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De uma pessoa de que gosto e admiro muito! Infelizmente utero bicórnio não é motivo para cesariana...
"Foi há quase 12 anos e parece que foi ontem! A médica marcou-me a cesariana duas semanas antes, motivo, útero bicórnio.
Fui internada no dia 1 de Junho às 19h. Depois do CTG, do banho e das burocracias fui para o quarto! A noite passou lenta… lembro-me de ouvir bebés a chorar e pensar que estava quase a chegar a hora em que ia ter o meu príncipe nos braços!
Amanheceu, depois do banho e soro no braço lá fui eu para o bloco operatório, ansiosa a grande questão era: anestesia geral ou epidural? Lá veio a minha médica, anestesia geral, não havia tempo para epidurais pois o Hospital estava lotado!
Lembro-me das luzes, dos médicos vestidos de verde, da música, do medo de adormecer e da ansiedade de o ver!
Adormeci… acordei numa sala com uma enfermeira perto de mim, lembro-me da falta de ar e de algo que tinha no rosto que me afligia. Lembro-me das dores, eram tantas e não paravam… Foi horrível o acordar. Perguntava pelo bebé e só ouvia “tá tudo bem”.
O Tiago nasceu às 11:58 do dia 2 de Junho e só o tive comigo às 19h! Foi um momento mágico! O meu marido a empurrar a caminha com um ar babadíssimo… era lindo, perfeito, o nosso bebé.
As horas seguintes não foram melhores. Dores, dores e mais dores. Miminhos da parte do pessoal do hospital não havia. Era apenas eu e o meu filho. Dúvidas que tinha, e eram muitas, eram mal esclarecidas e em tom de gozo. Valia-me a hora da visita e o apoio da minha médica que me ia ver muitas vezes…
Os dias que estive internada foram dias de choro e de muita saudade de casa. Lembro-me que quando me davam o termómetro colocava-o mal pois o medo de ter febre era tanto… e a vontade de ir para casa era tanta, sem comentários.
E foi assim, a minha primeira cesariana, que me deixou tantos medos que só 6 anos depois é que encontrei coragem para a segunda!... "
Em média, 68,3% das mães que tiveram filhos em clínicas privadas, de 2005 a 2007, foram sujeitas a esta operação, que custa cerca de 5000 euros. Uma percentagem que é o dobro do limite máximo recomendado pela União Europeia e o quádruplo do defendido pela Organização Mundial de Saúde.
Apesar de a IGAS considerar que esta taxa não deve ser avaliada negativamente quando não coloca em risco a saúde da mãe ou do filho, os dados preocupam as autoridades. O Plano Nacional de Saúde definia como meta para 2010 uma taxa de 24,8% de cesarianas, um objectivo que a alta comissária da Saúde, Maria do Céu Machado, admitiu ser irrealista.
No País, as clínicas privadas têm realizado cerca de 20 mil partos anuais. Mas são as unidades de menor dimensão que menos cumprem as recomendações internacionais sobre cesarianas, chegando a atingir taxas de 93%. Nos estabelecimentos com 700 a 1500 partos/ano, a percentagem situa-se entre 46,6% e 85,3%%. As unidades maiores, que fazem mais de 1500 partos, apresentavam valores entre 53,6% e 68,3%.
Esta avaliação integra o relatório sobre os centros de nascimento não públicos e abrangeu 25 unidades no total. Entre as irregularidades detectadas, constatou-se que apenas duas unidades tinham uma urgência aberta ao exterior, bem como o pessoal, as tecnologias e a presença física de recursos necessários para receber grávidas com qualquer grau de risco.
As falhas detectadas chegavam à ausência de identificação dos recém-nascidos com pulseiras, falta de organização de processos clínicos ou inexistência de folhas para consentimento informado das utentes para cirurgia.
Quadros de pessoal só existiam nas duas clínicas com urgência aberta. As restantes contavam com colaboradores que também trabalhavam no sector público.
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