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Parir em Paz

Parir em Paz

O FILHO É O REFLEXO DA SOMBRA DA MÃE* | ENTREVISTA COM LAURA GUTMAN



* Entrevista a Laura Gutman, extraída do site Espaço Saúde

Durante os primeiros dois anos de vida, os bebês refletem as emoções e os sentimentos inconscientes de suas mães.

Um tempo de revelações, de experiências místicas, uma oportunidade para o auto conhecimento, para mergulhar nos aspectos ocultos da psique feminina. Um tempo em que as luzes e sombras emergem e explodem como um vulcão em erupção. É a loucura indefectível e um “não reconhecer-se” a si mesma, porque, desde o momento do parto, a alma da mulher se desdobra e se torna mamãe-bebê, bebê-mamãe ao mesmo tempo.
Isso é também a maternidade, segundo a inovadora e certamente polêmica visão da psicoterapeuta familiar argentina, especializada em crianças, Laura Gutman, autora do livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”.
Seu livro, longe de pretender ser um guia para mães desesperadas, é um convite para que as mulheres repensem as idéias preconcebidas, os preconceitos e os autoritarismos, encarnados em opiniões discutíveis sobre o parto, os cuidados com os bebês, a educação, as formas de vincular-se e a comunicação entre adultos e crianças.

Entrevista VERÓNICA PODESTÁ

Social e culturalmente, a idéia que se apresenta às mães sobre a chegada de um novo ser é de um fato ideal, feliz e luminoso. È necessária certa audácia para encarar o tema a partir de um “encontro com a própria sombra”. A que você se refere exatamente?
É claro que a sociedade ou o inconsciente coletivo tentem colocar a maternidade num leito de rosas. Quanto mais uma mamãe “compre” esta visão unilateral, mais impactante e mais brutal resultará para ela o encontro com os lugares obscuros que aparecem depois do parto e no puerpério. Eu encaro a maternidade como uma crise, como um rompimento que se produz no parto e nessa quebra se colam partes da sombra, ou seja, pedacinhos de alma ocultos ou desconhecidos até então, que se manifestam através do bebê. Ele se converte em espelho cristalino dos aspectos mais ocultos da mãe, de sua sombra. Por isso, o contato profundo com um bebê é uma grande oportunidade que se deve aproveitar ao máximo.
De que maneira a sombra da mãe se manifesta através do bebê?
Quando um bebê nasce se produz a separação física, mas este corpo recém nascido não é só matéria, mas também um corpo sutil, emocional, espiritual. Ainda que a separação física efetivamente se produza, bebê e mãe seguem fusionados no mundo emocional. O bebê se constitui no sistema de representação da alma da mãe. Tiudo o que a mãe sente, recorda, o que a preocupa, o que rechaça, o bebê o vive como sendo próprio. Porque nestes sentido e momento são dois seres em um. Então a mãe atravessa esse período desdobrada no campo emocional, já que sua alma se manifesta tanto em seu próprio corpo como no corpo do bebê. E o mais incrível é que o bebê sente como próprio tudo o que sente a sua mãe, sobretudo o que ela não pode reconhecer, o que não reside em sua consciência, o que foi relegado à sombra. Então, se um bebê adoece ou chora desmedidamente, ou se está alterado, além de fazermos perguntas no plano físico será necessário atender o corpo espiritual da mãe, reconhecendo que a enfermidade da criança manifesta uma parte da sombra da mãe.
E como a mãe pode canalizar esta manifestação do bebê para seu próprio crescimento?
Se um bebê chora demasiadamente, se não é possível acalmá-lo nem amamentando-o nem aninhando-o, enfim, depois de cobrir as necessidades básicas, a pergunta seria: Porque chora tanto a sua mamãe? Se o bebê não se conecta, parece deprimido, quais são os pensamentos que inundam a mente de sua mãe? Se um bebê rechaça o seio, quais são os motivos que pelos quais a mãe rechaça o bebê? As respostas residem no interior de cada mãe, ainda que não sejam evidentes. Para ali devemos dirigir nossa busca, na medida que a mulher tenha uma genuína intenção de encontrar-se consigo mesma.
Este estado de fusão emocional dura dois anos, tempo em que a mãe experimenta estados alterados de consciência por viver desdobrada em vários campos emocionais. Esta é a loucura do puerpério.
Por que dois anos? Comumente se fala do puerpério como um período que dura cerca de 40 dias.
Se considera puerpério aos primeiros quarenta dias depois do parto, porque se toma como parâmetro a cicatrização da episiotomia, a interdição sexual ou moral, para que o homem não queira exigir genitalidade à mulher. Eu creio que é um fenômeno emocional. Enquanto dura a fusão emocional, dura o puerpério. Por volta dos dois anos a criança começa a separar-se emocionalmente de sua mãe. Até então era bebê-mamãe, um ser totalmente fusionado, que fala de si na terceira pessoa: “Matias quer água”. Aos dois anos começa a dizer “Eu quero água”. Quando se constrói como um ser separado, começa lentamente a separar-se emocionalmente.
Como nasce sua teoria?
Sinceramente, não sei quando nem como nasceu minha “teoria”, já que não a vivo como “teoria”, mas sim como uma prática constante. Basicamente através da observação de centenas de mães se relacionando com seus bebês. Foi muito revelador para mim, quando há cerca de 20 anos li o livro “A Enfermidade como Caminho”, de Dethlefssen e Dahlke, um médico e um astrólogo alemães, ambos junguianos. Comecei a investigar as teoria de Jung em relação à manifestação da sombra, e ao sentir que as crianças pequenas estavam tão involucradas dentro do campo emocional das mães, e vive versa, me ocorreu observar se o que manifestavam – e que eram muitas vezes incompreensíveis para as mães – poderia ser a expressão de situações emocionais que elas não poderiam reconhecer como próprias. É muito frequente que as mães não falem de si mesmas nas consultas, mas sim do que está acontecendo com seus filhos. E foi cada vez mais evidente para mim, que este “jogo” era permanente. Por exemplo, quando eu coordenava grupos de crianças e algum bebê estava muito inquieto, eu tentava induzir à mãe a um olhar interno, íntimo, até que “tocava” num ponto doloroso pessoal, de sua história primária. Mesmo que considerasse que o assunto estava “superado”, quando conseguia falar sobre o tema, o bebê automaticamente parava de chorar. E o grupo era testemunho desta “magia”. Mas não era nada mágico, era a mãe que se apropriava de uma parte de sua sombra, que o bebê estava, de outro modo, obrigado a manifestá-la. Aos poucos fui aprendendo a reconhecer mais rapidamente a linguagem dos bebês e crianças pequenas “fusionadas” ao campo emocional da mãe. Na realidade, o verdadeiro trabalho de busca quem o realiza é a mãe, o meu papel é só o de apoiar a busca genuína, porque cada indivíduo sabe profundamente o que lhe passa. Os bebês são seres sutis, por isso manifestam com total espontaneidade. Neste sentido são verdadeiros espelhos da alma.
Em seu livro você faz uma distinção entre a dor como algo necessário e positivo para o crescimento, e o sofrimento, desnecessário de destrutivo. Que diferença há entre um e outro?
Quando falo da diferença entre dor e sofrimento, me refiro ao parto em si mesmo. Hoje em dia quase todas as mulheres parem anestesiadas, em partos “induzidos” pela introdução de ocitonina sintética, para regular a duração e a intensidade das contrações. Em geral a mulher não é respeitada, não lhes permitem mover-se, caminhar, comer, ir ao banheiro; ela está atada à cadeira de parto que é terrivelmente incomoda, lhe acomete câimbras nas pernas, lhes rasgam, entram muitas pessoas, médicos e paramédicos, enquanto a mulher está com os genitais expostos, há pouca afetividade e nenhuma intimidade. O marido está atuando, fazendo de conta que é um bom pai moderno. É tanto sofrimento, que as mulheres, ao invés de pedirem contenção, abraços, calor, amor, silêncio, música, água, algo doce para a boca, suavidade… pedem aos gritos por anestesia. E recebem
Se pudéssemos imaginar um parto acompanhado verdadeiramente, com liberdade de movimento, na data verdadeira (ainda que “se atrase”), em intimidade, com uma ou duas pessoas do círculo mais íntimo, a dor seria então o veículo para o recolhimento, para a introspecção, para sair do mundo das formas e entrar no mundo sem limites, sem palavras, sem luzes… é um momento de abertura de consciência. Assim a dor é suportável, é necessária, porque nos permite “sair” do mundo racional, e só fora do mundo racional se pode parir em liberdade. As mulheres que parimos verdadeiramente em liberdade, é que podemos contar o que é o paraíso.
Não há modelos nem receitas sobre como ser mãe no Século XXI. Qual você crê que seja o maior desafio para as mulheres de hoje?
É certo que na há modelos. O que podemos chamar tradicional, ou seja o que viveram nossas avós, se refere à dona de casa que criou filhos e criou o marido. Muitas delas foram escravas dos desejos dos demais. Hoje em dia, alguma mulheres estamos num pólo aparentemente longínquo, trabalhamos todo o dia, ganhamos dinheiro, as vezes somos bem sucedidas, criativas, independentes. Quando aparece o primeiro filho, na minha opinião, se temos construída toda a nossa identidade no que chamo energia Yang – aspectos concretos do trabalho, dinheiro, relações sociais, etc – isto que nos traz o bebê não tem nada a ver com o “normal”… e tendemos a fugir para os espaços conhecidos: desesperadas para voltar a trabalhar, a ser que éramos antes. Para mim isto também é falta de liberdade interior.
É necessário revisar os acordos do casal anteriores ao nascimento do filho, quando somos capazes de apoiarmos-nos um ao outro e vive versa. Maternar é fundamentalmente conectar-se profundamente com a energia Yin, que é lenta, silenciosa, de tempos prolongados, redonda, quentinha, suave, interna, obscura, pegajosa… Navegar entre as duas energias é para mim um dos principais desafios para as mulheres modernas. Nem fugir do desconhecido, nem alheiarmo-nos do mundo, infantilmente como nossas avós. E saber que há outras pessoas ao redor para ocupar certos espaços por um tempo: o homem será a sustentação para que a mulher possas maternar. E se não há um homem maduro, haverá outras redes, família, amigos, grupos de apoio. Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem buscar o próprio destino.
Publicado em UNO MISMO.

DESTAQUES

“Ainda que a separação física efetivamente se produza no parto, bebê e mãe seguem fusionados no mundo emocional. O bebê se constitui no sistema de representação da alma da mãe”.
“Se um bebê chora demasiadamente, se não é possível acalmá-lo nem amamentando-o nem aninhando-o, a pergunta seria: Porque chora tanto a sua mamãe? Se o bebê não se conecta, parece deprimido, quais são os pensamentos que inundam a mente de sua mãe? Se um bebê rechaça o seio, quais são os motivos que pelos quais a mãe rechaça o bebê?”
“Mesmo que considerasse que o assunto traumático estava “superado”, quando a mãe conseguia falar sobre o tema, o bebê automaticamente parava de chorar. Não era nada mágico, era a mãe que se apropriava de uma parte de sua sombra, que o bebê estava, de outro modo, obrigado a manifestá-la”.
“As mulheres que parimos verdadeiramente em liberdade, é que podemos contar o que é o paraíso”.
“Maternar é fundamentalmente conectar-se profundamente com a energia Yin, que é lenta, silenciosa, de tempos prolongados, redonda, quentinha, suave, interna, obscura, pegajosa… Navegar entre as duas energias, Yin e Yang, é para mim um dos principais desafios para as mulheres modernas”.
“Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem buscar o próprio destino”.

BOX 1

PARIR EM LIBERDADE
“Meu segundo parto foi em Paris, com o doutor Michel Odent. Tinha data para o dia 3 de março, mas no dia 26 começaram as contrações. Como o trabalho de parto, que durou 24 horas, se prolongava, a parteira do hospital me tomou pelo braço e me levou correndo à sala “de partos selvagens”, como a chamavam eles: colchão no chão, almofadas, paredes de madeira, posters e um …aparelho de som!
Uma mulher de cabelo grande e negro estava parada, sustentada por outra parteira, puxando. Ao ver nascer ao seu bebê, senti o cheiro do sangue fresco e me invadiu tal emoção que acelerou minhas contrações. Minutos depois terminei minha dilatação. Estava meio parada, mas a força do PUJO me fazia ficar acocorada, quase no chão. Vi aparecer meu bebê e o tomei com meus braços enquanto saía suavemente do canal de parto. O bebê nunca chorou. Só sorria. O coloquei no peito, eu chorando. Fio a força do parto de uma mulher desconhecida que me ajudou a “soltar as amarras de meu controle” e possibilitou a entrega.
Depois voltei caminhando para o quarto com meu bebê nos braços.”

BOX 2

PARA SABER MAIS
Laura Gutman é argentina, terapeuta familiar e escritora.
Tem onze livros publicado, em vários idiomas, além de incontáveis artigos sobre maternidade, paternidade, vínculos primários, desamparo emocional, adicções, violência e metodologias para acompanhar processos de busca pessoal. É colaboradora habitual de numerosas revistas na Argentina e Espanha.
Para difundir e aplicar suas idéias, Laura fundou e dirige “ Crianza”, uma instituição com base em Buenos Aires, na qual funciona uma Escola de Formação Profissional para profissionais da saúde e educação, grupos de mães, um serviço de “doulas” (assistentes a domicílio) para mulheres puérperes, seminários breves para profissionais, terapias individuais e de casal e publicações sobre maternidade.
Viste seu site: www.crianza.com.ar 
*Fonte: Blog do Cacá

Porque chora o meu bebé?


" (...)se um bebé chora muito, se não é possível acalma-lo nem amamentando-o nem ninando-o enfim, depois de atender às suas necessidades básicas, a pergunta deveria ser: por que a sua mãe chora tanto? Se um bebé tem uma erupção, a pergunta deveria ser: por que a mãe está tão permeável? Se ele não se conecta, parece deprimido, pergunte-se: quais são os pensamentos que inundam a mente da mãe? Se rejeita o seio: quais são os motivos que levam a mãe a rejeitar o bebé? , entre outras questões. As respostas residem no interior de cada mãe, mesmo que não sejam evidentes. É nesse sentido que devemos dirigir a nossa busca, na medida em que a mãe tenha a intenção genuína de encontrar a si mesma e se permita receber ajuda."

LAURA GUTMAN
A Maternidade e o encontro com a própria sombra

Sexualidade e maternidade recente


Sabemos que o corpo demora em se reacomodar depois da gravidez e o parto…mas supomos que logo mais tudo vai “ ser como antes”. A maior surpresa irrompe quando o desejo sexual não aparece como estávamos acostumadas. Sentimo-nos culpadas, principalmente quando @ obstetra dá a permissão para recomeçar as relações sexuais para alegria do parceiro que com cara de satisfação pisca o olho e fica todo animado..

Mas o corpo não responde. A libido encontra-se  nos peitos aonde acontece atividade sexual constante, dia e noite. O esgotamento é total ,  as sensações afetivas e corporais tornam-se muito sensíveis e a pele é como de um fino cristal  precisando ser tocado com extrema delicadeza. O tempo prolonga – se ; qualquer ruído é incomodo,  fusionamo-nos com as sensações do bebê , ou seja ,   a vivência de nadar num oceano imenso e desconhecido..
Tomamos a decisão intelectual de responder às demandas lógicas do homem, de satisfazê-lo  e  reencontra-lo . Mas não funciona … só se fizéssemos uma desconexão das nossas  mais intimas e verdadeiras sensações ( muitas de nós estamos bem treinadas para isso). Em geral estamos pouco conectadas com a nossa sexualidade profunda e feminina  , navegamos facilmente no desejo do outro, com o propósito de  agradar e ser querida.  Afastamo -nos da nossa essência e vamos nos acostumando a sentir segundo os parâmetros de outro corpo , outro gênero.. Ficamos desorientadas perante o desconhecimento das nossas próprias regras regidas por um feminino que passa desapercebido  na profundidade do nosso ser essencial.
É  essa essência da alma feminina que aflora com a aparição d@ filh@  e principalmente com o vinculo fusional  que é estabelecido entre o bebê e a mulher florescida .
Para que compreensão leva-nos a presença do bebê?
Acho que para um lugar-estado aonde homem e mulher se conectam com a parte feminina da nossa essência e a nossa sexualidade.. é sutil , lenta, feita de abraços e caricias . É uma sexualidade que não precisa de penetração nem performance corporal, ao contrario, prefere tato, ouvido, olfato, tempo, doces  palavras , encontro, música, risos, massagem e beijos.
Dessa forma não há risco, por que não fere a alma feminina fusionada .Não há propósitos, inclusive as vezes não há orgasmos já que o que importa mesmo é o encontro amoroso e humano . Há compreensão e acompanhamento da realidade física e emocional pela qual atravessa uma mulher com bebê no colo. Neste sentido é importante perceber que o bebê sempre está nos braços da mãe ; mesmo que fisicamente esteja dormindo  do lado ou em outra cama . Ele participa emocionalmente no encontro amoroso entre os pais ;  por isso é fundamental que seja suave, baixinho, acolhedor..
O surgimento de um filho outorga – nos a oportunidade de registrar e desenvolver pela primeira vez  as modalidades femininas que tanto homens como mulheres   conservamos como sendo parte dos nossos funcionamentos sociais , afetivos e é claro, também sexuais. Ou seja: sem objetivos, sem obrigação, sem demonstração de destrezas físicas…simplesmente podemos descobrir essas outras  “ maneiras femininas” que enriquecerão a nossa vida sexual futura, por que integramos aspectos desconhecidos de nós mesmos.
Nós Todas – mulheres – desejamos prolongados abraços, apaixonados beijos ,massagem nas costas , conversas, olhares , calor  e disponibilidade do homem . Mas o mal entendido que gera qualquer aproximação física que possa ser interpretada como um convite ao ato sexual obrigatoriamente  induz a mulher a se afastar de antemão para se proteger e também recusar qualquer gesto carinhoso, intensificando  o desapontamento do homem diante de um  aparente desamor.
Por isso é imprescindível que feminizemos a sexualidade, durante o tempo da fusão emocional entre mãe e criança; quer dizer, ao redor dos dois primeiros anos. Isto permite curtir, e ao mesmo tempo desenvolver capacidades de comunicação e afeto que em outras circunstâncias não teríamos desenvolvido. O sexo pode ser muito mais pleno, mais doce e completo se compreendemos que chegou a hora de descobrir o universo feminino,  o redondo dos corpos e a sensibilidade  pura.
Acariciemos uns aos outros até morrer!!!!!  Permitamo – nos coitos muito mais elevados que as meras penetrações vaginais denominadas de “relações sexuais completas” – Como se o prazer  estivesse limitado por  praticas esquematizadas assim…
Acho que têm uma luta cultural entre o que todos achamos que é certo e o que realmente passa-se em nós. Acontece com nós – mulheres, que não podemos mais fazer amor como antes, Os homens ficam bravos, angustiados e afastam – se  , ao invés de ambos estarem envolvidos no que acontece como uma tríade (incluindo o bebê)
Por outro lado talvez algumas mulheres começamos a reconhecer  -por primeira vez – o calor da sexualidade feminina, que além da excitação corporal inclui uma intensa consciência sensorial. As vezes desconhecemos os ritmos naturalmente femininos e esforçamo –nos  por pertencer  a uma modernidade  aonde as sensações mais intimas não têm valor , não liga –se pra elas.  A sexualidade precisa ocasionalmente de visitas de criaturas fantásticas, fadas e duendes que despertem com uma varinha mágica  os desejos ardentes da alma das mulheres para que o sexo derrame amor e fantasia.
Nessas ocasiões suspeitamos que o sexo é sagrado e sensual: acontece quando uma brisa percorre o corpo físico , produzida por um beijo, uma palavra amorosa, uma piada, um olhar cheio de desejo. Nesses precisos momentos vibramos por nos sentir amadas e rejuvenescemos em poucos segundos em  explosões de vida e paixão.
Tradução de Tai Nilo
Este texto pode ser divulgado desde que citada a fonte , autora e tradutora

O Puerpério


O Puerpério
Por Laura Gutman

(tradução livre de Flavia Penido)

Vamos considerar o puerpério como o período que transita entre o nascimento do bebe e os dois primeiros anos, ainda que emocionalmente haja um progresso evidente entre o caos dos primeiros dias –em meio a um pranto desesperado- e a capacidade de sair ao mundo com um bebe nas costas.

Para tentarmos submergirmos nas difíceis trilhas energéticas, emocionais e psicológicas do puerpério, creio necessário reconsidera a duração real deste trânsito. Refiro-me ao fato que os famosos 40 dias estipulados - já não sabemos por quem nem para que- tem a ver só com o histórico veto moral para salvar a parturiente do pedido (reclamo) sexual do varão. Mas esse tempo cronológico não significa psicologicamente um começo nem um final de nada.

Minha intenção –pela falta de um pensamento genuíno sobre o “si mesmo feminino” na situação de parto, lactação, criação e maternagem em geral- é desenvolver uma reflexão sobre o puerpério baseando-nos em situações que às vezes não são nem tanto física, nem visível, nem tão concreta, mas não por isso são menos reais. Vamos falar em definitivo do invisível, do submundo feminino, do oculto. Do que está mais além do nosso controle, mais além da razão para a mente lógica. Tentaremos nos aproximarmos da essência do lugar onde não há fronteiras, de onde começa o terreno do místico, do mistério, da inspiração e da superação do ego. Para falar do puerpério, teremos que inventar palavras, ou outorgá-las um significado transcendental.

Para nós, que já o temos transitado faz muito tempo, nos dá preguiça voltar a recordar esse lugar tão desprestigiado, com reminiscências à tristeza, sufoco e desencanto. Recordar o puerpério equivale frequentemente a reorganizar as imagens de um período confuso e sofrido, que engloba as fantasias, o parto tal como foi e não como havia querido que fosse, dores e solidões, angustias e desesperanças, o fim da inocência e o inicio de algo que dói trazer outra vez a nossa consciência.Para começar a armar o quebra-cabeça do puerpério é indispensável ter em conta que o ponto de partida é o parto, quer dizer, a primeira grande desestruturação emocional. Como descrevi no livro “maternidade e o encontro com a própria sombra ”para que se produza o parto necessitamos que o corpo físico da mãe se abra para deixar passar o corpo do bebe, permitindo uma certa “ruptura” corporal também se realiza em um plano mais sutil, que corresponde a nossa estrutura emocional. Há um algo ”que se quebra, ou que se “desestrutura” para conseguir a passagem de “ser um a ser dois”.

É uma pena que atravessamos a maioria dos partos com muito pouca consciência com respeito a este “rompimento físico e emocional”. Já que o parto é sobre tudo um corte, uma quebra, uma brecha, uma abertura forçada, igual à irrupção do vulcão (o parto) que geme desde as entranhas e que ao lançar suas partes profundas destroem necessariamente a aparente solidez, criando uma estrutura renovada.

Depois da “erupção do vulcão” nós as mulheres, encontramos com o tesouro escondido (um filho nos braços) e, além disso, com insólitas pedras que se desprendem como bolas de fogo (nossos “pedacinhos emocionais”, ou nossas partes mais desconhecidas) rodando em direção ao o infinito, ardendo em fogo e temendo destruir o que roçamos. Os “pedacinhos emocionais” vão queimando o que encontram a seu caminho. Olhamos atordoadas, sem poder crer a potência de tudo o que vibra em nosso interior. Incendiando e caindo no precipício, costumam manifestar-se no corpo do bebe (como uma planície de pasto úmido aberta e receptora). São nossas emoções ocultas que desdobram suas asas no corpo do bebe saudável e disponível.

Como um verdadeiro vulcão, nosso fogo roda por todos os vales receptores. É a sombra, expulsa do corpo.

Atravessar um parto é preparar-se para a erupção do vulcão interno, e essa experiência é tão avassaladora que requer muita preparação emocional, apoio, acompanhamento, amor, compreensão e coragem por parte da mulher e que de quem pretende assisti-la.
Todavia poucas vezes nós as mulheres encontramos o acompanhamento necessário para introduzir-nos logo nessa ferida sangrenta, aproveitando esse momento como ponto de partida para conhecer nossas renovadas estrutura emocional (geralmente bastante maltratada, por certo) e decidir o que faremos com ela.

O fato é que -com consciência ou sem ela, acordadas ou dormindo, bem acompanhadas ou sós, incineradas ou a salvo- o nascimento se produz.Lamentavelmente hoje em dia consideramos o parto e o pós-parto como uma situação puramente corporal e de domínio médico. Submetemo-nos a um tramite que com certa manipulação, anestesia para que a parturiente não seja um obstáculo, droga que permitem decidir quando e como programar a operação e uma equipe de profissionais que trabalham coordenados, possam tirar o bebe corporalmente são e felicitar-se pelo triunfo da ciência. Estas modalidades estão tão arraigadas em nossas sociedades que as mulheres nem sequer nos questionamos se fomos atrizes de nossos partos ou meras expectadoras. Se foi um ato íntimo, vivido desde a mais profunda animalidade, ou se cumprimos com o que se esperava de nós. Se foi possivel transpirar ao calor de nossas chamas ou se fomos retiradas da cena pessoal antes do tempo.

Na medida em que atravessamos situações essenciais de ruptura espiritual sem consciência, anestesiadas, dormidas, infantilizadas e assustadas...ficaremos sem ferramentas emocionais para rearmar nossos pedacinhos de chamas, permitindo que o parto seja uma verdadeira transição de alma. Frequentemente assim iniciamos o puerpério: afastadas de nós mesmas.

Anteriormente descrevíamos a metáfora do vulcão na chama, abrindo e rachando seu corpo, deixando a descoberto a lava e as pedras. Analogamente do ventre materno urge o bebe real, e também o interior desconhecido dessa mamãe, que aproveita o rompimento para correr pelas fendas que ficaram abertas. Esses aspectos ocultos encontram uma oportunidade para sair do refúgio. A sombra (quer dizer, qualquer aspecto vital que cada mulher não reconhece como próprio, a causa da dor, o desconhecimento ou o temor) utiliza a ruptura para sair de seu esconderijo e apresentar-se triunfante na superfície.

O problema para a mamãe recente é que se encontra simultaneamente com o bebe real que chora, demanda, mama, se queixa e não dorme...e ao mesmo tempo com sua própria sombra (desconhecida por definição) , inabacárvel e indefinível.
Porém concretamente com que aspectos de sua sombra se encontram? Cada ser humano tem sua personalíssima historia e obstáculos a recorrer, por tanto só um trabalho profundo de introspecção, busca pessoal, encontro com suas dores antigas e coragem poderá guiar-nos até o interior dessa mulher que sofre a traves da criança que chora.
O puerpério é uma abertura de alma. Um abismo, Uma iniciação. Se estivermos dispostas a submergirmos nas águas de nosso eu desconhecido.


 Daqui

Manobra de Kristeller

Kristeller, Técnica de Kristeller ou Manobra de Kristeller é a manobra de expressão no fundo do útero, utilizada durante as contrações do parto e que visa empurrar a criança em direção à vagina.
Junta-se as duas mãos no fundo do útero, sobre a parede abdominal, com os polegares voltados para frente, tracionando-se o fundo do útero em direção à pelve, no momento em que ocorre uma contração uterina durante o parto. Pode também ser utilizada na cesariana.


Use of uterine fundal pressure maneuver at vaginal delivery and risk of severe perineal laceration.Matsuo K, Shiki Y, Yamasaki M, Shimoya K.Arch Gynecol Obstet. 2009 Mar 5.

Ajudem a Jade a ficar com o nome que sempre teve ... Jade!

Tive o privilegio de ver a Jade crescer dentro do ventre da sua mãe... Sempre foi Jade ! 

Sempre que sonhei com a Jade o seu nome era Jade!

Quando a vi nascer o primeiro pensamento que tive foi " Jade a Brava "
A Jade sempre foi Jade! Mas não querem aceitar o nome Jade como nome próprio feminino! Como é possível a Jade ficar com outro nome que não Jade?! 

Ajudem a Jade a ficar com o nome que sempre teve ... Jade!

Assina a petição

...

"A principal função da DOULA é ser espelho daquela parte da mulher que acredita nela mesma."

(Eleonora de Moraes)

Meditação regressiva - terapia emocional materna





Alguma vez pensaste que o que tu és hoje desenvolveu-se e cresceu a partir da criança que tu foste?

Que emoções viveste no tua infância?


Foste amada ou rejeitada?


Permitiram-te brincar livremente o tudo o que fazias tinha um "senão"?

Elogiaram-te?



Aceitaram-te?



Compreenderam-te?



Amaram-te?



Ou fizeram sentir te culpada por seres o que tu és?

Uma criança criada com respeito e amor, que se sentiu acolhida e valorizada, tem uma visão - uma crença - a respeito de si mesma bem diferente daquela que foi abusada, ignorada, desrespeitada. É muito fácil imaginar o que acontece com cada uma dessas crianças. A primeira vai gostar de si mesma, vai acreditar na sua própria capacidade, vai-se relacionar amorosamente com os outros e não se deixar desrespeitar. A outra estará sempre na defensiva, esperando hostilidade dos outros, relacionando-se com eles como a pessoa desvalorizada que acredita ser, deixando-se desrespeitar.

Já reparaste que os mesmos padrões de comportamento repetem-se dentro da mesma família, passando de avós para pais, de pais para filhos...


O que queres para o/a teu/tua filha? Queres que passe pelo mesmo que tu passaste, ou preferes quebrar esse padrão, da única forma possível, começando por mudar a ti mesma?

Terapia Emocional Materna pode ajudar a quebrar padrões de comportamento e ajudar as mães que:

- querem ter uma palavra a dizer sobre os seus partos



- foram reprimidas ou abusadas na sua infância



- querem mudar radicalmente o padrão de educação dos seus filhos mas muitas vezes dizem " agora parecia mesmo a minha mãe..."



- querem mudar o padrão de relação com os seus companheiros



- querem conhecer-se melhor

3ª feira dia 14/5/2013 pelas 20h em Sintra
maximo 8 inscrições 
contribuição 5 euros
inscrições parirempaz@gmail.com



Compreender o passado é a chave para compreender o presente.


Terapia a vidas passadas é um excelente caminho para entrar em contacto com o seu verdadeiro “eu”.

COMO VAI FUNCIONAR?

Vai ser convidando em grupo a permitir que a sua mente consciente a relaxe e deixar que as memórias surjam de um nível subconsciente, sem qualquer esforço.

Numa vigem ao tempo (orientada pelo terapeuta para a infância, vida intra-uterina ou vidas passadas) para a recuperação de memórias e eventos do passado, a regressão hipnótica põe em evidência padrões, acordos, percepções, crenças e estratégias anteriores, construídas a nível inconsciente, como consequências de experiências passadas, possibilitando novas e poderosas perspectivas, o que constitui um trabalho terapêutico de transformação profunda!


Todas as nossa experiências estão registadas numa parte de nós (corpo, mente, alma) a nível inconsciente, como consequência de acontecimentos passados, frequentemente de grande intensidade/sofrimento – levando-nos a desenvolver mecanismos de adaptação, válidos pare esse momento, mas que quando transportados para a situação/vida actual se tornam manifestamente desajustados e até prejudiciais!

É o caso de algumas estratégias de sobrevivência, especialmente quando adoptadas numa fase mais jovem/imatura, ainda sem muitos recursos à disposição (que entretanto são desenvolvidos à medida que crescemos) – a regressão cria uma oportunidade de as explorar, eliminar ou modificar/ajustar!

Na mesma linha, podemos considerar determinadas promessas, contractos ou acordos assumidos (consigo próprio, com alguém ou mesmo “entidade superior”), que fizeram sentido nesse momento, frequentemente em consequência de alguma experiência de vida, tipicamente próximos da morte ou imediatamente após algum acontecimento significativo. No entanto, quando transportados para outro momento (ou vida), passam a ser prejudiciais e a causar problemas – regredir até à origem dessa promessa, acordo, contracto, oferece a oportunidade de os renovar, libertar ou de a eles renunciar!

Ou ainda “aqueles” sentimentos e crenças inexplicáveis (seja sobre alguém, lugar ou situação), “intuições”, que frequentemente são material residual de algumas experiências do passado, e que vão além da nossa compreensão ou consciência. Mas poderosos, porque não processados ou “digeridos”, esses sentimentos e crenças podem acabar por se manifestar de uma forma indesejada ou desadequada, conduzindo a medos, fobias, atracções ou mesmo fascínios – regredir à origem destes sentimentos possibilita a sua revelação e transformação: a cura profunda!

Mas além da compreensão e acesso à origem de problemas/tensões, a terapia de regressão constitui também uma óptima forma de reencontro individual com sentimentos positivos e/ou recursos e competências armazenadas, mas esquecidas, descuradas ou desvalorizadas – regressar a um momento de extrema felicidade, onde se sente totalmente livre de preocupações, regressar a um tempo de grande autoconfiança e sentimento de realização, representam exemplos poderosos para recuperar sentimentos e capacidades do passado, que podem ser de grande utilidade e benefício no momento presente!

Os perigos das ecografias...

Andava eu a passear pela Gulbenkian quando deparo com algo que desconhecia - ecografias emocionais - tradução: ecografias a 4D a pedido dos pais



Como curiosa que sou entrei e coloquei uma serie de questões. 

Por 150 euros os pais ficam com uma noção de como vai ser o bebé ainda na barriga da mãe. Esta ecografia  não tem relatório médico e pode ser feita pedido dos pais, sem razão medica!!! Mais grave é que a senhora que me atendeu garantiu-me que as ecografias não fazem mal nenhum aos bebés!!!!

Para quem achava que as células estaminais era o negocio da China... Engana-se redondamente!!!

Para que não restem duvidas: 


"...there are at least a dozen studies that show damage from ultrasound including damage to the biochemistry of the child, damage to the immune system, and delayed maturation of the central nervous system...

...now revealing an excess incidence of leukemia in the children born to mothers who were exposed to diagnostic ultrasound during pregnancy.

...ultrasound has replaced x-rays during pregnancy...

...and the doctor says 'oh you don't have to worry about ultrasound - that's what they use to detect submarines'





Dr. Robert Mendelsohn on Pregnancy and the Dangers of Ultrasound
http://youtu.be/YfaUQCp6L1s


Study Shows Potential Dangers of Ultrasound in Fetal Development
https://www.asrt.org/content/News/IndustryNewsBriefs/Sono/studyshows062408.aspx

FDA Cautions Against Ultrasound "Keepsake" Images
http://www.sdms.org/pdf/FDAKeepsake.pdf

Ultrasound Can Affect Brain Development
http://birthofanewearth.blogspot.com/2011/09/www.truthout.org/issues_06/080806HA.shtml

Ultrasound and the Alarming Increase in Autism
http://www.midwiferytoday.com/articles/ultrasoundrodgers.asp

Fetuses can hear ultrasound examinations
http://birthofanewearth.blogspot.com/2011/09/www.newscientist.com/article/dn1639-fetuses-can-hear-ultrasound-examinations-.ht%C2%ADml

Keeping Fetus Cool Through Pregnancy
http://massagetoday.com/mpacms/mt/article.php?id=13670

Prenatal exposure to ultrasound waves impacts neuronal migration in mice
http://birthofanewearth.blogspot.com/2011/09/www.pnas.org/cgi/content/abstract/103/34/12903?maxtoshow

Stephens Routine Doppler & Ultrasound in Pregnancy
http://birthofanewearth.blogspot.com/2011/09/www.cochrane.org/reviews/en/ab001450.html

Ultrasound Affects Development of Murine Brains
http://www.medpagetoday.com/OBGYN/Pregnancy/3882

Obstetric Myths Versus Research Realities:A Guide to the Medical Literature
http://www.hencigoer.com/obmyth/">http://www.hencigoer.com/obmyth/

Effects of frequent Ultrasound During pregnancy: A Randomized Controlled Trial
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8105165

Controlled study of prenatal Ultrasound exposure in Children with Delayed Speech
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1485930/

Impact of prenatal ultrasound screening on perinatal outcome
http://content.nejm.org/cgi/content/short/329/12/821

Ultrasound: Weighing the Facts - Midwifery Today
http://www.midwiferytoday.com/articles/ultrasound.asp

Ultrasound: More Harm Than Good?
http://www.midwiferytoday.com/articles/ultrasoundwagner.asp
























































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