Mamilos de silicone, ou protectores para os mamilos feitos de silicone fino, onde o bebe mama, podem ser úteis em poucos casos ( como para as primeiras mamadas de prematuros com peso muito baixo), e não estão indicados para:
• Proteger o mamilo em caso de fissuras dolorosas, podendo até aumentar a dor por fricção, não resolvendo o verdadeiro problema das fissuras que é a pega incorrecta com o mamilo de silicone o bebé não aprende a mamar melhor.
• No caso de mamilos invertidos, só devem de ser usados como ultimo recurso.
As consequências do uso de mamilos de silicone são:
• Sucção ineficaz • Confusão entre mamilo e tetina • Pouco aumento de peso do bebe • Desmame precoce
Por tudo isto os mamilos apenas devem de ser recomendados de forma esporádica e como medida transitória, alertando a mãe para as consequências do seu uso, devendo as mães aconselhar-se com um conselheiro em amamentação (SOS amamentação, LLL, etc.) antes de os usar.
O facto de um bebé não estar cefálico ( de cabeça para baixo ) não é motivo para marcar uma cesariana...
O parto vaginal continua a ser uma opção nos partos de nádegas a termo!
Resultado de um estudo de observação prospectivo na França e Bélgica. (Is planned vaginal delivery for breech presentation at term still an option? Results of an observational prospective survey in France and Belgium Goffinet, et al.,Obstetrics and Gynecology Volume 194, Issue 4 , April 2006, Pages 1002-1011).
Os investigadores compararam resultados entre as cesarianas programadas e os partos vaginais de nádegas planeados em 8.105 mulheres na França e Bélgica. Conclusão: Das que planearam um parto vaginal, 71% tiveram êxito e não houve diferenças significativas nos resultados entre os partos vaginais e as cesarianas. Fonte: ICAN - International Cesarean Awareness Network (http://www.ican-online.org/)
A Editora Ariana convida-o para o lançamento do livro
POMPOAR - A ARTE DE AMAR de Stella Alves que terá lugar no KITSCH LAB no dia 7 de Novembro (sexta feira) pelas 19.30. A obra será apresentada por Paula Nabais. O KITSCH LAB fica situado no Bairro Alto, Rua da Barroca, nº 15 em Lisboa.
Em Portugal, surgem anualmente cerca de 4.500 novos casos de cancro da mama e morrem aproximadamente 1.500 mulheres com esta doença, o que perfaz uma média de quatro a cinco mortes por dia. O cancro da mama é a segunda causa de morte nas mulheres com idade compreendida entre os 35 e os 55 anos.
De forma a sensibilizar a população para a importância do diagnóstico precoce no tratamento do cancro da mama e para acabar de vez com o estigma associado a esta doença, a Associação Ame & Viva a Vida – Associação de Mulheres Mastectomizadas convida todas as mulheres a unirem-se a esta luta, vestindo, no dia 30 de Outubro, uma peça de roupa cor-de-rosa.
Infelizmente, a “prevenção do cancro da mamã” não é mais que um diagnostico precoce, a promoção da amamentação constitui talvez a única ferramenta que na verdade permitiria diminuir a incidência deste cancro.
Depois de reanalisar os dados de 47 estudos feitos em 30 países, com mais de 50 000 casos de cancro de mama e mais de 90 000 controlos, chegou-se á conclusão de que, só nos países desenvolvidos, poderiam ser evitadas 50 000 novos casos de cancro por ano por cada 12 meses de aumento na duração média da amamentação. Seria interessante pensarmos nisto neste Dia da Mulher Rosa.
Para saber mais: Collaborative Group on Hormonal Factors in Breast Cancer. Breast Cancer and Breastfeeding: collaborative reanalysis of individual data from 47 epidemiological studies in 30 countries, including 50302 women with breast cancer and 96973 women without the disease. Lancelet 2002;360:187-95
Bibliografia: Manual prático do aleitamento materno, Dr. Carlos González
Renova-te. Renasce em ti mesmo. Multiplica os teus olhos, para verem mais. Multiplica os teus braços para semeares tudo. Destrói os olhos que tiverem visto. Cria outros, para as visões novas. Destrói os braços que tiverem semeado. Para se esquecerem de colher. Sê sempre o mesmo. Sempre outro. Mas sempre alto. E dentro de tudo.
Cecília Meireles - As mulheres durante a gestação tornam-se mais suscetíveis a todo tipo de ambiente emocional. Mesmo aquelas que não davam importância à vida onírica, na gravidez, passam a dar mais atenção às paisagens internas e buscam seu significado. Por isso o grande interesse neste tema.
Marie Louise Von Franz, uma das principais colaboradoras de C. G. Jung, há mais de 20 anos iniciou uma pesquisa onde buscou os sonhos de mulheres grávidas em várias partes do mundo (publicado em “Dreams”, edição inglesa). Neste período eu estava grávida e pude também lhe enviar uma seleção de sonhos.
O livro Sonhos e Gravidez de Marion Rauscher Gallbach é outra referência de pesquisa mais recente. Trata-se de uma dissertação de mestrado que observa os sonhos de mulheres na primeira gestação, a estreita passagem de ser filha para ser mãe.
A idéia central nesta abordagem é compreender como se constrói o processo criativo na alma feminina e qual seu suporte adaptativo durante a gestação. Na visão junguiana, o sonho é um fenômeno natural e espontâneo da psique que funciona de forma independente de intenções da vontade consciente. É produto do inconsciente.
Temos sonhos que nos remetem a memórias do passado, do que foi esquecido, das mensagens subliminares, das emoções reprimidas. São sonhos vindos de uma camada mais superficial do inconsciente, chamada de inconsciente pessoal.
Temos também sonhos que refletem o contato com nossa herança psíquica coletiva e com o potencial de vida futura. Estes sonhos vêm de camadas mais profundas da nossa estrutura psíquica, do chamado inconsciente coletivo. Segundo Jung, esta camada coletiva é matriz da vida afetivo-emocional. Por analogia, sua atividade poderia ser comparada ao endométrio que acolhe o óvulo fecundado. O aumento de fluxo sanguíneo e de nutrição que acontece no útero grávido é concomitante ao aumento do fluxo de imagens produzidas pelo inconsciente. Mais “vascularizado” este fluxo emite sinais que encontramos nos sonhos, nos pré-sentimentos, intuições e visões de mulheres grávidas. Sinais estes, especialmente marcantes no primeiro e terceiro trimestre da gravidez, tempo onde a necessidade de segurança emocional é maior. Este é o momento de visibilidade da função auto-regulatória da psique, que age através do material simbólico contido nos sonhos, compensando a vida consciente, devolvendo a confiança e restaurando o equilíbrio psíquico.
A gravidez se caracteriza por uma alteração na identidade da mulher, ela não se reconhece mais - principalmente no caso da primigesta -, ocorre um deslocamento do eixo das atenções, antes voltadas mais para o meio externo. A relação com seu corpo, seu sentido físico, no transcurso dos dias, na contagem das semanas de gestação a convidará a construir uma nova biografia.
A mulher deve estar empenhada em descobrir as adaptações e o amadurecimento psicofísico passo a passo. A gravidez, assim como o parto, é um acontecimento da esfera biopsicossocial e o inconsciente responde a ambos com informações arquetípicas, constelando principalmente o arquétipo materno.
O materno é um aspecto do arquétipo feminino que pode ser desenvolvido com mais intensidade a partir de uma experiência de maternidade. Sob a influência do arquétipo materno, dentro deste casulo, a mulher passa pela transformação de menina a moça, de mulher a mãe. Da condição de ser gerada para geradora. Acessa a fonte criadora que no seu corpo tem como endereço seu útero grávido. A consciência deste aspecto materno traz à sua vida psíquica um acréscimo do elemento Eros - está contido em Eros a capacidade de se relacionar, de estabelecer laços afetivos, e tem seu centro no coração. Coração e útero, dois órgãos que atuam juntos neste processo.
A medicina tradicional chinesa – MTC - explica que o Rim como órgão do sistema Zang Fu cuida e sustenta a gravidez. Os meridianos do Coração e do Rim formam juntos o grande meridiano Yin mais profundo do corpo. A MTC diz também que o coração é o hospedeiro da mente e a emoção relacionada a ele é a alegria.
Visto de todas as formas, a natureza se manifesta exuberante no rico material simbólico e onírico que pode ser explorado, decifrado e traduzido em imagens plásticas. Vivido como uma iniciação feminina, a gravidez pode ser o primeiro olhar que a mulher dá para Si-Mesma, para seu mundo interno, para sua alma, onde encontra o movimento ondulante formador da vida da qual ela participa.
Nas pesquisas citadas inicialmente, foi encontrada uma grande quantidade de sonhos com o elemento água, quase nada do elemento fogo e ar e pouco do elemento terra. Águas doces de rios, cachoeiras, águas salgadas do mar. Grandes travessias oceânicas. Paisagens de ilhas ou de arquipélagos. Chuvas torrenciais, peixes pulando no mar. Nadar no lago. Banhos em piscinas, em banheiras. Todo tipo de purificações pelas águas.
A mulher grávida nos sonhos compartilha do mesmo ambiente da pequena vida contida em seu útero. Sem distinção: quem é a mãe, quem é o filho. É o sonho da mãe ou é o sonho do filho sonhado pela mãe. Um estado de participação mística, uma experiência de conjunção psicofísica entre a mulher grávida e seu bebê intra-útero, de proporção inigualável, que merece nossa atenção.
Temos também os sonhos de cuidado e alimentação de filhotes de animais, ou do seu próprio bebê ou a observação do crescimento de árvores e plantas. Ela pode sonhar com seu parto e antever os futuros acontecimentos. A mulher grávida expressa em sonhos os ciclos de florescimento e crescimento da natureza.
Na minha primeira gravidez tive um episódio de ameaça de parto prematuro com 26 semanas de gestação, precisei fazer repouso. Com este tempo, o feto ainda não é considerado viável, fiquei assustada, mas de súbito, lembrei que dois anos antes de ficar grávida havia tido uma série de sonhos com gravidez e partos prematuros que terminavam sempre bem. Num destes sonhos, eu ganhava um bebê prematuro de 28 semanas, ele passava bem e era um menino. Realmente tive um menino, prematuro de 31 semanas devido a uma pré-eclampsia.
Pré-eclampsia é uma doença da gravidez que se caracteriza por uma perda de proteínas pelo rim, gerando os sintomas de edema generalizado e hipertensão arterial sistêmica. Durante esta mesma gravidez em torno do quinto mês (20 semanas), sonhava que comia vários tipos de refeições com carne. Eu já era vegetariana há muitos anos e nunca tinha tido sonhos desta natureza. Pensei então que meu organismo estava precisando de um acréscimo de proteínas e comecei a comer carne.
Os sonhos anteciparam os cuidados e a atenção que deveria ter, pois seria uma gravidez de alto risco. A memória dos sonhos me deu a tranqüilidade que precisava para ultrapassar o momento crítico e confiar na força criativa da natureza que agia em mim e me ensinava a ter calma, ter paciência, a me entregar sem medo ao desconhecido.
Gravidez, parto e a experiência corporal resultante, providenciam uma oportunidade de medir, explorar e expandir nosso senso e conhecimento de quem somos como seres humanos do sexo feminino. Nossa experiência no mundo patriarcal gerou um gradual desaparecimento do significado do destino biológico da mulher, então nos cabe a tarefa, como mulheres de um novo tempo, encontrar o sentido de nossa maternidade internamente, buscando na fonte natural, um reposicionamento frente à vida, tanto no nível pessoal como no nível da coletividade em que estamos inseridas.
Sou entre flor e nuvem, Estrela e mar. Por que havemos de ser unicamente humanos, Limitados em chorar? Cecília Meireles
*Adelise Noal Monteiro é médica pediatra e analista junguiana. Integra a ONG Amigas do Parto.
A placenta é um órgão incrivelmente precioso e completo, sendo também o único órgão “usa e joga fora” que temos. Representa as raízes da criança no terreno da mãe. É feita de dois organismos diferentes e incompatíveis, mas funciona como um único órgão, em completa harmonia. Faz todas as funções de um corpo humano.
é fora de dúvida que permanece uma forma de troca entre placenta e criança mesmo após a expulsão do corpo materno. Tanto é que em outras culturas a placenta é conservada ao lado da criança até a queda do cordão, como sinal de extremo respeito pelos recursos endógenos e pelos tempos da criança, e também na convicção que a placenta continue nutrindo a criança e lhe transmita ainda substâncias preciosas para seu sistema imunológico até estar completamente seca, em seguida poderá ser transformada em remédios (tinturas) que curarão a criança por longos anos e de várias doenças.
Hoje a placenta esta sendo usada como remédio por muitos homeopatas. "
As raízes da violência NÃO são desconhecidas O cérebro maltratado e as emoções banidas
O que se verifica:
1 – o desenvolvimento do nosso cérebro depende daquilo a que formos submetidos. O cérebro estrutura-se nos 4 primeiros anos de vida, conforme as experiências que o meio ambiente proporciona à criança. Assim, o cérebro de uma criança cuja vivência é essencialmente imbuída de amor terá um desenvolvimento diferente do cérebro de uma criança tratada com crueldade.
2 – A maioria das crianças do nosso planeta recebe castigos corporais nos primeiros anos das suas vidas. Aprendem a violência logo de início e esta lição fica inscrita no seu cérebro. Nenhuma criança nasce violenta. A violência NÃO é genética. Existe porque as crianças que recebem castigos corporais utilizam na sua vida adulta a lição que os seus cérebros assimilaram.
3 – Como as crianças não se podem defender quando recebem castigos corporais, devem reprimir a sua ira e a sua raiva contra os pais que os humilharam, que aniquilaram a sua empatia inata e que insultaram a sua dignidade. Exteriorizarão essa raiva mais tarde, quando adultos, contra bodes expiatórios e sobretudo contra os seus próprios filhos. Privados da sua empatia, alguns vão dirigir a sua raiva contra eles próprios (através de desordens alimentares, dependência às drogas, depressão, etc) ou contra outros adultos (através das guerras, do terrorismo, da delinquência, etc).
Perguntas/ respostas : P : Os pais infligem castigos corporais aos filhos para que estes obedeçam, sem pensarem duas vezes no assunto. Ninguém, com excepção de uma pequena minoria, protesta contra este hábito perigoso. Porque é que este esquema tão evidente (que leva uma vítima enganada a tornar-se perpetrador) é completamente ignorado pelo mundo inteiro? Porque é que até os Papas, responsáveis pelo comportamento moral de milhões de fiéis, nunca os informaram que bater nos filhos é um crime?
R : Porque quase TODOS nós recebemos castigos corporais e tivemos de aprender muito cedo que estes actos cruéis são supostamente normais, inócuos e até bons para nós. Nunca ninguém nos disse que constituíam um crime contra a humanidade. Esta lição errada, imoral e absurda foi gravada nos nossos cérebros em desenvolvimento. Isto explica a cegueira emocional que governa o mundo.
P : Podemos livrar-nos da cegueira emocional que desenvolvemos na nossa infância ?
R : Podemos, pelo menos até um certo ponto, libertarmo-nos dessa cegueira se ousarmos vivenciar todas as nossas emoções reprimidas, inclusive o nosso medo e a nossa raiva proibidas contra os nossos pais, que muitas vezes nos aterrorizaram nesses longos anos que deveriam ter sido os mais belos da nossa vida. Não podemos recuperar esses anos. Podemos sim, ao enfrentar a verdade, transformar a nossa criança interior cheia de medo e negação num adulto bem informado e então responsável que pode por fim reconquistar a sua empatia, da qual foi privado tão cedo. Ao tornarmo-nos adultos responsáveis, não podemos mais negar o facto seguinte : bater em crianças é um acto criminoso que deveria ser proibido mundialmente.
Conclusão :
Respeitar e satisfazer as necessidades emocionais das nossas crianças significa muito mais do que proporcionar-lhes uma infância feliz : significa permitir aos cérebros dos futuros adultos que funcionem de modo saudável e racional, isento de perversão e loucura. Forçar uma criança a aprender que bater-lhe é bom para ela é a lição mais absurda e mais incoerente, cujas consequências são muito perigosas. Esta lição, juntamente com o facto da criança perder o contacto com as suas verdadeiras emoções, constitui as raízes da violência.
É comum as mulheres grávidas idealizarem um parto, o "parto ideal". Todas as mulheres são diferentes, umas querem parir no hospital, outras em casa, com ou sem epidural, com musica, na agua... O importante é que tenham o parto que desejam... isto sim é a verdadeira humanização do parto, isto sim é devolver o protagonismo á mulher.
Estas sugestões vão ajudar a chegar ás suas próprias conclusões a respeito do parto que deseja... no entanto tenha sempre em conta que chegado o momento o instinto diz-nos o que fazer...
Informe-se
A grande maioria das mulheres não estão informadas sobre as vantagens e os inconvenientes das diferentes maneiras de dar á luz e dos procedimentos e rotinas hospitalares. Informe-se, esclareça todas as suas duvidas
Escolha cuidadosamente o lugar onde vai nascer o seu bebé
Se escolher o hospital para o nascimento do seu bebé, não deixe de o visitar, fale com os profissionais que lá trabalham, informe-se sobre as suas praticas e saiba até que ponto são flexíveis para respeitarem as suas opções.
Tente obter a percentagem de cesarianas, de epidurais, de partos instrumentalizados e de episiotomias.
Se está a pensar num parto em casa, converse com várias parteiras que acompanham partos domiciliares, saibam quais os seus procedimentos e esclareça todas as suas duvidas.
Seja qual for a sua escolha, o fundamental é que seja bem pensada sem a pressão extrior de outras pessoas.
A Importância do(s) acompanhante do parto
Em vez de pensar quem gostaria de ver o nascimento do seu filho, pense primeiro quem gostaria que estivesse consigo nesse momento tão intimo e pessoal... as avós e até mesmo o pai de bebé devem de perceber que o importante é a futura mãe sentir-se perfeitamente descontraída... Parir não é um acto social, é um acto mamífero, é fundamental uma grávida em trabalho de parto não se sentir observada.
Contudo, as pessoas que a futura mãe deseja que estejam presentes durante o trabalho de parto, podem ter um efeito benéfico dando segurança e confiança á futura mamã...
Encontre o ambiente adequado
Para a maioria das mulheres, o ambiente adequado é um lugar onde instintivamente se sentem seguras. o hospital pode ser um lugar onde as mulheres se se sentem inseguras, mas para outras a tecnologia pode ter o efeito contrario, tranquilizando-as. O importante é não sentir medo, para reduzirmos a adrenalina, pois esta hormona pode bloquear o trabalho de parto.
No hospital há pequenos detalhes que podem ajudar a melhorar o ambiente, como baixar as luzes, não colocar a tecnologia á vista ou colocar uma musica agradável
Mexa-se
Se nada impedir uma mulher de se mexer em trabalho de parto, ela adoptará de forma instintiva posições que lhe proporcionam maior alivio á dor.
O mais habitual é ver uma mulher a parir deitada, posição que estreita o canal do parto, ficando o bebé com muito menos espaço para passar, tendo de sair contra a gravidade.
Mobilidade, verticalidade e tempo são as palavras chaves para ter o máximo de possibilidades de ter um parto vaginal.
Resolver assuntos pendentes
Qualquer motivo de desgosto, tristeza ou preocupação são suficientes para uma mulher não se conseguir entregar completamente ao parto. Assim para evitar bloqueios é bom tratar todos os assuntos pendentes, todos os traumas, todos os medos.
Fazer um plano de parto
O Plano de Parto é um instrumento muito útil para comunicar com os profissionais de saúde. É um documento elaborado pela mulher/casal com os seus desejos para o nascimento do seu bebé. É uma manifestação escrita da vontade da mulher/casal do seu direito de decidir livremente, e consentir ou não intervenções médicas.
«Algumas maternidades privadas estão a transferir para os hospitais públicos as parturientes que precisam de internamentos mais prolongados quando estas ultrapassam os limites dos seus seguros de saúde, situação que a nova regulamentação do sector deverá evitar.
Cada vez mais frequentes por causa dos seguros de saúde - que já comparticipam as despesas de dois milhões de portugueses - os partos nas maternidades privadas correm normalmente sem complicações, embora o risco exista, disse à Lusa o presidente do Colégio de Especialidade Ginecologia/Obstetrícia da Ordem dos Médicos.
Luís Graça, que exerce no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, explicou que 85 a 90 por cento dos casos de ginecologia e obstetrícia são de baixo risco, o que significa que entre 10 a 15 por cento são situações de risco médio e elevado.
São estes últimos casos que podem complicar-se e obrigar a internamentos mais prolongados. O nascimento de prematuros é um exemplo das situações mais complexas, mas também os casos em que a mulher precisa de um acompanhamento.
Segundo Luís Graça, e ao contrário do que algumas instituições privadas dão a entender, nenhuma maternidade privada tem uma unidade de cuidados intensivos neonatais. Como só os hospitais públicos dispõem desta valência, os casos mais complexos que passam pelas instituições privadas e que precisam de cuidados intensivos neonatais são transferidos para as do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Luís Graça não critica estas transferências, que também acontecem entre instituições públicas, nomeadamente de hospitais sem grande resposta técnica e diferenciada para instituições de referência na área, como o Hospital de Santa Maria e a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, ou o Hospital de São João, no Porto.
O especialista critica antes a "publicidade enganosa" que algumas maternidades privadas fazem, dando a entender que dispõem de todo o tipo de resposta na área de ginecologia e obstetrícia.
"As maternidades privadas deveriam esclarecer devidamente os clientes de que certos casos poderão não ter resposta nestas instituições", acrescentou.
Mas Luís Graça alerta ainda para outro tipo de transferências das maternidades privadas para as públicas e que têm a ver com os seguros de saúde: "Os casos mais complicados precisam de mais dias de internamento, mas quando o limite do seguro é ultrapassado, o hospital privado encaminha o doente para o público que tem de aceitar a parturiente e a criança, pois estas também têm direito ao SNS".
À Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, chegam casos destes, encaminhados por hospitais privados e de parturientes que ultrapassam os limites dos seus seguros de saúde, disse à Lusa o presidente do conselho de administração.
Segundo Jorge Branco, estes casos são conhecidos e cada vez mais frequentes, devido ao crescimento do número de seguros de saúde em Portugal.
Jorge Branco reconhece que, em alguns casos, a transferência ocorre durante o internamento das parturientes e que estas e as suas crianças são sempre recebidas pela instituição.
"Não podemos abandonar as doentes", afirmou, embora defenda que o internamento devia começar e acabar na instituição que acolheu a grávida.
Luís Graça, que trabalhou na proposta de regulamentação das maternidades privadas, sobre a qual a ministra da Saúde deverá em breve pronunciar-se, revelou que a futura legislação deverá evitar estas situações.
A solução passa por impedir que as maternidades privadas recusem os partos com gestação inferior a 32 semanas, os quais em princípio necessitarão de cuidados intensivos neonatais.
Para as instituições sem serviço de urgência, como o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa, é proposto que os partos só se realizem quando a gestação tiver mais de 34 semanas.
Luís Graça não sabe se as propostas serão acatadas por Ana Jorge, mas acredita que a medida imporá algumas regras num mercado que cada vez mais é vendido à conta de "alguma publicidade enganosa".
A Lusa consultou alguns sites e encontrou instituições que efectivamente garantem respostas a todos os níveis. O Hospital da Luz, em Lisboa, por exemplo, escreve que a sua maternidade tem "capacidade para responder a qualquer situação de parto, bem como para contribuir de uma forma decisiva para a confiança, conforto e bem-estar das suas clientes".
Luís Graça reconhece que as instituições privadas que abriram recentemente em Portugal - como o Hospital da Luz, a Cuf Descobertas ou o Hospital dos Lusíadas, todos em Lisboa - estão tecnologicamente muito bem apetrechadas. Contudo, o especialista alerta: "Nenhum doente é tratado por paredes".
A Lusa contactou o Instituto Português dos Seguros (IPS) e a Associação Portuguesa de Seguradoras (APS), mas nenhuma destas entidades quis pronunciar-se sobre a matéria.
Dados da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) indicam que existem 25 maternidades privadas em Portugal. Dos 100 mil nascimentos anuais, cerca de 20 mil ocorrem em instituições privadas.»
Tenho de vos confessar que a revista Mãe Ideal não é de todo a minha preferida, mas fiquei surpresa ao encontrar esta reportagem...
"A gravidez, o parto e o nascimento são experiências partilhadas pelas mulheres de todo o Mundo
Há alguns anos, uma mulher recém-chegada de Espanha, com dois filhos pequenos e grávida de cinco meses, veio ao consultório e disse-me: "Quero ter este filho na minha casa, estou acompanhada por um casal de amigos e gostava que estivesse lá para cuidar de qualquer situação imprevista.
De qualquer maneira o parto será assim, mesmo que não aceite estar presente, mas seria mais tranquilizador que pudesse contar consigo". Depois desta primeira entrevista e durante as consultas posteriores fui-me informando da sua história pessoal e familiar, do mundo das suas necessidades, alegrias, receios e desejos, e assim pude compreender melhor a sua decisão.
A firme determinação desta mulher confrontou-me com a minha experiência e treino médico. Propunha-me desistir de um conceito quase sagrado: o parto e o nascimento deixariam de ser um "acontecimento médico". Também me obrigou a enfrentar os meus próprios desejos e batalhas profissionais.
Confrontavam-se assim mal-estares acumulados por uma prática que não me satisfazia, por uma atenção institucional repleta de ritos tecnológicos justificados num melhor cuidado de saúde, e um desempenho profissional carregado de rotinas e normas que parecem impossíveis de ser repensadas e muito menos questionadas.
Uma experiência vital
A gravidez decorreu segundo os cânones do que em obstetrícia se denomina "gravidez de baixo risco", pelo que não havia nenhum motivo para que o parto não decorresse de acordo com os desejos da mãe.
Assim, Ana Maria inicia o seu trabalho de parto na companhia de um casal de amigos e deslumbra-se e deslumbra-nos com uma experiência vital única.
A explosão das suas sensações criou um clima em que os sons, odores, exclamações e gestos fluíam numa harmonia de qualidade inédita para os meus sentidos.
Com a minha atenção vigilante, assisti a um nascimento na posição escolhida pela mulher e com o suporte afectivo dos seus amigos.
Posto o bebé no regaço da sua mamã e em excelentes condições terminou esta maravilhosa cena. Cena que me impulsionou, durante os anos posteriores, a uma aprendizagem da profissão, cuja pedra fundamental é a disposição permanente a escutar a mulher, suas opiniões, desejos e necessidades.
Vinte anos decorreram desde esse episódio e hoje uma vasta experiência permite-nos dar uma nova definição do acontecimento do parto e do nascimento, como um facto essencialmente social e afectivo que sucede no corpo de uma mulher e seu marido.
Um lugar seguro
A partir da década de 40 o internamento hospitalar para o parto foi considerado a forma mais segura para ter um filho. Esta hipótese impõe-se através de argumentos que têm em atenção normas de higiene óptimas e a possibilidade de dispor de uma equipa profissional apta para atender as necessidades do bebé e da mamã.
No entanto, não existe nenhuma evidência que justifique que o parto numa instituição oferece maior segurança para as grávidas de baixo risco.
Mais ainda, existem provas de que a morbilidade (possibilidade de doença) é mais elevada entre as mães e os bebés nascidos dentro do sistema de saúde.
Provavelmente, o mito do risco do parto em casa é sustentado pelo elevado número de nascimentos caseiros que não foram devidamente planificados e que por isso careceram da atenção de profissionais ou pessoas treinadas, situação que certamente implica um risco maior.
Um parto e um nascimento planificados, com uma equipa que dedique a devida atenção e tome as precauções de cuidado apropriado, não representam um risco elevado.
Precisamente, a ausência de toda a rotina médica que altere a natureza espontânea do parto e a ternura do clima gerado pelos pais diminui a possibilidade de problemas inesperados. De todos os modos, o risco sempre se contempla.
Por isso se procura previamente um espaço institucional para o qual possa transferir-se a mamã em caso de necessidade. Não ter em atenção estas medidas tornaria perigosa a decisão de dar à luz em casa.
Regressar ao natural
O movimento alternativo por novas expressões na atenção do parto e do nascimento que incluem o parto domiciliário é uma reacção de muitas mulheres e homens às práticas médico-obstétricas mecanicistas e paternalistas que se desenvolveram desde os inícios do século pas-sado.
A procura de "o natural" não é uma moda, é uma escolha. É uma maneira mais autêntica e profunda de ligar-se com a vida que impele um casal a recusar a "medicalização" do parto que supõe a imposição de rotinas desnecessárias, e convida a mulher a dispor do seu corpo segundo indiquem as suas próprias sensações e a dar à luz esse filho na posição desejada: sentada, de cócoras, na água, de joelhos.
Tudo isto é absolutamente possível em qualquer espaço mesmo numa maternidade ou num hospital para aqueles casais que não renunciam às suas aspirações de sentir-se protagonistas plenos deste acontecimento único.
O parto em casa ressurge na nossa sociedade como uma reacção às experiências de muitos nascimentos institucionais, que embora efectuados de acordo com as normas de atenção da saúde, descuidam as medidas de prevenção psicológicas, sociais e biológicas.
Nesse contexto, realizam-se internamentos e intervenções muitas vezes inadequados para a atenção e cuidado da maternidade e do parto, seguindo modelos de condução médica mas descuidando os aspectos afectivos das mães e dos seus filhos.
Uma investigação profunda revelaria, como o demonstra a nossa experiência, o valor que tem a influência do ambiente no momento do nascimento para o saudável desenvolvimento do bebé.
Uma tendência crescente
Em vários países, incluindo o nosso, observa-se uma proporção crescente de partos que têm lugar em casa, e alguns estudos científicos sugerem que entre 10 e 14% das mulheres escolheria esta opção se lhes fosse dada a oportunidade.
Reino Unido e Holanda são dois dos países que estão à cabeça desta lista. Desde há séculos que se regista nas mulheres holandesas uma marcada decisão por um parto natural.
Mais de um terço dos nascimentos acontecem em casa, e o parto considera-se um acto normal, que não exige intervenções médicas salvo no caso de situações de risco declarado.
A conclusão das investigações é que para as mulheres com gravidezes de baixo risco o parto em casa é uma decisão segura que tem resultados tão fiáveis como os que estabelece a comunidade médica.
Tenhamos em atenção que a Holanda é um dos países com uma das taxas mais baixas de mortalidade perinatal no mundo.
Apesar dos fortes argumentos contra o parto em casa por parte do sistema predominante, um número cada vez maior de mulheres pede a atenção em casa.
Vale a pena considerar que num parto domiciliário o baixo nível de participação médica contrapõe-se com as intervenções desnecessárias que podem realizar-se nas instituições, que criam pseudo-problemas e finalmente terminam incrementando o número de cesarianas.
Neste sentido, o ambiente caseiro promove partos muito menos problemáticos. A nossa resposta ao desejo das mulheres é oferecer a possibilidade do parto em casa a quem o desejar.
É um direito escolher como, onde e com quem estar acompanhado no momento de ter um filho.
Por um parto mais humano
As mulheres que procuram o ambiente do lar para ter o seu filho costumam ter uma grande determinação na sua decisão.
Estão dispostas a atender a influência da sua própria natureza e confiam mais nos seus mecanismos intuitivos do que nas advertências ou recomendações do obstetra.
Reclamam por uma maior intimidade que aquela que lhes oferece o meio institucional. Sentem-se menos ansiosas pelo parto e mais confiantes em si mesmas.
Em casa não há induções nem conduções do parto, e tão pouco analgesias medicamentosas. Os partos decorrem de joelhos, sentadas, de cócoras, de gatas ou em pé.
Movimentos, massagens, imersão na água, assim como liberdade para escolher a posição desejada, são os recursos utilizados para aliviar a dor.
As mulheres que desejam dar à luz em casa são um grupo minoritário da população feminina, mas é um grupo numeroso aquele que se aproxima à procura de alternativas que humanizem o parto e o nascimento, mesmo no âmbito de uma instituição.
O debate sobre a livre escolha começou, e o aspecto mais significativo é o lugar onde decorre o parto: em casa ou numa instituição.
O direito a escolher
Planear um parto em casa implica uma atitude prévia e particular em relação à saúde, estilo de vida, considerações sobre a gravidez e a criança, responsabilidade, compromisso e independência.
Mas o parto em casa deve ser sempre assistido por uma equipa profissional organizada para esse propósito, que deve estar altamente comprometida com as necessidades afectivas e emocionais dos pais e que, ao mesmo tempo entenda que o protagonismo do parto e do nascimento é da família e não da equipa médica.
A nossa atitude face ao desejo dos casais é dar-lhes a liberdade para que eles façam o que sentem necessidade de fazer, no local que entenderem: em casa ou na instituição.
É uma proposta de liberdade onde cada um se liga consigo próprio e tem acesso ao que acredita que vai ser melhor e mais seguro para si. O que fica claro é que estaremos lá, para ajudar onde for necessário.
Algumas das razões pelas quais uma mamã escolhe ter o seu filho em casa, são:
Evitar intervenções desnecessárias. Estar num cenário familiar para sentir-se mais descontraída e com a sensação de um maior controlo. Receio ao dispositivo hospitalar. Ter a possibilidade de estar acompanhada numa situação de afecto e respeito. Experiências anteriores próprias ou alheias. Descoberta desta alternativa através de revistas ou livros que propõem o melhoramento da qualidade de vida. Muitas das mulheres dos quatro primeiros grupos justificam estes motivos devido a ter vivido experiências anteriores de mau trato e abandono durante a atenção hospitalar.
As razões pelas quais uma mamã escolhe o internamento, são:
Segurança. Desconhecimento de outras opções. Acatamento de um sistema para o qual é importante que o médico se sinta à vontade para desenvolver a sua tarefa. "