Pode estar relacionada com um factor de natureza anatómica, de uma alteração consequente de uma infecção genital crónica, um tumor ou distúrbios no sistema hormonal.
As causas de infertilidade feminina são as seguintes:
- Desordens da ovulação:
Responsáveis por cerca de 25%-30% dos casos de infertilidade.
Incluem problemas relacionados com as hormonas envolvidas na ovulação ou com o próprio funcionamento dos ovários, levando a uma ovulação irregular, pouco frequente ou mesmo inexistente.
Nos casos relacionados com desequilíbrio hormonais, os tratamentos implicam geralmente o recurso a medicação e apresentam boas taxas de sucesso.
Nota:
As Desordens na secreção de LH e FSH são as principais causadoras das desordens
ovulação.
Como vimos no artigo anterior, LH e FSH são as principais hormonas responsáveis pela
ovulação e são altamente sensíveis a factores como stress físico ou emocional, condições
de doença, alterações de peso repentinas, peso muito baixo, etc.
- Síndrome do ovário poliquístico
Surge de grandes alterações hormonais a nível do hipotálamo, hipófise e ovários e tem como consequência o desenvolvimento incompleto dos folículos ou inexistência de óvulo maduros nos folículos estimulados.
- Insuficiência ovárica prematura
Causada por uma resposta auto-imune em que o organismo ataca as células ováricas, resultando na perda de óvulos e numa reduzida produção de estrogénio.
- Danos nos ovários
Nomeadamente cicatrizes que impedem a correcta maturação de folículos. Estas cicatrizes são devidas a cirurgias (remoção de quistos ou tratamento de estados infecciosos).
- Menopausa prematura
- Síndrome do folículo luteinizado não roto
Refere-se a casos em que se dá a maturação do folículo e o correcto desenvolvimento de um óvulo no seu interior mas nunca ocorre o rompimento das paredes foliculares que permita a saída do óvulo.
- Danos nas trompas de Falópio
Responsáveis por cerca de 25% dos casos de infertilidade feminina. Correspondem a danos ou bloqueios (parciais ou totais) das trompas de Falópio que impem a subida dos espermatozoides até ao óvulo ou a descida do óvulo fertilizado até ao útero.
Os tratamentos implicam quase sempre cirurgia.
Nota:
Quais as principais causas dos danos das trompas de falópio?
- Infecções causadas por bactérias ou vírus (geralmente transmitidos por via sexual) que causam inflamação nas trompas com consequentes danos.
- Doenças que afectem o abdómen, tais como apendicite ou colite e que inflamem a cavidade abdominal e afectem as trompas causando cicatrizes e bloqueios.
- Pré-existência de uma gravidez ectópica (quando a nidação e desenvolvimento do óvulo fertilizado se dá numa trompa e não no útero)
- Cirurgias prévias ao abdómen ou pélvis das quais resultem adesões que bloqueiem as trompas.
- Defeitos congénitos das trompas de falópio.
- Endometriose:
Responsável por cerca de 10% dos casos de infertilidade feminina, caracteriza-se pelo crescimento de placas de tecido endometrial (que normalmente só se encontra no revestimento interno uterino - endométrio), fora do útero (nomeadamente nas trompas, ovarios, etc.).
Este crescimento de tecido extra, bem como a sua remoção cirúrgica, pode criar cicatrizes, produzir substâncias, etc., comprometendo a fertilidade.
- Estenose do cérvix:
Estreitamento ou bloqueio que pode advir de uma deformação congénita ou de um trauma e que pode impedir a passagem de espermatozoides até ao óvulo.
- Muco cervical não favorável:
Questões relacionadas com a quantidade e qualidade do muco cervical afectam cerca de 3% dos casais com problemas de fertilidade pelo comprometimento da mobilidade e sobrevivência dos espermatozoides e da ocorrência de fertilização. As causas são principalmente de origem hormonal.
- Causas uterinas:
São responsáveis por cerca de 10% dos casos de infertilidade feminina. Pólipos ou tumores benignos (fibroides ou miomas) no útero, comuns em mulheres na terceira década de vida, podem comprometer a fertilidade causando bloqueios nas trompas ou inviabilizando a nidação.
Da mesma forma, a existência de cicatrizes no útero ou a existência de um útero com um formato anormal (congénito) pode também inviabilizar a concepção e o total desenvolvimento da gravidez (abortos sucessivos).
- Defeito da Fase Lútea:
Produção insuficiente de Progesterona para garantir condições de nidação do óvulo fertilizado.
Para além das causas acima referidas, é importante salientar que todos os factores que comprometam a saúde no geral podem consequentemente comprometer a fertilidade, nomeadamente:
- Alimentação, tabagismo, consumo de álcool e demais drogas, exposição a químicos, toxinas, radiações, etc.
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