um material suave e agradável ao tato.

Deite-se de costas, pernas flexionadas, pés encostados um no outro, e contraia o interior das coxas, como no movimento nº4. depois, descanse as mãos ao longo do corpo, e tente relaxar os músculos “adutores” do interior das coxas.

Concentre a atenção no sacro. Tente perceber sua formação e seu contorno a partir do contato com o chão. Observe com precisão o lugar onde ele começa e ergue-se (em direção à ponta inferior perto do cóccix) e já não encosta no chão.

Pegue uma das bolinhas de cortiça e coloque-a à direita do sacro. Não no osso do sacro, mas perto de sua borda, no lugar em que você sente que ele começa a se afastar do chão, isto é, perto do cóccix. Seu corpo fica pousado na bola, você sente o contato, mas que não seja muito dolorido. Se for é preciso mudar a bola de lugar. Ponha-a mais afastada do sacro, isto é, mais para a direita, ou para baixo. É claro que o corpo ainda deve ficar em contato com ela.

Em seguida, não faça nada. Observe esse contato, as eventuais reações de suas costas, da barriga, dos ombros, da nuca. Tente soltar as tensões da região lombar; encoste a cintura no chão. Mesmo que o contato seja leve, já está bem. Não acredite que, quanto mais dói, melhor.

Assim que o lado direito entender esse contato com um corpo estranho, coloque outra bolinha à esquerda, na mesma altura, simetricamente. Assim, ficam as duas bolas de cada lado do sacro. Com calma, encoste a cintura no chão, relaxe as costas.

Abra a boca e deixe a língua alargar-se lá dentro. Fique atenta ao ritmo da respiração. Quando sentir vontade de soltar o ar, procure fazer uma leve pressão com o corpo sobre as bolinhas. Cuidado, não erga as costas para fazer isso. O movimento é interno e muito leve. Depois, quando sentir vontade de inspirar, faça também uma leve pressão sobre as bolas. Faça como se cada lado do sacro, você tivesse dois minúsculos pulmões anexos que também quisessem respirar. Encher, esvaziar, dentro de um ritmo sereno.

Ao fim de um minuto – ou mais, se você se sentir bem – tire as bolinhas com um gesto simples, sem fazer nenhuma contorção. Encoste com delicadeza as mãos na barriga, e aprecie a largueza de suas costas, desde os ombros até o sacro. Descanse o tempo que puder, depois estique as pernas devagar, uma após a outra, deixando escorregar os calcanhares no chão, sem ergue-los nem mexer com as costas. Deixe os pés caírem a vontade e saboreie o apoio confortável da barriga das pernas, das costas encostadas no chão.


6. Quando suas costas respiram de novo

Quando você estiver dominando bem esses movimentos, poderá num outro dia passar para o seguinte. Tente descobrir na linha da cintura o espaço entre o osso da bacia (crista ilíaca) e as costelas. Atrás, ficam as vértebras lombares, mas dos dois lados você não sente nenhum osso nesse espaço.

Deite-se de costas, deixe os pés encostados um no outro e bem apoiados no chão, coxas juntas. Depois, coloque a bolinha à direita da cintura, bem para o lado de fora, isto é, bem à direita para que o contato fique mais perceptível sem doer. Abra a boca, preste atenção na respiração. Quando sentir à vontade, coloque a outra bolinha à esquerda, simetricamente. Respire com calma em direção às bolinhas, como se os pulmões se alongassem até a cintura, fazendo uma ligeira massagem no útero quando o ar passar.

Ao retirar as bolinhas, fique descansando um pouco, com as pernas ainda flexionadas, e observe com cuidado como se encostam no chão a cintura, as costas, os ombros, e como você percebe sua respiração.

7. Como um pequeno pulmão entre seus ouvidos

Pegue a bola macia, do tamanho de um melãozinho. Deite-se de costas, os pés encostados e bem apoiados no chão, os calcanhares na mesma linha dos joelhos para que a cintura encoste bem no chão. Coloque as mãos entre as pernas e aperte uma coxa na outra, por duas ou três vezes, no momento em que solta o ar; relaxe essa pressão na hora de inspirar. Não precipite o ritmo da respiração.

Descanse os braços ao longo do corpo. Concentre a atenção na nuca e nos ombros. Abra a boca e relaxe a língua. Procure fazer pequenos "sim" com a cabeça, sem erguê-la do chão. Repita umas dez vezes. Tente fazer pequenos "não" com a cabeça. Procure localizar com cuidado onde sua cabeça se apóia no chão. Abra bem os olhos e olhe para o teto na direção do seu rosto. Escolha um ponto no teto. Coloque a bola grande e macia sob a cabeça, como se fosse um travesseiro. Cuidado, não embaixo da nuca, mas para o alto da cabeça, entre as orelhas. Espere que a cabeça, a nuca e o pescoço se habituem e consigam largar seu peso encima da bola.

Deixe a língua alargar-se na boca entreaberta. Agora procure de novo o seu ponto de referência no teto. Para isso, não empurre a cabeça para trás, mas abra bem os olhos. Respire devagar, sem fechar a boca. A cabeça continua bem encostada na bola, e o pescoço, descansado. Não é ele que deve se esforçar para ver o teto, são os olhos.

Agora, quando você sentir vontade de soltar o ar, tente fazer uma leve pressão na bola. Relaxe a pressão quando inspirar. Se conseguir, tente não tirar os olhos do ponto de referencia do teto. De acordo com a respiração, o rosto se afasta ou se aproxima ligeiramente dele. Tente não erguer a cintura nem mexer com a nuca, mas só com a parte dianteira do pescoço quando você aperta a bola com a cabeça. O sacro e as costas são como uma base firme, pregada no chão, na qual descansam o peito e a barriga. A bola grande embaixo da cabeça é uma espécie de pulmão anexo que se enche e se esvazia levemente ao ritmo de sua respiração. Não é preciso fazer barulho com a boca, apenas aberta e relaxada, nem barulho com a garganta, que se oferece à passagem do ar.

Retire a bola, encoste a cabeça no chão. Descanse as pernas ainda flexionadas. Sinta como a cabeça e os ombros se apóiam no chão.estique devagar as pernas deixando os calcanhares escorregarem um depois do outro.


8. Quando os olhos viajam...

Nas primeiras vezes faça esse movimento deitada no chão. É possível, através deste trabalho, tornar os movimentos dos olhos mais livres, desfazer a rigidez e as inibições que você nem percebia e que fazem parte da sua história, quase desde o seu primeiro diz de vida.

Deitada, com os pés encostados um no outro e bem apoiados no chão, coxas juntas. Coloque as duas bolinhas no chão, de cada lado do seu rosto, à altura dos olhos bem abertos, a uma distância que corresponda ao comprimento dos seus braços. Descanse os braços ao longo do corpo. Abra a boca, deixe a língua bem alargada como uma folha de nenúfar. Bata os cílios umas dez vezes. Procure alongar a nuca.

Agora, sem mexer a cabeça, dirija o olhar para a bolinha que está à sua direita, e volte para o centro. Refaça o movimento várias vezes. Apenas com os olhos. Talvez você sinta o maxilar, ou a língua, querer também ir para a direita. Procure acalma-los e mexa só os olhos.

Depois, tente voltar o olhar para a bolinha à esquerda. Várias vezes. Talvez você sinta uma grande diferença de movimentos entre um lado e outro.

Agora faça os olhos irem de uma bolinha para outra, sem parar em nenhum dos lados nem no meio. Se a nuca quiser contrair procure desfazer a crispação. Os maxilares continuam soltos, a língua bem larga e à vontade, a respiração livre. Se não for desagradável, continue o movimento durante dois ou três minutos.

Depois bata os cílios bem depressa. Descanse as pernas flexionadas devagar, estenda as pernas.

Se nos dias seguintes, você fizer este movimento sentada, que seja por menos tempo. Sente-se numa cadeira no qual seus pés toquem bem o chão, paralelos e ligeiramente afastados. As coxas ligeiramente afastadas e bem na direção dos quadris. Escolha pontos de referencia de cada lado do rosto, à altura dos olhos, e sobretudo não vire a cabeça pra eles. Apenas os olhos.


9. Quando você rola a cabeça como um recém-nascido...

Virar a cabeça de um lado para o outro é um dos primeiros movimentos dos recém-nascidos; eles procuram com o nariz, pelo olfato, o seio nutriz da mãe.
Esse movimento arcaico, que também você já fez, se lhe deram tempo para tanto, eu recomendo agora para melhorar a flexibilidade da sua nuca. Deite-se de costas, pernas flexionadas, pés e pernas encostados. Faça com a cabeça alguns "sim" tentando olhar para o peito e para a barriga.
Agora toque com os dedos a orelha direita, siga delicadamente o contorno do pavilhão auditivo (antes você deve ter tirado os brincos, é claro!) e aperte de leve, entre os dedos, o lóbulo da orelha. Depois, descanse os braços ao longo do corpo, as mãos soltas e estendidas com as palmas para cima; procurando manter a cabeça no centro, role-a para a direita – sem erguê-la, como para pousar a orelha no chão; volte o rosto para a frente e recomece. Preste atenção no ritmo da respiração; agora com os maxilares relaxados ao maximo, procure rolar a cabeça pra direita e pousar a orelha, no momento em que sentir vontade de soltar o ar. Volte para o centro na hora de inspirar. Sem precipitar a respiração; esse movimento não deve ser rápido. Continue assim durante dois ou três minutos, se puder.
Depois volte ao centro, estenda lentamente as pernas, deixando os calcanhares escorregarem no chão. Com vagar, perceba as sensações de seu rosto, do lado direito, do lado esquerdo, bem como a respiração, as costas, as pernas. A perna direita talvez esteja agora mais comprida que a outra, provisoriamente. Role a cabeça para a direita e para a esquerda; tente sentir dos dois lados parece mais leve, mais alerta e mais flexível...
Depois, flexione de novo as pernas e repita tudo com o lado esquerdo.



10. A nuca

Aqui tudo começa na nuca. As vibrações de suas cordas vocais podem fazer a coluna vertebral cantar e, desse modo, se propagam até a bacia, na qual, desde o sexto mês, o bebê escuta com os ouvidos e, com toda a pele, provavelmente bem antes. A voz materna, livre e cheia de harmonia, o enche de bem-estar.

Alongar a nuca não é nada fácil, porque ela é revestida de músculos curtos, apertados, fibrosos, que estão sempre se contraindo. São encurtados por natureza e pelos acontecimentos da vida. À mínima emoção, a nuca se retrai e se esconde entre os ombros.

Sente-se num banquinho, os pés paralelos, um pouco afastados e bem apoiados no chão. Toque com o dedo sua fontanela posterior. É uma ligeira depressão no alto da caixa craniana, no lugar onde os ossos se juntam. É uma lembrança de seu nascimento: se você nasceu naturalmente, foi a fontanela que viu a luz em primeiro lugar. Não confunda com a fontanela anterior que fica em cima da cabeça.

Acaricie a nuca de leve, com a mão descendo, isto é, da cabeça para os ombros. Com a mão esquerda, acaricie o ombro direito, acompanhe o arredondado com a palma da mão. Com a mão direita, acaricie o ombro esquerdo. Sem roupa para atrapalhar, é melhor. Depois estenda sobre as pernas suas mãos soltas, com as palmas voltadas para cima.

Agora, concentre a atenção na fontanela posterior, feche os olhos; imagine que ela tem um olho, incline um pouco a cabeça para que ela possa "ver" o que se passa diante de você. Tente abaixar só a nuca, não as costas. Erga a
cabeça e repita várias vezes.

Sempre de olhos fechados, tente manter a fontanela para cima e avance um pouco os lábios como se fosse dar um beijo. Várias vezes. Procure sentir o volume, a parte carnuda e a suavidade de seus lábios. Depois, devagar, deixe passar um som por entre os lábios estendidos:"Mmma, Mmma, Mmma..." Procure perceber a ressonância desse som no seu corpo, nos lábios, no nariz e na nuca, no peito.

Continue assim por um ou dois minutos, se não lhe custar esforço, tentando perceber as vibrações de sua voz cada vez mais para baixo, dos lábios ao períneo, mudano às vezes de tom, mas com um som sempre sutil. Que seja
apenas uma vibração interna, íntima.

Depois, descanse um momento deitada de costas.




11. De perto e de longe ou quando os olhos viajam de novo...

Deite-se de costas, pernas flexionadas, pés encostados e bem apoiados no chão. Afaste um pouco as coxas e coloque a mão direita entre as pernas, sobre o púbis e o sexo, coloque a mão esquerda sobre a direita. Abra a boca; cada vez que soltar o ar, aperte uma coxa na outra com os músculos “adutores”, que ficam na face interna das coxas; basta fazer isso quatro ou cinco vezes. Se o tamanho da barriga dificultar essa colocação da mão entre as pernas, não insista, deixe os braços soltos ao longo do corpo e procure apertar as coxas uma na outra, relaxando a pressão quando você inspira.



Depois, deixe as pernas apenas juntas, sem apertar. Os braços estendidos ao longo do corpo, de preferência com as palmas voltadas para o alto. Procure encostar bem no chão. Se as costas resistirem, retorne o movimento nº4, no qual se coloca uma bola mole sob o sacro durante alguns minutos. Depois retire a bola e deixe as costas bem pousadas no chão. Nunca faça o movimento seguinte sem antes retirar a bola.



Deixe a boca entreaberta, a língua bem alargada dentro da boca e os lábios sem mexer. Depois, com os olhos bem abertos, comece a olhar no teto um ponto real ou inventado. Fixe-o durante alguns segundos, respirando naturalmente, sem bloquear o ar. Depois, traga bruscamente o olhar para a barriga, sem erguer a cabeça. Em seguida erga os olhos para o teto, sempre em busca do mesmo ponto e olhe de novo para o umbigo. Continue esse vai-vém várias vezes. Se sentir que dá pra continuar, repita o movimento por dois ou três minutos. Procure fazer com que a boca continue passiva e a respiração livre. Em seguida, feche os olhos e, sob as pálpebras abaixadas, movimente os olhos rapidamente em todos os sentidos, como você faz quando está dormindo e sonha. Durante um minuto, se possível.



Depois estenda devagar as pernas e descanse.





12. Quando a face interna das coxas respira

Deite-se de costas, pernas flexionadas, pés bem apoiados; pegue a bola grande e macia, coloque-a sob o sacro, como no movimento nº4. espere que a região lombar, as costas e a nuca se acalmem e fiquem bem encostadas no chão; depois, retire a bola e descanse.

Em seguida, sem ergue-las do chão, estique as pernas com cuidado, escorregue os calcanhares para não abaular as costas. Se mesmo assim as costas se arquearem, não se preocupe. Fique com as pernas estendidas e faça alguns "sim" com a cabeça, tentando olhar para o peito e a barriga. Enfie os dedos indicador e médio da mão na boca e pressione a base do maxilar inferior, sem contrair o ombro nem o braço. Faça isso com delicadeza, coloque os dedos no osso da mandíbula, na altura da raiz dos dentes, e não encima dos dentes. Mantenha assim o maxilar aberto, ligeiramente puxado para o pescoço. Sem forçar a abertura é claro. Alargue a língua. Continue a inspirar pelo nariz, mas solte o ar devagar pela boca; procure perceber a temperatura de seu sopro que passa sobre a língua a cada respiração. Continue assim por um ou dois minutos, depois estenda o braço ao longo do corpo. Preste atenção em sua boca, tente perceber se os maxilares estão mais soltos, menos cerrados, e a respiração mais serena.

Depois desse movimento que é bem curto, flexione as pernas, vire-se de lado para descansar um pouco. Deite-se de novo de costas, pernas estendidas. Outra vez, procure olhar o peito e a barriga, sem erguer a cabeça. Várias vezes.

Depois, concentre sua atenção nas pernas que estão estendidas que não devem erguer-se, e bem devagar tente aproximar os tornozelos. Não é tão fácil assim... convém logo esclarecer que, para executar bem esse movimento, todos os músculos posteriores do corpo precisam estar flexíveis e soltos, da nuca aos calcanhares. Por isso, se você não conseguir encostar de todo os tornozelos e as bordas internas dos pés, não desanime. O pouco que você fizer já ajuda a alongar a musculatura.

Por enquanto, talvez você esteja sentindo que precisa fazer muita força entre as coxas, perto do sexo; o que pode lhe parecer quase impossível. Talvez você tenha a impressão de que os joelhos são "muito grandes" mas não se trata disso: são os músculos das pernas que estão encurtados e repuxam as articulações dos joelhos. De modo algum lhe parece que você esteja alongando algo em sua musculatura. Saiba, pois, que seus músculos "adutores", entre as coxas, estão contraídos na maioria das pessoas, homens e mulheres, por razões anatômicas e fisiológicas especificas, bem como por razões ligadas à historia pessoal. Ao tentar aproximas os tornozelos sem erguer os joelhos, sem deixa-los "envesgar" para dentro, sem torcer os pés, sem dobrar a nuca para trás, sem erguer as costas nem compensar de qualquer outra maneira, você está pedindo a seus músculos "adutores" que façam aquilo para que foram feitos: aproximar as coxas; mas eles estão tão acostumados a permanecer contraídos que se tornam impotentes. As fibras contraídas não tem mais capacidade para desempenhar sua função natural. Entretanto, na hora do nascimento do bebê, você vai precisar da absoluta flexibilidade desses músculos.

Sentar-se em posição de Buda, afastar as coxas à força, a fim de alongar os músculos adutores, como já vi fazerem com gestantes, é um logro e pode ser perigoso para a região lombar. As leis da fisiologia muscular não aceitam isso, e forçar os músculos só pode provocar um reflexo inconsciente que leva a contrair a região lombar, o que não é desejado.

O melhor modo de alongar a face interna das coxas e a parte inferior das costas é tentar aproximar seus tornozelos com suavidade e firmeza durante alguns segundos, esforço esse que deve ser feito no momento de soltar o ar, de boca aberta e língua alargada...

Refaça esse movimento diariamente por alguns segundos, depois de bem deitada no chão, como está explicado nos movimentos anteriores. Você se surpreenderá com a rapidez e a qualidade dos resultados obtidos.

13. Quando a planta dos pés respira

Este movimento é um entre muitos que você pode fazer para aliviar os pés, descansá-los e alongar a musculatura. Prepare as bolinhas de cortiça; sente-se numa cadeira, pés descalços um pouco afastados e bem paralelos; alongue a nuca e leve bem ao alto sua fontanela posterior. Deixe as mãos pousadas nas coxas, com as palmas viradas para cima. Concentre a atenção no pé direito; apoiando bem todos os dedos no chão, procure afastar o dedinho mínimo para fora. Não precisa olhar para ele, tente percebê-lo por um meio diferente do olhar. Repita várias vezes, mantendo o pé no seu eixo, isto é, sem desviar para o lado. Coloque uma das bolinhas sob o pé, no meio, no lugar onde ficaria a cintura, se o pé tivesse cintura. Abra a boca e apóie de leve o pé na bolinha no momento em que você vai soltar o ar; relaxe a pressão ao inspirar. Procure manter os dedos estendidos mas sem contraí-los. Faça isso umas doze vezes, respirando com bastante calma: imagine que você respira pela planta do pé tanto quanto pelos pulmões...

Depois fique de pé; feche os olhos; compare os apoios do pé direito com os do esquerdo; procure sentir em qual dos pés você se sente mais segura.

Sente-se e faça a mesma coisa com o pé esquerdo.



14. Dos pés à cabeça ou quando as costas se alongam pelos tornozelos

Deite-se de costas, pernas estendidas. Encoste ao máximo no chão a nuca, as costas e os joelhos. Não aperte os maxilares. Tente aproximar devagar os tornozelos; você já conhece esse movimento. Depois, flexione a perna esquerda, para que o pé esquerdo encoste no chão, bem ao lado do joelho direito; concentre toda a atenção na perna direita que continua estendida. Erga o pé direito para que todos os dedos do pé olhem para o teto, mas deixe a perna bem pousada e no eixo; procure empurrar o calcanhar para longe de você, sem erguer o joelho, a cintura ou a nuca. Esse pequeno movimento, que vem do tornozelo e repuxa a face posterior da perna e da coxa, pode ser difícil. Porque, se a face posterior da coxa está se alongando, você sente a contração na face anterior da coxa. É normal: quando um grupo de músculos se alonga, os antagonistas se contraem. Você precisa mesmo é alongar a face posterior da coxa e, para isso, necessita da força dos músculos anteriores da coxa, os “quadríceps”, porque eles fraquejam. Ademais, você não consegue ver seu pé se mexendo, o que é excelente para desenvolver percepções outras que a visão. Evite retorcer os dedos do pé, procure deixa-los alongados.

Agora, aponte de novo os dedos do pé para o teto e, sem erguer o joelho nem torcer a perna, tente abaixar o pé direito para o chão; imagine que você vai pousar o dedão em primeiro lugar; não se pode encostar os dedos no chão se as pernas ficam estendidas, mas continue nessa direção, tentando deixar estendidos todos os dedos do pé. Em seguida, suba o pé em ângulo reto, e recomece. Repita isso umas dez vezes.

Depois descanse, estenda devagar a perna esquerda e compare...

Agora, com as duas pernas estendidas, tente encostar os tornozelos. Não se espante se houver uma diferença entre os tornozelos, porque a perna direita aumentou e os tornozelos não se encontram... Não se preocupe, a perna esquerda logo vai imitar a direita.

Deixe os tornozelos juntos, ou o mais próximo possível um do outro, mantenha as pernas estendidas, e erga os dois pés encostados, com os dedos apontados para o teto. Empurre os calcanhares para longe de você, sempre sem erguer os joelhos, nem a cintura, nem os ombros, nem a nuca. Imagine que você vai esticar os músculos da cabeça aos calcanhares, da fontanela posterior aos calcanhares. Depois – sempre com os tornozelos juntos – abaixe lentamente os dois pés, com os dedos alongados o máximo possível. Recomece lentamente esses dois movimentos: uma vez empurre os calcanhares, outra vez estenda os dedos, e sempre mantendo os tornozelos encostados.

Abra a boca e tente dar a esses movimentos um ritmo que se harmonize bem com sua respiração. Tente descobrir se, ao empurrar os calcanhares, você prefere soltar o ar ou inspirar. Faça várias tentativas diferentes. Tente perceber as regiões do corpo que se mexem e se alongam de acordo com o movimento dos tornozelos; tente perceber a continuidade de sua musculatura. Pode sentir esse movimento na parte posterior dos joelhos? Das coxas? Da cintura? Entre as omoplatas?...

Continue durante um ou dois minutos se puder, depois deixe cair os pés à vontade e descanse. Observe o ritmo da respiração, os pontos de apoio do corpo no chão.

Para sentar-se, não se esqueça de virar bem devagar para o lado, com ternura e respeito por você mesma. Depois, dê alguns passos pela sala e perceba como se apóiam seus pés, e como as coxas, os quadris, as costas e a nuca se colocam e se movimentam ao andar.

O pai também pode, com todo o corpo, viver a seu modo a gestação do bebê. O menino que ele foi, como a menina que você foi, sofreu por não poder abrir livremente os olhos, a boca e os ouvidos para o seu ambiente. Juntos, vocês podem preparar-se para ver com mais liberdade, para escutar, tocar... para conceber.

Costas de mulher contra costas de homem. Tudo contra...

Este movimento se faz a dois: seu companheiro e você. Ou se preferirem, a três: você, o bebê, e o pai do bebê. É um movimento de contato dos corpos reunidos, que funde suas sensibilidades, forças e calor.

Para que a respiração do pai se torne mais viva e mais solta, também ele pode fazer os movimentos com a boca e com os olhos, explicados anteriormente.

Sente-se no chão, com os joelhos flexionados, as coxas um pouco afastadas e os pés bem pousados no solo.

Seu companheiro também se senta com os joelhos flexionados, pés apoiados no chão, de costas para você. Ele aproxima as costas das suas e, bem devagar, vai se encostando. O máximo possível. Um momento delicado em que, curiosamente, um pode achar que o outro vai pesar nele, invadir seu território. Momento precioso quando, afinal, ambos começam a perceber que as costas se entendem e se ajudam. Deixem que o contato seja completo: cintura, região lombar, entre os ombros e, se possível, os ombros, a cabeça, o sacro.

Coloque de leve as mãos embaixo da barriga, perto do púbis, como se fosse segurar o bebê nas mãos.

Seu companheiro também coloca a palma das mãos embaixo da barriga dele. Abram a boca. Fiquem atentos ao ritmo da própria respiração e ao ritmo da respiração do outro. Vocês constatarão que suas costas respiram e se transmitem mutuamente uma rara sensação de segurança calorosa, e de vida.

Costas de mulher contra peito de homem. Tudo contra...

Seu companheiro senta-se com joelhos flexionados e afastados. Sente-se nesse espaço, com as costas perto do peito dele. Procure, com as costas, os ombros e o sacro, entrar no máximo contato possível com o peito e a barriga dele. Abram ambos a boca e costas contra o peito, procurem com calma acertar o ritmo de suas respirações você pode oscilar ligeiramente da frente para trás. Um ligeiro, ligeiríssimo balanço. Quase imperceptível.

Depois coloque as palmas das mãos embaixo da barriga, como para segurar o bebê. Bem de leve, sem fazer peso com as mãos. Seu companheiro estende os braços e também coloca as mãos sobre as suas.

Sem forçar, procure diminuir o arqueamento da cintura para que sua região lombar fique bem em contato com a barriga dele.

Esse movimento é benéfico porque ajuda você a alongar os músculos das costas. Também é maravilhoso para que entre vocês circule o calor, a ternura, e o sopro da vida.

Examine o seu médico

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retirado da revista Pais&Filhos

Que tipo de médico é o seu? Teste-o. Sugerimos-lhe um guião de perguntas. As respostas 'correctas' foram inspiradas nas recomendações da Organização Mundial de Saúde.

1) Qual a sua posição relativamente à questão 'cesariana vs parto normal'?
a) O parto normal é o melhor, tanto para a mãe, como para o bebé, mas os imprevistos acontecem. Por isso, só no momento do parto é que se pode saber qual a melhor forma de assistir o nascimento.

b) A cesariana é, hoje, uma cirurgia muito segura. Além disso, é prática, rápida e indolor. A recuperação é rápida. Em quaisquer dois meses, a mãe pode voltar à vida normal.

c) Os bebés sempre nasceram de parto normal, é certo, mas na sua idade [ou com a sua estrutura óssea], a cesariana é o procedimento mais adequado...

d) O parto normal é o mais indicado para a esmagadora maioria das mulheres (90 por cento). Vamos preparar-nos para que também o seja para si. A cesariana é uma intervenção muito útil, mas só deve ser considerada em casos de verdadeira necessidade. Não nos esqueçamos de que se trata de uma grande cirurgia.

2) Quais as intervenções que considera essenciais durante o parto?
a) Administração de soro com ocitocina (medicamento para acelerar as contracções uterinas), episiotomia (corte no períneo) em todas as situações, rompimento da bolsa aos cinco centímetros e monitorização fetal constante.

b) Por norma não intervenho. A não ser que seja realmente necessário. O parto é um acto normal e fisiológico. A maior parte das mulheres não necessita de procedimentos médicos para dar à luz. Precisa de respeito, calma e serenidade.

c) A epidural. A dor não serve para nada, só atrapalha. Quanto às outras intervenções (ocitocina, episiotomia), não as aplico indiscriminadamente. Depende de mulher para mulher.

d) A episiotomia. Evita as rasgaduras durante o nascimento. Além disso, previne outras consequências do parto vaginal, como a incontinência urinária.

3) Qual a melhor posição para dar à luz? Posso colocar-me de cócoras?
a) Parto de cócoras? Isso era antigamente. Hoje em dia, não há necessidade de adoptar esse tipo de postura. O parto é um acto totalmente controlado pelos médicos. A mulher só tem de se colocar nas mãos dos técnicos e confiar na medicina.

b) Semi-reclinada. Elevar um pouco as costas facilita a descida do bebé.

c) Não há posturas ideais para dar à luz. A grávida deve colocar-se na posição que considerar mais confortável. Procuro apenas não incentivar a posição horizontal, uma vez que as posturas verticais tornam o parto mais fácil e mais rápido, por terem a gravidade a seu favor.

d) Deitada, claro. Já viu alguém ter um filho de outra forma?

4) E se eu quiser recusar algum dos procedimentos que me aconselhou?
a) A mulher é dona do seu parto. Deve ser capaz de decidir o que é melhor para si e para o seu bebé, depois de devidamente informada. Explico sempre as razões de determinada intervenção. Vantagens e desvantagens. Mas a palavra final é sempre da mulher.

b) Não costumo falar dos procedimentos que aplico. Sou médico e estou habilitado a tomar decisões pelos meus doentes. Faço-o em nome da segurança da mãe e do bebé.

c) Chamo um colega. Não me responsabilizo pelo que poderá acontecer consigo e com o seu bebé.

d) Deve assinar um termo de responsabilidade.

5) Na sua opinião, qual o limite máximo para um bebé estar dentro da barriga da mãe? Que fazer nos casos em que a gravidez 'passa do tempo'?
a) 40 semanas. Depois opto quase sempre pela cesariana. Nem tento induzir o parto com medicação. É mais rápido e seguro desta forma.

b) Uma gravidez normal dura 38 a 42 semanas. Até às 41 semanas, normalmente não há qualquer problema com o bebé. A partir desta data, proponho uma vigilância mais apertada da gestação. Se o bebé estiver bem, não faço nada, espero. Só proponho a indução do parto depois das 42 semanas.

c) 40 semanas. Depois recomendo a indução do trabalho de parto.

d) 41 semanas. A partir deste momento, interno a grávida e induzo o parto com ocitocina. É este o procedimento mais comum em todos os hospitais.

6) Costuma debater os procedimentos clínicos com as suas grávidas? Pede-lhes permissão para realizar alguns deles?
a) Como assim, pedir permissão? Sei o que faço, estou treinado para lidar com grávidas e bebés. Se quisesse falar de todos os aspectos ligados à gravidez e ao parto com as minhas pacientes não fazia mais nada durante o dia...

b) Só peço autorização quando considero que a intervenção vai provocar alguma dor.

c) O corpo é seu, o parto é seu. Não faço um exame vaginal sequer sem pôr a grávida ao corrente do assunto e sem lhe perguntar se ela não se importa. A minha obrigação é fazer o melhor pela mãe e pelo bebé, mas sem me substituir à grávida.

d) Depende. Depois de 24 horas seguidas no serviço de urgência nenhum técnico tem muita paciência e disponibilidade para dar informações e debater intervenções clínicas.

7) Qual é a sua taxa de cesarianas?
a) Se quer que lhe diga, não sei... Não contabilizo. Se é um valor alto? Acho que não. Hoje em dia muitas mulheres querem ter os filhos desta forma. E já chegam ao meu consultório com essa ideia formada. Vou apenas ao encontro dos seus desejos. É esse o meu papel.

b) Não é muito alta. Entre 40 a 45 por cento.

c) Vinte por cento. Nos partos normais.

d) Ronda os 25 por cento do total de partos, um número que considero elevado. O meu objectivo é reduzi-lo para 15 por cento, tal como recomendado pela Organização Mundial de Saúde.

8) Gostava que o meu marido e uma doula estivessem presentes no parto. Concorda com a presença deles?
a) O mais importante é que se sinta segura e acompanhada. Leve quem quiser. Não tenho nada a objectar.

b) Talvez seja gente a mais, não acha?...

c) Só o marido poderá estar presente.

d) Muitas vezes, os acompanhantes interferem com as equipas médicas. Questionam os técnicos e deixam a mulher insegura. E a minha principal preocupação é para com a grávida.

9) Parto vaginal depois de uma cesariana. O que pensa desta opção?a) Não concordo. O risco de ruptura uterina é considerável. Para mim, depois de uma cesariana, sempre cesariana.

b) É possível, mas só com fórceps, para que o período expulsivo não seja demasiado longo.

c) Apoio essa opção, desde que o parto não leve mais de quatro horas. Caso contrário, terei de efectuar uma cesariana.

d) É uma escolha perfeitamente válida. Não há nenhum motivo para que essa opção não possa, pelo menos, ser considerada.

10) Qual a sua posição em relação ao parto domiciliário em gravidezes de baixo risco?
a) O local do parto pode e deve ser escolhido por si e pelo seu marido, desde que acompanhados por um profissional credenciado e experiente. Em relação ao parto em casa, aconselho, sobretudo, que se certifique de que há um hospital por perto. Apesar de raramente surgirem complicações, pode ser necessário deslocar-se a uma unidade de saúde.

b) Não me oponho, mas não assisto partos domiciliários. Posso, no entanto, indicar-lhe um colega experiente nessa matéria.

c) Sou absolutamente contra. Considero que o parto em casa acarreta riscos sérios e que nenhuma mãe deveria pôr em causa, desta forma, a sua saúde e a do seu bebé.

d) Os bebés nascem em qualquer lugar, mas não podemos negar que há riscos acrescidos no nascimento domiciliário. Não estará a idealizar demasiado o seu parto?...

11) Curso de preparação para o parto. Sim ou não?
a) Sim. Não necessariamente para aprender técnicas de respiração e dicas para controlar a dor, mas para descobrir os aspectos positivos do parto. É também um bom local para conhecer outras grávidas e desvendar alguns dos mistérios da amamentação.

b) Não. Hoje em dia praticamente todas as mulheres levam epidural no parto. Assim sendo, para quê fazer um curso desses?

c) Sim, é uma forma de conhecer as rotinas hospitalares e de saber como deverá comportar-se no momento do parto.

d) A escolha é sua.

12) Quantas ecografias se devem realizar durante a gravidez?
a) Tenho um aparelho no meu consultório, por isso podemos fazer um exame em todas as consultas.

b) Pelo menos quatro.

c) Uma em cada trimestre. Mas não fique muito ansiosa com as ecografias. Elas não detectam todo o tipo de problemas e não devem ser consideradas infalíveis. Avaliam apenas um conjunto de sinais que podem indicar ou não a existência de uma situação anormal.

d) Aquelas que o Serviço Nacional de Saúde comparticipar.


Agora some os pontos e confira os resultados:
1 - a (2); b (1); c (2); d (3)
2 - a (1); b (3); c (2); d (2)
3 - a (1); b (2); c (3); d (1)
4 - a (3); b (1); c (2); d (1)
5 - a (1); b (4); c (2); d (3)
6 - a (1); b (2); c (3); d (1)
7 - a (1); b (2); c (1); d (3)
8 - a (3); b (1); c (2); d (1)
9 - a (1); b (2); c (2); d (3)
10 - a (3); b (2); c (1); d (2)
11 - a (3); b (1); c (2); d (1)
12 - a (1); b (2); c (3); d (1)

12 a 20 pontos: Err... bem¿ como dizê-lo? É possível que o seu obstetra tenha escolhido a especialidade errada. Para ele, uma grávida é uma «paciente» e o parto é uma ocorrência médica pura e dura. Não há espaço para a natureza actuar. Não há margem para a mulher sentir que tem liberdade de escolha. Ora, se esta não é a melhor postura num médico, muito menos o será num obstetra. Para a maioria das mulheres, a gravidez e o parto são acontecimentos normais, não são doenças. O seu médico vê todas as barrigas como estando potencialmente em perigo. Não prefere ser acompanhada por um técnico um pouco menos 'control freak'?

21 a 30 pontos: O seu médico está cheio de boas intenções, mas não é propriamente o clínico mais actualizado do mundo. E médico que é médico deve estudar a vida toda, certo? Ele ainda não sabe, mas a obstetrícia evoluiu nas últimas décadas. Muitas das práticas habituais há trinta anos foram abandonadas. Caso da episiotomia feita de forma rotineira e indiscriminada. Pois, talvez seja melhor procurar outro médico. Ainda que este seja um doce.

31 a 37 pontos: Parabéns. Belo obstetra que arranjou. Seguro, confiante, competente, cientificamente actualizado. Sabe o que faz: defensor do parto natural, mas certeiro nos momentos em que é necessário intervir clinicamente. Experiente, sabe esperar pela altura certa do parto. Evitar procedimentos desnecessários que podem complicar o nascimento é o seu nome do meio. Respeitar a mulher que tem à frente sem impor filosofias é o seu lema. Não o largue. Um médico assim é um tesouro.

Inspirado em www.amigasdoparto.com.br

Assoalho pélvico

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Assoalho Pélvico: O piso da bacia

A pélvis (“bacia”) é a parte do corpo que fica entre a barriga e as pernas. A bacia precisa ser bem forte para sustentar o peso de toda a parte de cima do corpo. Por isso temos uma musculatura forte que segura todos os órgãos da bacia no lugar certo, incluindo a bexiga, os intestinos, etc.. Nas mulheres isso é ainda mais importante, pois durante a gravidez a pélvis ainda tem que suportar o peso do útero e do bebé. A parte de baixo dessa bacia é feita por músculos fortes, que formam um “assoalho”.

Vejamos como funciona o assoalho pélvico:
Os músculos do assoalho pélvico formam um oito (8) (Figura de cima), sendo que o círculo de cima envolve a abertura da vagina e da uretra e o círculo de baixo envolve a abertura do anus.

A saúde dos músculos pélvicos é fundamental para manter a integridade e o bom funcionamento da vagina e da uretra e a posição dos órgãos dentro da pélvis. Os músculos pélvicos controlam o fluxo de urina, a contracção (aperto) da vagina e do anus. Tanto a uretra quanto o anus têm um esfíncter (músculos especiais que funcionam como fechaduras) que garantem a retenção da urina e fezes. O assoalho pélvico é composto de várias camadas de músculos suspensos como uma “rede” pendurada por dois pontos, na frente e atrás da pélvis. Além dessa rede, os músculos também formam um triângulo.

Um assoalho pélvico saudável tem um bom tonus (firmeza) e elasticidade. Entretanto a idade, a falta de exercícios em geral, e mesmo a gravidez e parto (seja ele vaginal ou cesariana) fazem com que estes músculos fiquem mais fracos.

Também é importante não ficar com vontade de ir à casa de banho. Quando tiver vontade de urinar ou de defecar, vá logo, segurar a urina provoca uma distensão muito grande na bexiga e força o esfíncter, facilitando a incontinência urinária e mesmo a infecção (cistite). Quando adiamos as fezes, elas vão secando no intestino, o que facilita o aparecimento da prisão de ventre, das hemorróidas e da dificuldade de segurar os gases.

No parto vaginal, quando a mulher foi cortada na vulva (episiotomia) ou foi ajudada com fórceps, pode prejudicar mais ainda esses músculos. Antigamente acreditava-se que para preservar a vagina e a vulva, se deveria fazer episiotomia em todas as mulheres. Hoje sabe-se que na grande maioria das vezes, a episiotomia é mais prejudicial do que benéfica, e que deve ser evitada, pois piora o estado genital das mulheres ao invés de preservá-lo. Se vai ter um parto, converse com seu profissional de saúde sobre prevenção da episiotomia (a liberdade de posição no parto é fundamental).
Fonte: Tomasso, Giselle

Quando esses músculos enfraquecem, a mulher pode ter os seguintes problemas:

Sente que sua vagina está pouco firme para as relações sexuais - às vezes nem ela nem o companheiro sentem prazer;

Dificuldade para segurar a urina (bexiga caída ou frouxa), quando ri ou tosse;

O útero pode ficar muito perto da abertura da vagina (útero caído);

Dificuldades de controlar os gases ou as fezes.

Na maioria das vezes, os exercícios pélvicos podem prevenir e tratar esses problemas. Quando iniciamos os exercícios, os músculos estão fraquinhos, mas eles aos poucos vão reagindo e ficando mais poderosos. Como todo o exercício, esses também necessitam de regularidade, mas os resultados são excelentes, e podem mesmo evitar um tratamento cirúrgico. Para muitas mulheres, esses exercícios implicam uma grande satisfação sexual, tanto na hora de faze-los sozinhas quanto depois na hora das relações.

O Pilates é um óptimo exercício para fortalecer o assoalho pélvico.

Adaptado: http://www.mulheres.org.br/fiqueamigadela
Exercícios para o assoalho pélvico:
http://gravidasemforma.blogspot.com/2007/10/exerccios-para-o-assoalho-plvico.html

Toca a mexer!

retirado da revista pais e filhos

Está provado que a prática de exercício torna a gravidez e o parto mais fáceis, havendo mesmo estudos que demonstram que também conduz ao nascimento de recém-nascidos mais saudáveis.
Se, para si, estar grávida é sinónimo de descanso, parecendo-lhe hercúlea a tarefa de subir um lance de escadas ou fazer uma caminhada, é melhor pensar duas vezes e meter mãos (e restante corpo) à obra. Se, por outro lado, o facto de se saber grávida lhe suscita o ímpeto de finalmente se pôr em forma, ou mesmo de ganhar o prémio da grávida modelo quando, até agora, nunca entrou num ginásio ou não o faz há mais de 2 anos, tenha calma, pois há algumas coisas que deve saber antes de decidir ir à loja de desporto mais próxima.

Porquê fazer exercício físico durante a gravidez?
Se manter-se activo é um hábito saudável para a população em geral, tal assume particular benefício para a grávida, pois são várias as vantagens que se podem enumerar, nomeadamente:

- o treino regular ajuda a elevar o metabolismo e regula mais eficazmente a temperatura corporal;
- promove a circulação e estimula a digestão, o que melhora a prisão de ventre e previne o aparecimento de hemorróidas, varizes, câimbras e edema (inchaço) dos tornozelos - já sente algum entusiasmo?
- previne, juntamente com uma dieta adequada, o aparecimento de diabetes gestatória, condição que surge durante a gravidez e que provoca bebés demasiado grandes, aumenta a probabilidade de complicações do parto vaginal e de aparecimento de diabetes tipo II no pós-parto. Se, mesmo assim, desenvolver diabetes gestatória pode, ainda, evitar a necessidade de insulinoterapia durante a gravidez;
- melhora a auto-estima, reduz os sintomas de depressão e variações de humor, além de induzir uma agradável sensação de controlo do corpo;
- melhora o desenvolvimento dos bebés, tornando-os mais inteligentes e com melhor domínio da linguagem (segundo vários estudos em crianças até aos 5 anos);
- previne ou alivia as dores lombares;
- melhora a qualidade do sono e reduz as insónias, se praticado até três horas antes de dormir;
- reduz a duração do trabalho de parto (para um terço da duração habitual, ocorrendo o parto, em 65% das parturientes, nas primeiras 4 horas), diminui as intervenções médicas e combate a exaustão durante o trabalho de parto - aposto que já está a fazer aquecimentos!;
- prepara os músculos necessários para depois do parto, fortalecendo as pernas, a região lombar e os músculos dorsais, essenciais a qualquer mãe recente - vai dar mais importância a isto quando tiver de carregar o seu recém-nascido dentro do vulgarmente conhecido «ovo de transporte» e todos os acessórios apensos, qual deles o mais necessário...
- ajuda a controlar o excesso de peso durante a gravidez, que dificulta a capacidade de perder peso mais tarde, e quadruplica a probabilidade de se tornar obesa um ano após o parto, factor que se associa a complicações para a saúde a médio e longo prazo, para já não falar naquilo que vai sentir quando se olhar ao espelho e nenhuma roupa de há dois anos antes lhe servir.

Será que todas as grávidas podem praticar exercício físico?
Se já ia sair a caminho do ginásio, convém que tenha excluído antes algumas condições que são contraindicações absolutas para o exercício aeróbico durante a gravidez:

- Algumas doenças cardíacas (geralmente conhecidas antes da gravidez);
- Alguns tipos de doença pulmonar (idem, idem, aspas, aspas);
- Problemas de magreza ou obesidade excessiva;
- História de abortos de repetição;
- Incompetência cervico-ístmica (não é um insulto, mas apenas uma condição em que o colo do útero - zona por onde o bebé sai do útero - não tem as necessárias características para impedir a saída do feto antes do termo, estando indicada a realização de uma intervenção cirúrgica em que se aperta o colo do útero, estreitando o orifício de saída - cerclàge);

- Gravidez múltipla;
- Hemorragia persistente do 2º ou 3º trimestres;
- Placenta prévia após as 26 semanas de gravidez;
- Risco de parto pré-termo ou trabalho de parto em curso;
- Realização recente de amniocentese;
- Ruptura de bolsa-de-águas;
- Pré-eclâmpsia ou hipertensão induzida pela gravidez;
- Restrição de crescimento intra-uterino.

Se já estiver a treinar regularmente, há alguns sinais que a devem levar a interromper essa prática e contactar o seu médico, como: hemorragia vaginal, dispneia (dificuldade em respirar) prévia ao exercício, tonturas, dores de cabeça, dor no peito, fraqueza muscular, dores abaixo do diafragma, contractilidade, trabalho de parto, diminuição de movimentos fetais e perda de líquido amniótico (ruptura de bolsa-de-águas).

Que tipo de exercício se deve praticar durante a gravidez?
Na ausência de contraindicações, saiba que pode praticar até cerca de 30 minutos de exercício físico por dia. Após o primeiro trimestre, deve evitar o decúbito dorsal (estar deitada de costas) e o ortostatismo (estar de pé) prolongado durante a prática de exercício.

Não deve praticar desportos com risco de queda ou de trauma abdominal, como: patinagem, hóquei, futebol, basquetebol, hipismo, esqui, ginástica e desportos de raquete vigorosos. No último trimestre, deve abster-se de correr ou saltar. Também deve evitar actividades recreativas em que haja variações de pressão importantes, como o mergulho de profundidade, ou em que haja trepidação excessiva, como a mota de água.

Aquilo que pode fazer durante a gravidez depende, também, do grau de actividade prévio à gravidez. Se praticava um desporto não contraindicado, pode continuar a praticá-lo, tendo em conta que, com a progressão da gravidez, é natural que a sua performance possa diminuir.

Se o seu «desporto» favorito antes de engravidar era o zapping de sofá ou a leitura, deve começar por mudar os hábitos diários, por exemplo, subir escadas em vez de usar o elevador, estacionar o carro mais longe, ou andar de transportes públicos. Pode então evoluir para a caminhada de 30 minutos diários, a natação, a hidroginástica ou a aeróbica para grávidas, de forma gradual e com bom-senso. Pode também praticar yoga, pilates, dança ou indoor cycling (ciclismo em bicicleta estacionária).

Onde e como praticar?
É muito importante planear, na sua agenda semanal, tempo para a prática regular, 3 a 4 vezes por semana, pois disso depende o benefício. Deve fazer um bom aquecimento antes e arrefecer gradualmente, fazendo alongamentos controlados no fim.

Não se esqueça também de ingerir água, antes, durante e depois de se exercitar. Escolha roupa adequada (não apertada, confortável, de algodão de preferência, com calçado cómodo, com boa estabilidade e um bom soutien, de preferência de desporto). Não deve aquecer demasiado, nem esforçar-se a ponto de não conseguir falar, pois pode ser prejudicial para o feto.

Exercite-se em superfícies suaves, como relva ou carpete.
Tente manter a sua frequência cardíaca abaixo de 140 bpm ou, se praticar exercício físico dentro de água, abaixo de 125 bpm.
Reduza o seu nível de exigência em dias muito quentes ou muito húmidos.

Descanse pelo menos dois dias na semana e não faça exercício físico se não se sentir bem, se estiver doente ou, pura e simplesmente, se não lhe apetecer.

E depois do parto?
Pode retomar a actividade física 4 a 6 semanas após um parto vaginal e 6 a 8 semanas após uma casariana. Deve ter particular atenção aos músculos abdominais e pélvicos, podendo optar inicialmente pela ginástica de recuperação pós-parto, que existe em muitos ginásios e onde geralmente é permitido levar o seu rebento, portanto não há desculpas!

Se ainda não se sentir motivada, é pouco provável que alguma vez na sua vida vá praticar exercício físico regular, grávida ou não, mas depois não se queixe das mazelas que o sedentarismo normalmente acarreta. Porque não aproveita a gravidez para mudar o seu estilo de vida? Dificilmente arranjará melhor motivo

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