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Parir em Paz

Parir em Paz

Parto em casa - Mitos

Por David Stewart*
09 de Julho de 1990

Grande parte da obstetrícia praticada nos hospitais americanos hoje em dia é baseada em mitos e não em dados científicos.
O que você ainda não sabe é que a medicina moderna pode trazer danos a sua saúde e a do seu bebê, talvez até permanentemente.
Os autores desta pequena e excelente publicação pesquisaram todas as informações citadas aqui. Você pode confiar no que foi escrito, tudo é cientificamente comprovado em pesquisas sérias sobre evidências práticas.

As escolhas que você faz hoje sobre o tipo de parto que vai dar a luz o seu bebê – parto hospitalar ou domiciliar, médico ou parteira, parto natural ou medicalizado – terão um impacto considerável na vida do seu filho e na sua também, seja para melhor ou pior.
A escolha é SUA.

Eu posso ter meu filho em casa?

Hoje, nos EUA, no final do século XX, os avanços na Ciência e Tecnologia contribuíram para a melhoria na sua qualidade de vida. Hoje em dia, mais e mais mulheres, de diferentes estilos de vida, estão optando por ter seus bebês da maneira antiga — em casa. Por quê?
Na verdade, apesar de todos os benefícios que a Tecnologia e as descobertas cientificas nos proporcionam, a Medicina ainda não conseguiu criar uma máquina melhor que o corpo humano, para o parto e nascimento de uma criança. Ainda que nossos corpos não funcionem da maneira que deveriam, nós somos mais privilegiados que nossos ancestrais por dispor da Medicina moderna, que pode salvar vidas.

Então porque as famílias estão optando por dar à luz em casa?
Apesar de alguns casais terem suas razões pessoais, a maioria planeja parto domiciliar porque acreditam que, geralmente, a gestação e o parto são fenômenos fisiológicos normais que fazem parte da vida da mulher, e que é uma função de um corpo saudável — não um estado de vida ou morte que requer supervisão médica de um cirurgião para acontecer bem.
A Ciência não foi capaz de aprimorar o corpo humano nas funções em que este foi criado para exercer.
Em outros 20 paises, mais bebês sobrevivem no primeiro mês de vida, do que nos EUA.
O parto tem os seus riscos. No entanto, em apenas uma pequena porcentagem de casos, as habilidades de um obstetra/ginecologista e o uso de equipamentos modernos como o ultra-som e os monitores fetais são realmente necessários para a mãe e o bebê sobreviverem sem danos a longo prazo.
A taxa de mortalidade neonatal nos EUA em 1989 atingia um pouco mais que 10 por 1.000 nascidos vivos[1]. Os EUA têm os equipamentos mais sofisticados e modernos e o sistema de saúde mais caro no mundo. No entanto, em vinte outros países — alguns dispondo de menos tecnologia que eles têm nos laboratórios e hospitais — mais bebês sobrevivem em seu primeiro mês de vida, do que os bebês americanos.

Porque esses outros países têm obtido resultados melhores?
Com menos hospitais bem equipados e obstetras disponíveis, alguns desses paises — como Holanda, Suécia e Dinamarca — usam parteiras como os responsáveis pelo atendimento de rotina das mulheres durante a gestação e o parto. [2]
A OMS — Organização Mundial de Saúde — diz que os EUA deveriam investir no sistema de atendimento pré-natal com enfermeiras obstétricas (parteiras).
Considerando o risco potencial do uso rotineiro da tecnologia, a OMS tem pedido repetidamente às autoridades médicas dos EUA para investirem no sistema de atendimento materno-infantil com enfermeiras-obstetras como a única forma de diminuir as altas taxas de mortalidade. [3]
Parteiras, na verdade, atendem partos no mundo inteiro. Médicos, apesar de terem um treinamento avançado e serem especializados em cirurgias, não provaram ser melhores que parteiras no atendimento ao parto normal, além disso nenhuma pesquisa realizada comprovou que hospitais são os locais mais seguros para se dar à luz.
Na verdade, estudo após estudo vem demonstrando que, para a maioria das gestantes dos EUA, o sistema de atendimento pré-natal e ao parto feito por parteira é altamente aconselhável. Nas próximas páginas, você saberá por quê.
Referências:1. National Committee to Prevent Infant Mortality, HOMEBIRTH No. 8, Sept/Oct 1990, p. 5.2. The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 114.3. Mothering, Jan/Feb, 1990.

Estudos indicam que partos domiciliares são seguros.
Mito nº1 — Parto hospitalar é estatisticamente mais seguro que parto em casa.
A segurança, em se tratando de parto, é medida por quantas mães e bebês morreram e quantos sobreviveram, pelo menos com um pouco de saúde.
Estudos realizados comparando partos hospitalares e não-hospitalares indicaram que poucas mortes, ferimentos e infecções ocorreram em partos domiciliares atendidos por parteiras. Nenhum estudo comprova que hospitais são mais seguros do que parto em casa.
Foi constatado que, o risco de problemas respiratórios em bebês recém-nascidos é 17 vezes mais alto nos partos hospitalares do que nos partos em casa.
Os EUA têm a maior taxa de intervenção obstétricas durante o trabalho de parto, assim como têm enfrentado sérios problemas com o crescimento de erros médicos.
Enquanto a taxa de mortalidade neonatal e materna tem diminuído drasticamente desde a virada do século, fatores como nutrição e higiene têm influenciado bastante nesse resultado.
No geral, a mortalidade infantil tem crescido desde os anos 30, mesmo assim, os partos domiciliares demonstraram ser mais seguros.
Em 1939, Baylor Hospital Charity Service em Dallas, Texas, publicou um estudo que revelou uma taxa de mortalidade neonatal de 26.6 por 1.000 nascidos vivos em casa comparando com a taxa de mortalidade no hospital, que chegou a 50.4 por 1.000.[1]
Desde meados dos anos 1970, pesquisas realizadas no nordeste da Califórnia, Arizona, England e no Tennessee apontaram para a maior segurança dos partos em [2] O único estudo populacional randomizado, que comparou 1,046 partos domiciliares contra 1,046 partos no hospital, foi publicado em 1977 por Dr. Lewis Mehl, médico de família e estatistico. [3]
Enquanto as taxas de mortalidade neonatal e materna são estatisticamente as mesmas em ambos os grupos, segundo a pesquisa, a taxa de problemas de saúde foi maior no grupo hospitalar: 3.7 vezes mais bebês que nasceram no hospital necessitaram de ressucitação.
Foi constatado ainda que as taxas de infecção nos recém-nascidos foram 4 vezes maiores no grupo do parto hospitalar, e a incidência de problemas respiratórios nos bebês nascidos no hospital foi 17 vezes maior do que os bebês que nasceram em casa.
Uma outra pesquisa realizada ao longo de seis anos, pelo Texas Department of Health, de 1983 a 1989, revelou que a taxa de mortalidade infantil nos partos assistidos por parteiras não certificadas, em casa, foi de 1.9 a cada 1.000 comparada com a taxa dos partos realizados por médicos de 5.7 a cada 1.000.[4] A taxa nos partos assistidos por parteiras treinadas e certificadas foi de 1 a cada 1,000 e por outros tipos de assistentes foi de 10.2 mortes por 1,000 nascidos vivos.[5]
Um estudo envolvendo 3.257 partos fora do ambiente hospitalar, no estado do Arizona assistidos por parteiras licenciadas entre 1978 a 1985 mostrou que a mortalidade materna atingiu 2.2 a cada 1,000 e a mortalidade neonatal atingiu 1.1 a cada 1,000 nascidos vivos.
Em depoimento na reunião da Comissão Americana de Prevenção à Mortalidade Infantil, Marsden Wagner, Enfermeiro Parteiro e Diretor da Organização Européia de Saúde Mundial, sugeriu a necessidade dos EUA, de uma formação acadêmica de enfermeiras obstétricas como forma de contrabalancear a quantidade de médicos obstetras, fomentando assim a prevenção ao excesso de intervenções no processo normal de nascimento. [6]
Wagner afirma ainda que na Europa, as parteiras são bem mais numerosas que os obstetras: "Em nenhum país europeu os médicos realizam atendimento primário às gestantes de baixo risco, nem durante a gestação, nem no parto". Ele alega que os EUA têm o mais alto índice de intervenções obstétricas, no entanto também tem enfrentado sérios problemas com a grande quantidade de erros médicos, e aconselha dizendo que um serviço bem estruturado e organizado de atendimento à gestante feito por parteiras nos EUA poderia reverter esta situação.
Referências:1. The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 241.2. Ibid, p. 115-116, 127, 243-246.3. Ibid, p. 247-253.4. Texas Lay Midwifery Program, Six Year Report, 1983-1989, Bernstein & Bryant, Appendix VIIIf, Texas Department of Health, 1100 West 49th St., Austin, TX 78756-3199.5. Labor Pains: Modern Midwives and Homebirth, Sullivan & Weitz, 1988.6. Mothering, Jan/Feb, 1990.

Parteiras são profissionais capacitadas
Mito nº2 — Você tem mais atenção dos profissionais nos hospitais do que em casa.
No hospital, os obstetras geralmente não sentam ao lado da parturiente em trabalho de parto, mas se apóiam em máquinas e nos outros para obter informações e então aparecem no ultimo momento, na sala de parto. A maioria dos médicos não tem uma relação próxima com cada gestante e não as incentivam a ter um parto natural.
As enfermeiras da sala de parto dão um apoio muito maior à mulher durante todo o trabalho de parto. A rotina hospitalar, no entanto, envolve uma certa burocracia, mudança de profissionais, plantões de acordo com horários, e uma flutuação de quantas mulheres cada enfermeira deve ficar responsável. E enfermeiras não têm autoridade para evitar que um médico impaciente tente acelerar o trabalho de parto normal.
Nas últimas décadas, as mulheres têm reclamado do ambiente frio e clinico dos hospitais onde dão à luz, assim muitas instituições têm se rendido a essa pressão da sociedade para modificar esses ambientes esterilizados para um ambiente mais parecido com um lar. [1] Muitos estão permitindo que os acompanhantes entrem nas salas de parto, e alguns até incentivam a participação da doula no parto. Mas, para muitas mulheres, o ato fisiológico de dar à luz não combina com esse ambiente clinico e hospitalar, por mais que tudo corra bem.
Os partos domiciliares planejados, assistidos por um profissional experiente, têm gerado ótimos resultados.
Enquanto estatísticas indicam que partos não-planejados ou sem assistência em casa têm causado resultados piores do que os partos hospitalares, os partos domiciliares planejados e assistidos por um profissional experiente, têm gerado ótimos resultados. [2]
Existe uma variedade enorme de profissionais, à sua escolha, que atendem partos domiciliares — médicos obstetras, enfermeiras obstétricas, parteiras certificadas ou não. Um pequeno número de médicos, alguns membros do American College of Home Obstetrics, atendem partos domiciliares ou nas clínicas. Muitas maternidades nos EUA são administradas por médicos dessa especialidade.
Parteiras especializadas são enfermeiras formadas que deram continuidade à sua formação especializando-se em obstetrícia. A maioria desses profissionais trabalha sob supervisão médica e com o apoio de um hospital, mas poucos têm experiência em parto domiciliar.
Esta profissão é baseada em um conjunto de procedimentos aplicados por um profissional capacitado à mulher e ao bebê durante o primeiro ano de vida, e, em muitos outros paises, parteiras são responsáveis pelo acompanhamento pré-natal e do parto, e esse sistema tem gerado taxas de mortalidade infantil bem menores que as dos EUA. Parteiras são treinadas para observar algum sinal de problema durante a gestação e o parto, e se for necessário, elas chamam um médico obstetra. Parteiras são responsáveis pelo atendimento primário no pré-natal e no partoem países com taxa de mortalidade neonatal bem menor que a dos EUA.Consultas pré-natal com parteiras costumam ser agradáveis, relaxantes e amigáveise duram, em média, de trinta minutos a uma hora.O número de parteiras inscritas nos cursos de formação em obstetrícia tem nos últimos vinte anos, assim como a demanda por este serviço. A maioria das parteiras ainda não formadas tem terminado o curso de capacitação, e vêm sendo treinadas, na prática, com outras parteiras experientes. Esta prática é legalmente permitida apenas em doze estados americanos, e, em alguns desses, é pedida uma licença para exercer o trabalho. Nos estados americanos onde a profissão ainda é ilegal, o trabalho é enquadrado como “prática de Medicina sem diploma”.crescido muito A prática da profissão de parteira é livre em vinte estados americanos, sendo feita sob regulamentação estatutária ou em estados americanos que ainda não possuem legislação específica. [Ed. — Information about the current midwifery legal situation in individual states or Citizens for Midwifery Grassroots Network.]
Consultas de pré-natal com um médico obstetra em um hospital público ou no consultório geralmente pedem muito tempo de espera por uma consulta rápida. Comparando com as visitas das parteiras, que geralmente são bem relaxadas, mais longas, amigáveis e pode durar até 30 min ou 1 hora. Enfermeiras obstetras normalmente usam este tempo para orientar os benefícios de uma boa alimentação, da prática de atividades físicas, e em como você pode ir se preparando para o parto.
Apesar da formação das enfermeiras obstetras variar um pouco, muitas coletam alguma amostra para laboratório, caso necessário, escutam o coração do bebê, para avaliar se há sinal de sofrimento fetal durante o trabalho de parto, carregam consigo uma bomba de oxigênio portátil, e são treinadas em ressucitação cardio-pulmonar.
Referências:1. A Good Birth, A Safe Birth, 1990, Korte & Scaer, p. 8-21.2. Ibid, p. 64-68.

A Tecnologia pode complicar um parto normal
Mito nº 3 — De quanta mais tecnologia você dispõe, mais fácil será o parto.
No esforço de evitar complicações cada vez mais cedo, e aumentar o nascimento de bebês saudáveis, a Medicina tem modificado o ambiente que envolve o parto de uma atmosfera de atenção, carinho e apoio à parturiente para uma atmosfera de Tecnologia, clínica, fria e moderna.Apesar de a Tecnologia salvar vidas quando necessário, o uso rotineiro dela pode interferir no processo normal do parto e nascimento.
Cada intervenção médica em um trabalho de parto normal tem seus efeitos colaterais.
O modelo de parto hospitalar dos EUA tem a maior taxa de intervenções médicascomo também, uma grande quantidade de processos por erros médicos.
É comum nos hospitais o uso de soro e monitoramento eletrônico do feto para assegurar que a mãe permaneça hidratada e que as contrações e os batimentos cardíacos do bebê sejam gravados. No entanto, muitas mulheres não gostam de permanecer confinadas numa cama, com agulhas em seus braços e cintos presos à barriga.Mulheres que são orientadas a permanecer ativas e livres durante o trabalho de parto, reclamam menos de dor nos quadris, e muitos especialistas em parto defendem a tese de que os movimentos e caminhadas durante esse período tornam as contrações mais eficazes.
Alguns hospitais ainda requerem que as mulheres permaneçam deitadas em decúbito dorsal, e que mantenham suas pernas levantadas nos estribos. Como essa posição coloca trabalho do útero contra a gravidade, e faz com que cada contração seja menos eficiente, algumas vezes é necessário se usar o fórceps de alivio para puxar o bebê pela vagina. Evidências cientificas mostram que o fórceps é raramente utilizado quando a mulher tem liberdade de assumir posições mais confortáveis durante o período expulsivo.
Obstetras freqüentemente rompem a bolsa das águas com um instrumento como forma de acelerar o processo do parto. Este procedimento automaticamente dá ao parto um tempo limite, já que a possibilidade de infecção hospitalar aumenta com cada hora que passa, após a bolsa ter sido rompida.
Uma vez que a bolsa que protege o bebê é eliminada, o cinto de monitoramento, usado para acompanhar as variações nos batimentos cardíacos do bebê, pode dar lugar ao monitoramento eletrônico fetal (ou eletrodo de escalpo) — uma ponta de eletrodo minúscula é presa ao couro cabeludo do bebê para continuar monitorando o coração e para coletar a informação sobre o sangue do bebê.
Cada uma dessas intervenções usadas em um trabalho de parto normal envolve um grau de risco, e ainda não foi comprovado que o uso desses procedimentos proporciona mais vantagens, elimina complicações ou torna o bebê mais sadio.
Um estudo recente publicado em um jornal médico prova que o uso rotineiro de monitoramento eletrônico fetal, comparado com o antigo modo de ouvir o coração do bebê após as contrações com fetoscópio, pode causar mais problemas de saúde do que prevenir [1]. Em oito experimentos clínicos randomizados, a mortalidade materna e neonatal não foi reduzida com o uso do monitoramento eletrônico fetal. E talvez, por causa do monitoramento eletrônico, cesáreas desnecessárias foram realizadas, além disso o resultado dos partos monitorados com fetoscópio foram bem melhores e mais positivos. [2]
Atualmente, pelo menos 25% das mulheres tem filho através de cirurgia. Compare esse dado com a taxa de 10% de cesárea em outros paises cuja mortalidade neonatal e materna é bem menor [3] . Esses números indicam que nós não estamos conseguindo bons resultados praticando mais cesáreas.
Há várias décadas atrás, em um esforço para diminuir a dor do parto, médicos ofereciam rotineiramente drogas anestésicas às suas parturientes. Ao longo dos anos, o uso discriminado de muitos desses medicamentos, serviram de subsídios a estudos que revelaram que a droga usada como anestesia durante o trabalho de parto à mãe causa efeitos colaterais no bebê, incluindo asfixia, hipoxia, e danos ao cérebro e ao sistema nervoso [4].
As drogas ainda estão disponíveis para eliminar a dor do parto nos hospitais, apesar de que ainda não foi comprovado que essas drogas usadas como anestesia são realmente seguras para o bebê. [5]
Mulheres que utilizaram drogas anestésicas no trabalho de parto relataram diminuição no sentimento da relação mãe-filho e aumentaram a duração e a severidade da depressão pós-parto. [6]
O hormônio artificial ocitocina, uma droga ministrada para intensificar o trabalho de parto e aumentar as contrações uterinas após o parto também tem efeitos colaterais potenciais, incluindo casos raros de ruptura uterina e um leve aumento na icterícia do recém-nascido. [7]
Interferir no andamento natural do parto com uso indiscriminado de Tecnologia pode causar mais males do que benefícios.
Referências:1. New England Journal of Medicine, March 1, 1990.2. The Cutting Edge, Feb. 1990, p. 4, P.O. Box 1568, Clayton, GA 30525.3. Birth Without Surgery, Carl Jones, 1987, p. xii.4. The Five Standards of Safe Childbirth, 1981, Stewart, p. 185.5. Ibid, p. 1756. A Good Birth, A Safe Birth, 1990, Korte & Scaer, p. 18, 201-209.7. The Five Standards of Safe Childbirth, 1981, Stewart, p. 300.

Germes normais domésticos não afetam a mãe ou o bebê
Mito Nº. 4 – O hospital é um lugar mais salutar para ter um bebê do que em casa.

A febre puerperal matou milhares de mulheres no século 19. Na época, os médicos, que também cuidavam dos doentes e moribundos, começaram a atender os partos nas clínicas. Como os hospitais se tornaram lugares para nascimentos e mortes, as infecções se tornaram uma praga para as gestantes e outros pacientes dos hospitais.
Cerca de 100 anos atrás, na Áustria, um médico chamado Ignaz Semmelweis tentou diminuir o número de mortes maternas por infecções, que eram altas, na taxa de 40% entre as mulheres que tinham seus bebês na maternidade do hospital de Viena. [1] Semmelweis descobriu que, simplesmente ao lavar as mãos entre a realização de autópsias e o atendimento a partos, a taxa de infecções causada por médicos diminuía drasticamente. Semmelweis foi ridicularizado pelos seus colegas e não foi senão até cinco anos após sua morte, que seus descobrimentos começaram a receber aceitação. Com o advento da técnica asséptica no final do século XIX e o desenvolvimento de antibióticos na década de 1940, uma gradual melhora foi vista. [Ed. Assim como bactérias resistentes têm se desenvolvido de maneira que estas não são afetadas pelos antibióticos, pode se esperar que essa tendência seja revertida, e podemos esperar ver um crescimento nas mortes por infecções adquiridas em hospitais.].
Na década de 30, estudos na cidade de New York e em Memphis, Tennessee, mostraram que menos mulheres morreram por infecções e hemorragias nos partos domiciliares do que as que morreram pelas mesmas complicações nos hospitais. [2]
Os procedimentos de controle de infecção altamente modernos e carosnão conseguem eliminar a causa das infecções nos hospitais.
Hoje em dia, os rigorosos e caros procedimentos de controle de infecção ainda não eliminaram as infecções nosocomiais, ou hospitalares, causadas por organismos comuns e perigosos, como certos grupos de estafilococos.De acordo com uma reportagem no Wall Street Journal, a agência de regulação hospitalar dos EUA, A Comissão da Junta de Autorizações em Organizações de Cuidados com a Saúde (The Joint Commission on Accreditation of Health Care Organizations), está falhando ao obrigar padrões de controle de infecções, comprometendo a saúde dos pacientes de hospitais: “A Comissão da Junta está permitindo perigos à saúde e à segurança por deixarem hospitais sem inspeções por semanas, meses e mesmo por anos. Dessa maneira, com uma inspeção mal feita faz com que hospitais irresponsáveis tenham pouco temor à Comissão, já que as punições, nos anos mais recentes, quase inexistiram”. [3]Cada família se habitua aos seus próprios germes domésticos e desenvolve uma resistência a eles. Uma vez que menos pessoas estranhas costumam estar presentes no momento do parto domiciliar do que num parto hospitalar, as chances de adquirir germes estranhos são menos comuns em uma situação de parto domiciliar.Todo o esforço é feito para prover um ambiente limpo nos partos domiciliares. As parteiras e os obstetras que atendem os partos domiciliares usam luvas estéreis, assim como instrumentos esterilizados para cortar o cordão umbilical.Estudos a respeito de pesquisas sobre partos domiciliares indicam taxas muito menores de infecções na mãe e no bebê do que as taxas comuns dos hospitais. Em um estudo de 10 anos (1970-1980) de 1.200 nascimentos na Fazenda (The Farm, uma comunidade Hippie americana) em Summertown, Tennessee, EUA, 39 mães sofreram de infecções pós-parto, e apenas um bebê desenvolveu septicemia. [4]Ao chamar a maternidade de um hospital de “berço de germes”, o Dr. Marsden Wagner, Diretor Europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou os médicos em uma conferência médica internacional em Jerusalém, no outono de 1989, que partos hospitalares põem em perigo mães e bebês primariamente, por causa dos procedimentos impessoais e o abuso de drogas e Tecnologia. [5]
Referências:1. The Birth Gazette, Fall, 1987, review of The Cry and The Covenant, p. 32-33.2. The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 240-241.3. The Wall Street Journal, Oct. 12, 1988.4. The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 127.5. Mothering, Out/Nov/Dez, 1989.

Não há lugar melhor do que o lar para o nascimento de uma criança
Mito nº. 5 – Um hospital é o lugar mais confortável para ter um bebê

A idéia de estar confortável durante o parto de um bebê pode parecer impossível e impressionar muitas mães que tiveram seus bebês no hospital. Elas se lembram de estarem confinadas a uma cama de hospital, de não receberem água nem alimento, de serem separadas de seus outros filhos e membros da família e amigos que poderiam estar lhe dando apoio nessa hora, tolerando freqüentes exames de toques e verificação dos sinais vitais, sendo transferidas de uma sala para outra numa cama no auge das contrações mais intensas e tendo suas pernas levantadas e colocadas em um estribo para dar à luz.As salas de parto e suas mobílias agradáveis são um esforço para eliminar um dos estresses e desconfortos que vêm de estar no ambiente estranho de um hospital.Estudos mostram que o trabalho de parto pode ser comprometido por um ambiente não familiar. Desconforto e medo podem, na verdade, aumentar a dor experimentada durante o parto, enquanto que relaxamento pode diminuir o stress materno, aumentando o fluxo de oxigênio para o bebê e facilitando o trabalho de parto.Em sua própria casa, uma mulher em trabalho de parto tem a vantagem do ambiente familiar. Ela pode se mover com liberdade, usar a roupa que desejar, tomar sucos ou chás estimulantes, continuar a cuidar de seus outros filhos, se ela estiver em condições para tal, relaxar numa banheira de água morna, ter seus pés massageados por amigos queridos e tentar diferentes posições para o parto. Um trabalho de parto normal é um estresse saudável para o bebê, limpando seus pulmões dos fluídos e preparando-o para sua primeira respiração fora do útero.Após o parto, o bebê nunca é tirado de perto da mãe. A família inteira pode subir numa cama limpa para o muito necessário abraço e soneca. O vínculo emocional que toma lugar nos momentos após o parto entre a mãe e o bebê e entre o bebê e o resto da família promovem um melhor ser humano, encorajam a amamentação e a rápida recuperação da mãe.

Profissionais capacitados que atendem partos domiciliares existem, e estão disponíveis.
Mito nº 6 — É impossível achar um profissional qualificado para assistir meu parto em casa.

Enquanto discussões a respeito dos ‘prós e contras’ de partos não-hospitalares e a quem cabe a responsabilidade de assistí-los, continuam sendo feitas na comunidade médica e de especialistas, milhares de bebês saudáveis estão nascendo em seus próprios lares a cada ano.
No entanto, o parto domiciliar não é para todas as mulheres. É necessário que haja um alto grau de confiança no seu corpo, na sua saúde, e no conhecimento adquirido, além de um alto nível de auto-responsabilidade para ir contra a maioria que acredita que partos hospitalares são mais saudáveis e melhor.
Quando você estiver analisando o melhor local para o seu parto, leia livros indicados no Guia de Pesquisa deste site. Converse com mulheres que deram à luz em casa, em casas de parto, em clinicas, maternidades e em grandes hospitais. Discuta sobre isso e tire suas dúvidas com seu médico, ou parteira.
Converse com muitos profissionais adeptos ao parto humanizado que estiverem próximo à sua cidade. Avalie o nível de conhecimento, experiência prática, formação, filosofia e a cada descoberta, verifique se o trabalho dele é compatível com as suas expectativas. Apesar de a maioria dos obstetras realizar partos nos hospitais, alguns aceitam assistir partos em outros locais. Médicos especializados em clínica-geral que atendem gestantes, podem ser contatados, no entanto, ultimamente, nessa área, os riscos de erro médico é um pouco maior, e eles cobram mais caro.Enfermeiras-obstétricas certificadas atendem em várias capitais, e em alguns hospitais realizam acompanhamento pré-natal, assim como nas clínicas e nas casas de parto. Parteiras bem treinadas e capacitadas são especialistas em partos normais. Algumas são diretoras de maternidades, e outras têm atendido gestantes de várias partes do país.
Nos EUA, em 1989, o custo médio que uma família costumava pagar por um parto hospitalar tradicional sem complicações, era de $4.334, segundo pesquisa do Seguro Americano de Saúde, realizada envolvendo 173 hospitais comunitários, 70 maternidades e 153 parteiras. [1]Em 1989, a grande maioria das famílias americanas pagava cerca de $4.334 por um parto sem complicações no hospital.
O colapso dos custos por um parto hospitalar incluir uma taxa padrão do médico no valor de US$ 1.492,00 (R$ 3.500,00) para um parto normal e US$ 2.053,00 (R$ 4.800,00) para uma cesárea, e custos hospitalares (que não incluem outras taxas como os serviços por um anestesista) em torno de US$ 2.842,00 (R$ 6536,60).
Em vinte outros paises, mais crianças sobrevivem ao seu primeiro mês de vida, do que nos E.U.A.Em 1989 a taxa média cobrada por uma parteira era $994.Em 1989 a taxa média cobrada por uma parteira era de US$ 994,00 (cerca de R$ 2.300,00), um valor que normalmente inclui o cuidado pré-natal, aulas de parto e o material para o parto, enquanto que a taxa de um médico não inclui nada disso.
Qual tipo de atendimento de parto é o certo para você? Em alguns estados americanos, as escolhas são limitadas e baseadas nas leis que restringem a prática das parteiras. A ONG “Friends of Homebirth” (Amigas do Parto Domiciliar) foi fundada em 1989 com o alvo de trabalhar para garantir o direito das mulheres americanas para poder escolher um parto domiciliar com uma atendente treinada. O parto domiciliar é uma escolha razoável para muitas famílias e a legislação restritiva americana deve ceder ao direito Constitucional (americano) da escolha paterno-materna responsável.
Para encontrar alternativas de atendentes de parto, as americanas têm a opção de entrar em contato com educadoras perinatais e o grupo local da “La Leche League ”.
Referências:1. Health Insurance Association of America, 1989, 1025 Connecticut Ave. NW, Washington D.C., 20036-3998.

Fonte: Friends of Homebirth
Tradução: Tricia Cavalcante L. Pacheco Tradução e Revisão: Carla Beatriz Piuma Maise

*Autor: David Stewart, Ph.D., Executive Director, National Association of Parents and Professionals for Safe Alternatives in Childbirth (NAPSAC) International

10 maneiras de auxiliar uma mulher em trabalho de parto

Este post é para os pais!!
Durante o trabalho de parto, os pais sentem-se muitas vezes inúteis ao tentar auxiliar a mulher gravida em trabalho de parto.
Ter em mente algumas coisas corretas de se fazer e de se dizer é sempre útil.

1. Massajar o rosto da gravida para ajudar a relaxá-la. Todo o tipo de mimos, caricias, beijos são muito apreciados durante o trabalho de parto, mas lembre-se, a sua mulher pode não querer nada disto, o importante é fazer tudo como ela quer...
2. Lembre-a que pode e deve ir á casa de banho. A bexiga e o intestino cheio é desconfortável e não ajuda o trabalho de parto.
3. Pode fazer compressas frias no pescoço e rosto. Até mesmo lavar o rosto levemente, pode ser confortável.
4. Pergunte se ela quer comer ou beber algo, pois ajudara a restaurar as energias perdidas durante o trabalho de parto.
5. Ajude-a a mudar de posição. Algumas posições farão com que o desconforto das contrações diminua.
6. Se a gravida sentir tensão nas costas, faça uma pressão na parte de baixo de suas costas ( zona lombar ), ou onde ela preferir. Com as suas mãos, aplique tanta força quanto ela quiser. Também funciona com uma bola de ténis.
Fazer isso quando ela estiver de gatas no chão, com a cabeça mais baixa que a bacia, ajuda a aliviar o desconforto das contrações.
7. Esteja lá para ela. Mesmo quando ela disser que não quer ser tocada, só o facto de estar presente é muito importante. Pode ficar próximo, para que ela sinta a sua presença, e encoraje-a verbalmente.
8. Tente o chuveiro ou a banheira. A água durante o parto ajuda a aliviar algum desconforto no trabalho de parto.
9. Use um saco de agua quente, uma meia com arroz aquecida no micro-ondas ou um cobertor aquecido para a parte inferior das costas.
10. Lembre-a que o bebé esta quase a chegar e que ela está a ir muito bem!

Podem sempre ligar-me durante o trabalho de parto, as vezes os pais também precisam de ideias, ou simplesmente uma palavra amiga...

Bolsa rota, quanto tempo esperar?

Segundo a OMS pode-se esperar 48 horas antes do inicio do Trabalho de Parto.

http://www.who.int/reproductive-health/publications/MSM_96_24/MSM_96_24_Chapter3.en.html

“A conservative approach, which is supported by the existing evidence, would indicate a policy which requires observation without vaginal examination and without antibiotics, during the first 48 hours after PROM. If labour has not commenced spontaneously during that period (in about 20% of the women), consideration could be given to oxytocin induction.”

É de evitar os toques pois são uma fonte possível de infecção.

Vantagens da Amamentação Prolongada

Um processo complexo e ainda mal conhecido

O início e duração da amamentação supõem uma decisão pessoal sobre a qual influem múltiplos factores.
Para Applebaum(1975), o sucesso da amamentação parece estar dependente da interligação de três variáveis, cada uma delas absolutamente necessárias à existência das outras: uma mãe e um pai motivados e decididos a amamentar; um lactente saudável e com boa capacidade de sucção; e pessoal compreensivo, encorajador e competente.
Porque é que chegados ao ano de 2005, ainda técnicos de saúde indicam o desmame no primeiro ano de vida?
Recentemente, uma mãe conversava com uma enfermeira acerca da duração da amamentação, quando esta técnica lhe respondeu “sabemos todos muito bem que a partir de um ano de vida do bebé se deve introduzir o leite de vaca”,
A resposta desta enfermeira reflecte uma ideia errada mas comum entre nós. É predominante na nossa cultura, entender a amamentação somente como um meio para fornecer nutrição e protecção imunológica adequadas. Nas culturas onde é permitido à criança a amamentação por mais tempo, encontrou-se que o desmame natural ocorre entre os três e quatro anos de idade (Davies, 1993).
A OMS e a UNICEF expressam a importância da amamentação prolongada na “Declaração de Innocenti” de 1 de Agosto de 1990 nos seguintes termos:
“Para optimizar a saúde e a nutrição materno-infantil, todas as mulheres devem estar capazes de praticar o aleitamento materno exclusivo e todas as crianças devem ser alimentadas exclusivamente com leite materno, desde o nascimento até aos primeiros 4 a 6 meses de vida.
Até aos dois anos de idade, ou mais, mesmo depois de começarem a ser alimentadas adequadamente, as crianças devem continuar a amamentação.”
Felizmente e/ou infelizmente, em Portugal, ao abrigo do nº2 do Artº 12 do Decreto Lei nº 142/99, publicado no Diário da República nº 203 de 31 de Agosto de 1999 é salvaguardado o direito da “trabalhadora lactante” durante todo o tempo que durar a amamentação.
Os benefícios da amamentação, em termos de saúde do bébé estendem-se durante todo o tempo no qual esta decorre.
Crianças amamentadas são beneficiadas nutricionalmente
O leite materno é o alimento perfeito para bebés humanos. Contém todas as proteínas, gorduras, hidratos de carbono, minerais e vitaminas necessários ao crescimento humano nas proporções correctas para um bébé humano. Estas proporções ajustam-se ao longo do tempo para corresponder às necessidades do bébé (Davies,1993).
Pesquisas mostram que o leite materno durante o segundo ano de vida é muito similar ao leite do primeiro ano (Victora, 1984). No segundo ano de vida, 500 ml de leite materno proporciona à criança:
95% do total de vitamina C necessária;45% do total de vitamina A necessária;38% do total de proteínas necessárias;31% de calorias necessárias.
Crianças amamentadas têm benefícios imunológicos
Os factores de imunidade do leite materno aumentam em concentração, à medida que o bebé cresce e mama menos. Portanto, crianças maiores continuam a receber os benefícios da imunidade (Goldman et al, 1983).
O leite materno continua a evitar doenças e a facilitar a recuperação de outras durante o segundo e terceiro anos de vida. Isto porque o leite materno é estéril, isento de bactérias e contém factores anti-infecciosos que incluem:
- leucócitos (células brancas vivas) que matam bactérias;
- imunoglobulinas, que são proteínas muito especiais que transportam os anticorpos para proteger o bebé das doenças contra as quais a mãe desenvolveu uma imunidade;
- factor bífido que facilita o crescimento de uma bactéria especial (lactobacillus bifidus) no intestino da criança, impedindo que outras bactérias cresçam e causem diarreia;
- lactoferrina, uma proteína anti-infecciosa que se junta ao ferro, ajudando a eliminar bactérias patogénicas pois nega-lhes esse elemento de que necessitam para crescer (King y Thomson y Gordon, 1991).
Portanto, a amamentação prolongada continua a reduzir a morbi-mortalidade infantil ao diminuir a incidência de doenças infecciosas. O que significa menos idas ao pediatra, menos medicação, proporcionando benefícios económicos para a família e à nação.
Crianças amamentadas têm menos alergias
Está bem documentado que quanto mais tarde se introduzir leite de vaca, e outros alimentos alergénicos, menos probabilidades essas crianças terão de apresentar reacções alérgicas (Savilahti,1987).
Crianças amamentadas têm benefícios a longo prazo
As pessoas alimentadas, na primeira infância (entre 1 a 6 anos de idade), ao peito, são mais tarde menos atreitas a doenças cardíacas e a desarranjos do aparelho digestivo.
Os bebés alimentados ao peito também têm menos probabilidade de vir a ter excesso de peso do que os que são alimentados a biberão e têm menos probabilidades de sofrer de uma forma de apodrecimento dos dentes que atinge as crianças muito jovens conhecido por cárie do biberão. Também o mecanismo de sucção é diferente do dos bebés alimentados a biberão, e é mais difícil. Isso pode contribuir para o desenvolvimento de maxilares saudáveis; certas anormalidades da boca e dos maxilares são mais raras nas crianças que foram amamentadas (Davies,1993).
Crianças amamentadas são mais espertas
Horwood e Fergusson (1998) consideram que crianças que foram amamentadas têm melhor performance na escola e maiores notas. Os autores sustentam esta opinião num estudo que seguiu mais de 1000 crianças da Nova Zelândia com idades compreendidas entre os 8 e 18 anos de idade No estudo realizado, as crianças foram sujeitas a umas séries de avaliações das habilidades cognitivas e êxitos académicos que incluíam medição do coeficiente intelectual infantil, avaliações dos professores sobre rendimento escolar; provas de compreensão da leitura, matemáticas e habilidades escolares. Concluíram que havia umas tendências pequenas mas consistentes para a duração crescente da amamentação estar associada com um coeficiente intelectual aumentado, e um desempenho aumentado em testes estandardizados. As crianças obtinham avaliações mais elevadas do seu desempenho na sala de aula e melhores notas em exames finais.
Os autores, professores David M. Fergusson e L. Jonh Horwood da Escola de Medicina de Christchurch subscrevem a teoria de que as gorduras insaturadas encontradas no leite humano são importantes para o crescimento do cérebro e do sistema nervoso.
Crianças amamentadas são mais ajustadas socialmente
Um estudo com bebés amamentados por mais de um ano mostrou uma ligação significante entre a duração do período da amamentação e o ajustamento social avaliado por mães e professores) em crianças de 6 a 8 anos de idade (Freguson et al, 1987). Nas palavras dos pesquisadores: ”Existem tendências estatisticamente significantes para que a desordem na conduta diminua com o aumento da duração da amamentação”.
Mamar durante a infância ajuda os bebés a fazer uma transição gradual no desenvolvimento da sua personalidade individual e maturidade.
Muitas das afirmações feitas por médicos e autores sobre a superioridade da amamentação baseiam-se na convicção de que a amamentação é melhor para o bebé/criança do ponto vista psicológico.
Amamentar é atender às necessidades de dependência da criança, de acordo com o tempo único da criança. Esta é a chave para ajudar a criança a alcançar a sua independência. As crianças que conquistam a sua independência em seu próprio ritmo, são mais seguras dessa independência que as crianças forçadas a isso prematuramente.
A amamentação de bebés mais velhos proporciona uma oportunidade de brincar e uma bebida de conforto, serenidade para bebés cansados, doentes, assustados, contrariados, ajudando-os a superar o stress diário da infância. Porque a amamentação se torna uma forma agradável de bem-estar emocional entre o bebé e a mãe. Muitos bebés gostam, compreensivelmente, de continuar a gozá-la por vezes durante o segundo, o terceiro ou até o quarto ano de vida (Davies,1993).
Mas será que todos os profissionais de saúde baseiam os seus conselhos sobre desmame em resultados de pesquisa científica?
Aparentemente não, porque não existe nenhuma indicação que amamentar para além do primeiro ano de vida tenha efeitos negativos. Aliás o que existe é a evidência ampla dos seus benefícios.
Então, qual é a base do frequentemente-ouvido “desmame ao um ano de vida”?
Há provavelmente diversos factores envolvidos. Um deles pode ser simplesmente expectativas culturais. Os técnicos de saúde estão sujeitos a pensar em conformidade com as tendências culturais. Isto é, presentemente parece que esperamos todos pelo desenvolvimento precoce e a independência adiantada nas crianças. Assim sendo, dar ênfase ao desmame precoce parece estar de acordo com a tendência actual.
Ironicamente, um desmame precoce, forçado pode realmente impedir as necessidades emocionais de dependência no desenvolvimento, retardando assim a independência da criança.
Uma outra influência em atitudes para o desmame precoce pode ser o ritmo apressado da nossa sociedade. Amamentar um bebé mais velho não é compatível com os estilos de vida moderna. Aliás já se ouve falar no alargamento dos horários das creches/infantários.
Um outro factor prende-se com mais um preconceito baseado no fascínio da nossa cultura com o peito como estímulo sexual. Uma criança que já saiba andar ou mesmo que já saiba falar pode ser considerada demasiada velha para encontrar o conforto físico no peito da sua mãe. No entanto, segundo Davies(1993), uma vantagem de amamentar uma criança que fala e compreende a linguagem é poder-lhe explicar porque é que não pode dar-lhe de mamar no jardim infantil, nem na casa da tia, nem no autocarro. Nesta fase, ele compreende a palavra “não” e pode ser distraído com outras coisas. Ela pode protestar ou ter uma birra, mas as outras crianças que não são amamentadas, também têm birras. É importante distinguir entre um desejo muito natural de conforto e contacto e o comportamento exigente não razoável exibido, ás vezes, por todas as crianças quando começam a andar.
Existe mais um factor que leva os técnicos de saúde a recomendar o desmame precoce. Este factor assenta unicamente em ideias erradas. Alguns médicos podem pensar que a amamentação prolongada vai interferir com o apetite da criança para outros alimentos. Contudo, não existem pesquisas indicando que a criança amamentada tem maior tendência a recusar outros alimentos que a criança que já desmamou. Na verdade, a maioria dos pesquisadores em países subdesenvolvidos, onde o apetite de uma criança desnutrida pode ser de importância vital, recomendam que a amamentação continue (Rhode,1988).
As mães que amamentam, por mais tempo, têm benefícios
O leite materno é capaz de:
- contribuir para a saúde da mulher, reduzindo os riscos de certos tipos de doenças/cancros e ampliar os intervalos entre os partos;
- proporcionar benefícios económicos para a família e a nação;
- quando bem adoptado, proporcionar satisfação á maioria das mulheres (Declaração de Innocenti, 1990).
A vida com uma criança, nem sempre é fácil!
Como já vimos, a amamentação não é apenas um método de alimentação, também pode ser o travão de um choro, o que é uma benção para a maioria de nós, que ficamos profundamente perturbadas pelo barulho de uma criança a chorar, especialmente de noite.
A conveniência da amamentação torna-se mais óbvia, à medida que o tempo passa, o que é uma pena, pois muitas mães desistem durante as dificuldades dos primeiros dias e nunca chegam a experimentar o conforto e o prazer de dar a um bébé uma refeição completa ou um suplemento a uma refeição incompleta de uma criança, com um braço livre para acariciar um filho mais velho, um marido, ou para segurar um livro. Além disso, também incita a mãe a sentar-se ou deitar-se e descontrair/descansar ao mesmo tempo, no quente da sua cama.
Através da amamentação, a mãe recebe uma resposta da boca do seu filho, das mãos dele, do corpo e dos olhos dele. Isso dá-lhe informação sobre como ele se sente e sobre o que ele está a fazer. Quase todas as mães que amamentam até mais tarde, afirmam que esta intimidade com o bebé é o elemento mais satisfatório da amamentação. Quando a mãe está a ter este tipo de prazer, ele transmite-se, por sua vez, ao seu filho. Os sorrisos dela, as carícias e o relaxamento do seu corpo, tudo isso ajuda a tornar a experiência da amamentação mais agradável para o seu filho, também.
O contacto da pele entre mãe e filho, estimula a hormona prolactina que pode aumentar os sentimentos maternais. Estes sentimentos maternais e de protecção em relação ao filho defende a criança de possíveis maus tratos e abandono por parte da mãe. Em países onde se tem melhorado e aumentado a amamentação devido às mudanças nas práticas hospitalares para que não haja separação entre a mãe e o bebé, encontrou-se uma redução no abandono de bebés por parte das mães.
O aleitamento materno pode atrasar em muitos meses o retorno da menstruação e da ovulação em algumas mulheres, sendo portanto uma forma importante de retardar uma nova gravidez. Deste modo, evita a redução dos intervalos entre os partos que podem comprometer o estado de saúde e nutrição da mulher assim como a nutrição dos seus filhos (Davies,1993).
A amamentação reduz os riscos para certos tipos de cancros:
- cancro do ovário,- cancro do útero;- cancro do endométrio;- cancro da mama (King, Thomson e Gordon,1991).
Blaauw (1994) acrescenta que a amamentação protege contra a osteoporose. A densidade óssea de uma mãe que amamenta, pode estar reduzida, em geral em 1 a 2%. No entanto, a mãe tem essa densidade de volta ou até mesmo ter um aumento, quando o bébé for desmamado. Não dependendo isso, de um suplemento adicional na alimentação da mãe.
A amamentação tem demonstrado diminuir a necessidade de insulina da mãe diabética (Le Roy).
O aleitamento materno proporciona benefícios económicos para a família e para a nação (Declaração de Innocenti,1990). Atrevendo-nos a adicionar os benefícios para o ambiente. Se pensarmos nas quantidades de latas de fórmulas de leite, nos biberões, nas tetinas, nas máquinas de esterilização necessárias para a alimentação artificial de um bébé, para além do tempo da sua preparação e da procura de uma loja/farmácia aberta para a aquisição de uma lata de leite, apercebemo-nos dos custos elevados que a família tem que suportar. Mas, não nos devemos esquecer que, todo este material acarreta desperdícios desnecessários para o ambiente e sua possível contaminação. Podemos, ainda, acrescentar a estes custos, as idas ao pediatra, e a medicação necessária para tratar as doenças a mais, que os bebés não amamentados têm, em relação aos bebés amamentados. No entanto, deve-se realçar que o custo da medicação, e possível internamento, também é aguentado pelo país, ou seja todos nós.
Em conclusão, amamentar crianças maiores é normal e traz benefícios para ambos. Actualmente, tenta-se compensar o desmame precoce no primeiro ano de vida através de vacinas, antibióticos e medidas higiénico-sanitárias. No entanto, as necessidades psico-emocionais, de afecto e contacto físico íntimo persistem, e são de difícil substituição.
O desmame definitivo deve ser natural, não abrupto e fruto de um consenso familiar (mãe, bebé e pai) e do pessoal técnico de saúde, ambos devem chegar a um acordo. É especialmente importante, a mãe referir aos profissionais de saúde que quer continuar a amamentar a sua criança, justificando que não é um incómodo, mas antes um prazer de que ambos gostam e sente que o seu filho ainda precisa, por uma questão de especial conforto, ficando terrivelmente angustiado se lho negar.
O ponto vista da mãe, é provavelmente a melhor maneira de influenciar positivamente os técnicos.
Nesta linha de pensamento, parece-nos ser fundamental que tanto médicos como enfermeiros deixem de ter uma atitude indiferente, passiva ou mesma inadequada em relação à informação relativa ao aleitamento materno e a alimentação infantil, pois tais atitudes apenas podem conduzir ao desmame precoce com as consequências negativas que daí possam advir.
Gostaríamos de evidenciar o apoio da OMS/UNICEF em Portugal, pois têm-nos ajudado na nossa caminhada para a meta dos dez passos, redactados em 1989 por estas organizações internacionais e destinados a favorecer o sucesso da amamentação por parte dos estabelecimentos com serviços obstétricos. Nomeadamente, existe a linha “SOS – Amamentação” com técnicos que trabalham na base do voluntariado, na qual as mães que amamentam podem procurar apoio, de modo a fazê-lo de forma consciente e com suporte científico. A linha “SOS Amamentação” tem o seguinte contacto telefónico: 213880915.
BIBLIOGRAFIA
APPLEBAUM, R.M. (Eds.)(1975). Preparação para o Aleitamento Materno. A preparação pré-natal. (Vol.1)Lisboa: Direcção Geral de Saúde.BLAAUW,R. et al. Risk factors for development of osteporosis in a South African population. SAMJ 1994; 84:328-32.DAVIES,M.M.(1993). O livro da Amamentação.1ª ed.Lisboa,pag.11-116.DIÁRIO DA RÉPUBLICA (31 de Agosto de 1999).Decreto Lei nº142/99, Artº12,ponto nº2. Lisboa.FERGUSON,D.M. et al. Breastfeeding and subsequent social adjustment in six- to eight- year- old children. J Child Psychiatr Allied Discip 1987; 28: 378-86.GOLDMAN,A.S. et al. Immunologic components in human milk during the second year of lactation. Acta F´aediatr Scand 1983; 722:133-34.GULICK,E.E. Effects of breastfeeding on infant health. Pediatr nurs 1986; 12(1): 51-54.HORWOOD LJ and FERGUSSON.Brearstfeeding and later cognitive and academic outcomes, PEDIATRICS Vol. 101 nº1 January 1998, p.01-07.KING,F.S. y THOMSON,Z. y GORDON,O.N.(1991). Como ajudar as mães a amamentar. Universidade de Londrina,pag.23-119.LE ROY,J. O aleitamento materno. Servir. Lisboa, Nº48 (4), pag. 203-208.OMS (1989). Protecção, promoção e apoio ao aleitamento materno: O papel especial dos serviços materno - infantis. Genebra:DC:Autor.OMS/UNICEF (1 de Agosto de 1990). Protecção, promoção e apoio ao aleitamento materno.”Declaração de Innocenti”. Italia: Florença.RHODE, V.E. Breastfeedingbeyond twelve months. Lancet 1988; 2: 1016.SAVILAHTI, V.M.et al. Prolonged exclusive breastfeeding and heredity as determinants in infantile atopy. Arch Dis Child 1987; 62: 269- 73.VICTORA, C. G. Et al. Is prolonged breastefinding associated with malnutrition? Am J Clin Nutr 1984; 39: 307- 14.WALETZKY, L. R. Breastfeeding and weaning: some psychological considerations. Primary Care 1979; 6: 341- 55.
Palavras-chave:
- Desmame definitivo deve ser natural;
- “Amamentar crianças maiores é normal”
- Os benefícios da amamentação aumentam com o tempo da amamentação
Enfermeira Isabel Pedro - Lisboa
retirado de www.humpar.org

Recomendações da OMS no Atendimento ao Parto Normal


A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas

Plano individual determinando onde e por quem o parto será realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação, e comunicado a seu marido/ companheiro e, se aplicável, a sua família.

Avaliar os factores de risco da gravidez durante o cuidado pré-natal, reavaliado a cada contacto com o sistema de saúde e no momento do primeiro contacto com o prestador de serviços durante o trabalho de parto e parto.

Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do trabalho de parto e parto, assim como ao término do processo do nascimento.

Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto.

Respeitar a escolha da mãe sobre o local do parto, após ter recebido informações.

Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se sentir segura e confiante.

Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto.

Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto.

Respeitar a escolha da mulher quanto ao acompanhante durante o trabalho de parto e parto.

Oferecer às mulheres todas as informações e explicações que desejarem.

Não utilizar métodos invasivos nem métodos farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos como massagem e técnicas de relaxamento.

Fazer monitorização fetal com auscultação intermitente.

Usar materiais descartáveis ou realizar desinfecção apropriada de materiais reutilizáveis ao longo do trabalho de parto e parto.

Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebé e na dequitação da placenta.

Liberdade de posição e movimento durante o trabalho do parto.

Estímulo a posições não supinas (deitadas) durante o trabalho de parto e parto.

Monitorar cuidadosamente o progresso do trabalho do parto, por exemplo pelo uso do partograma da OMS.

Utilizar ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em mulheres com um risco de hemorragia pós-parto, ou que correm perigo em consequência de uma pequena perda de sangue.

Esterilizar adequadamente o corte do cordão.

Prevenir hipotermia do bebé.

Realizar precocemente contacto pele a pele, entre mãe e filho, dando apoio ao início da amamentação na primeira hora do pós-parto, conforme directrizes da OMS sobre o aleitamento materno.

Examinar rotineiramente a placenta e as membranas.



B) Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas

Uso rotineiro de enema.

Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos.

Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto.

Inserção profilática rotineira de cânula intravenosa.

Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto.

Exame rectal.

Uso de pelvimetria radiográfica.

Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto de tal modo que o efeito delas não possa ser controlado.

Uso rotineiro da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto e parto.

Esforços de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período expulsivo.

Massagens ou distensão do perineo durante o parto.

Uso de tabletes orais de ergometrina na dequitação para prevenir ou controlar hemorragias.

Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitação.

Lavagem rotineira do útero depois do parto.

Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto.



C) Condutas utilizadas com insuficientes evidências que apoiem a sua clara recomendação e que devem ser utilizadas com precaução até a conclusão de novos estudos.

Método não farmacológico de alívio da dor durante o trabalho de parto, como ervas, imersão em água e estimulação nervosa.

Uso rotineiro de amniotomia precoce (romper a bolsa d’água) durante o início do trabalho de parto.

Pressão no fundo uterino durante o trabalho de parto e parto.

Manobras relacionadas à protecção ao perineo e ao manejo do polo cefálico no momento do parto.

Manipulação activa do feto no momento de nascimento.

Utilização de ocitocina rotineira, tracção controlada do cordão ou combinação de ambas durante a dequitação.

Clampeamento precoce do cordão umbilical.

Estimulação do mamilo para aumentar contracções uterinas durante a dequitação.



D) Condutas frequentemente utilizadas de forma inapropriada

Restrição de comida e líquidos durante o trabalho de parto.

Controle da dor por agentes sistémicos.

Controle da dor através de analgesia epidural.

Monitoramento electrónico fetal .

Utilização de máscaras e aventais estéreis durante o atendimento ao parto.

Exames vaginais frequentes e repetidos especialmente por mais de um prestador de serviços.

Correcção da dinâmica com a utilização de ocitocina.

Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto.

Cateterização da bexiga.

Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a própria mulher sinta o puxo involuntário.

Adesão rígida a uma duração estipulada do segundo estágio do trabalho de parto, como por exemplo uma hora, se as condições maternas e do feto forem boas e se houver progresso do trabalho de parto.

Parto operatório (cesariana).

Uso liberal ou rotineiro de episiotomia.

Exploração manual do útero depois do parto.






Indução Natural do Parto

Tenho recebido vários mails com a mesma questão " Como induzir o Parto Naturalmente?"

É o bebé que deve dar o sinal para iniciar o trabalho de parto, ele liberta hormonas que iniciam o trabalho de parto, estimulando o hipotálamo da mãe a produzir a hormona natural oxitocina, que por sua vez provoca as contracções uterinas.Que tipo de mensagem enviamos ao nosso filho quando não lhe deixamos que ele próprio faça aquilo para que foi biologicamente destinado? “Não vais nascer quando quiseres, mas sim no dia que dava jeito à mãe ou ao médico”.

Não existe uma data fixa para o nascimento e não há razão para se pensar que um bebé tem forçosamente que nascer até às 40. Deve-se considerar um período provável para o nascimento (entre as 38 e as 42 semanas após o primeiro dia do último período menstrual) e não uma “data prevista” pois isso simplesmente não existe. Ainda assim, no final de uma gestação prolongada, deve-se acompanhar com maior atenção o bem-estar do bebé, contando os movimentos, ouvindo o coração diariamente, verificando se há perdas de líquido com cor esverdeada, fazendo uma ecografia em caso de ansiedade ou dúvidas.

Esta ansiedade faz mal á mãe e ao bebé.
A angústia não vai adiantar o parto e a impaciência só atrapalha a grávida e o desenvolvimento do bebé.

Para ajudar, algumas atitudes que podem ser colocadas em prática

• faça com que todos (filhos, marido, pais e irmãos) entenderem que o momento é seu e que precisa estar calma e despreocupada

• leve um ritmo mais moderado de trabalho. Claro que gravidez não é doença, mas tente ter um ritmo mais tranquilo.

• delegue as tarefas da casa para outra pessoa e exclua esse problema da sua rotina. A sua mãe, o marido,... podem ajudar bastante;

• relaxe todo o tempo que conseguir – dormir ou assistir a um filme à tarde ou receber uma massagem à noite só vão ajudar a descansar

• tire alguns minutos do dia para cuidar apenas de si, para fazer aquilo que gosta.


E depois de fazer isto tudo pense que 6% dos bebes nasce na data prevista para o parto. Se ainda não chegou ás 40 semanas descontraia, se já passou pode tentar:

- caminhar,

- sexo com ejaculação no colo do útero,

- chá de cravo com canela,

- chá da Naoli,

- chá de framboeseiro,

- comidas apimentadas,

- banhos quentes,

- massagem nos mamilos.


Além disto rir muito, rever o plano de parto ( que já deve de estar feito e enviado para a direcção do hospital), lavar as roupas do bebé, meditar...

Falar com uma doula ajuda a relaxar e diminuir a ansiedade.

O parto é seu, e não se esqueça que induções... só por razões médicas.

De acordo com o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), o trabalho de parto deve ser induzido somente quando o risco para o bebé seja maior, se permanecer dentro do útero da mãe que o do nascimento prematuro.

Isto é verdade quando:

- a bolsa de água que envolve o bebé se rompe verdadeiramente e o trabalho de parto não inicia,

- a gravidez ultrapassa as 42 semanas, ( e só 42 semanas )

- a mãe sofre de tensão arterial alta,

- a mãe sofre de algum problema, como diabetes, que poderia prejudicar o seu bebé,

- ou quando a mãe tem uma infecção no útero.

Existem evidências crescentes que a indução do trabalho de parto não está isenta de riscos.

Prematuridade - Um dos problemas de induzir o trabalho de parto é que as datas prováveis de parto não são exactas. Se há um erro de 2 semanas ao calcular a DPP (Data Prevista do Parto), uma mulher que está a programar a indução na semana 38 poderá estar somente de 36 semanas de gravidez.

O Dr. Michael Kramer da Universidade de Montreal e os seus colegas, examinaram 4.5 milhões de nascimentos nos EUA e Canada durante 1990.

Num estudo publicado no The Journal of the American Medical Association (Jornal da Associação Americana de Médicos), em 2000, os investigadores concluíram que os bebés nascidos somente umas semanas mais cedo – de 34 a 36 semanas – eram 3 vezes mais propensos a morrer no seu primeiro ano de vida que aqueles que nasciam de termo. “ Os obstetras podem perceber a indução livre de riscos e por isso não avaliar adequadamente os riscos e os benefícios”, disse mais tarde o Dr. Kramer numa entrevista.

Complicações e Nascimentos por Cesariana - Investigadores da Universidade de Texas South Western Medical Center em Dallas, Texas, também fizeram uma análise nos resultados das gravidez por semanas de gestação, o Dr. James Alexander e seus companheiros de investigação concluíram que “ A indução rotineira do trabalho de parto às 41 semanas de gestação só aumenta as complicações do trabalho de parto e o nascimento por cesariana sem nenhuma melhoria significativa nos resultados neonatais”. Os investigadores do Grupo Chochrane para a Gravidez e Parto, uma fonte de informação mundialmente respeitada, para os cuidados e atenção, baseados em evidências, estiveram de acordo com esta conclusão.

Relativamente às gravidezes de pós-termo, eles declararam “ Uma política de indução rotineira às 40-41 semanas de gestação numa gravidez normal não pode ser justificada, isto demonstrado por provas controladas. Uma vez que a duração da gravidez ultrapassou as 41 semanas, às mulheres que optam pela indução, deverá oferecer-se-lhes o melhor método de indução disponível.

Aumento da Necessidade de Intervenções - A somar ao aumento do risco de moderada prematuridade e do nascimento por cesariana.

A indução do trabalho de parto por norma leva à necessidade de intervenções médicas adicionais. Em muitos casos, se uma mãe é induzida, necessitará uma canalização intravenosa (IV) e monitorização electrónica contínua do ritmo cardíaco fetal. Na maioria dos hospitais, irá ser necessário que a mulher permaneça na cama ou muito perto dela. Como resultado a mulher será incapaz de colaborar no progresso do seu trabalho de parto, caminhando livremente, ou mudando de posições em resposta às suas contracções de trabalho de parto. A mãe será incapaz de tomar vantagem de um reconfortante banho de imersão ou um duche para aliviar o desconforto das contracções. As contracções induzidas artificialmente normalmente chegam ao seu pico mais rapidamente e permanecem intensas por períodos mais longos, que as contracções naturais, aumentando a necessidade de uso de medicamentos para aliviar a dor na mãe.

Desvantagens Psicológicas - O trabalho de parto induzido, especialmente quando não está indicado medicamente, pode ser uma mensagem muito poderosa na mãe, de que o seu corpo não está a funcionar adequadamente – de que necessita de ajuda para iniciar o seu trabalho. Esta mensagem junto com os necessários aumentos de intervenções médicas, pode diminuir a confiança na sua habilidade para dar à luz

Por tudo isto, relaxe, descontraia, porque mais dia, menos dia, vai ter o seu bebé no colo... feliz...

Fazer força para empurrar o bebé durante o parto pode ser prejudicial, diz estudo

Pedir que uma mulher 'empurre' o bebê na hora do parto faria uma diferença irrisória no tempo que leva para a criança nascer e poderia até causar problemas de saúde, sugere uma pesquisa.
Os pesquisadores da Universidade do Texas indicam que fazer isso poderia causar problemas para a bexiga das gestantes.

Os pesquisadores observaram 320 mulheres saudáveis que davam a luz pela primeira vez, haviam tido gestações sem problemas e não precisaram de anestesia epidural durante o parto.

Eles estudaram a duração do chamado segundo estágio, quando o colo do útero está totalmente dilatado e o bebê começa a se mover.

Cansaço

Metade das mulheres receberam instruções de empurrar por 10 segundos durante uma contração e a outra metade foi instruída a fazer o que lhes "parecesse natural".

Esse estágio para o primeiro grupo levou cerca de 46 minutos, e para o segundo, 59 minutos.

Das 320 mulheres, 128 voltaram para testes após três meses.

As que receberam instrução para empurrar os bebês, apresentaram uma menor capacidade de bexiga, embora os pesquisadores lembrem que é comum que o órgão volte ao normal com o tempo.

"Geralmente é melhor para a paciente fazer o que é melhor para ela”, diz Steve Bloom, ginecologista que conduziu a pesquisa.

A equipe diz, entretanto, não desejar alarmar desnecessariamente as mulheres.

A obstetra Maggie Blott, da Enfermaria Real de Newcastle, disse que existe uma tendência a deixar que as mulheres se sintam livres para agir com naturalidade na hora do parto.

"Empurrar muito antes da hora pode exaurir a mãe e o bebê, aumentando o risco de que ela precise de assistência durante o parto e de outros problemas", diz ela.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2005/12/051230_partoestudorc.shtml

Sexo no final da gravidez ajuda parto, dizem médicos.

"Quinta, 20 de julho de 2006,
Sexo no fim da gravidez ajuda parto, dizem médicos

As relações sexuais durante os últimos meses de gravidez ajudam a mulher no parto, segundo um estudo apresentado hoje por médicos malaios.

Esta foi uma das conclusões da equipe dirigida pelo professor Tan Peng Chiong, especialista em ginecologia e obstetrícia da Universidade da Malásia. Ele estudou o período de gravidez de 200 mulheres casadas.

A equipe médica malaia, que para realizar o estudo colaborou com a publicação americana Obstetrics and Gynecology, se baseia nas anotações das mulheres sobre sua atividade sexual durante os nove meses de gravidez.

"Descobrimos que a mulher grávida que tem relações sexuais dá à luz com mais facilidade", disse o chefe da equipe.

Tan explicou que o estudo foi realizado durante os últimos três anos, levando em conta fatores étnicos, educação, profissão e a idade do parceiro com quem a mulher mantém relações sexuais.

"Definitivamente, é uma área de interesse prático para os casais", disse o professor Tan.

O estudo médico também sustenta que as relações sexuais durante a gestação "não causam ruptura de membranas nem parto prematuro".

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