Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Parir em Paz

Parir em Paz

Epidural: quem dispensa?

2007/03/14
revista Pais&Filhos

Poucas mulheres dizem não à epidural. Quem já experimentou, não tem dúvidas. Como que por magia, a dor desaparece.

A analgesia epidural é uma técnica anestésica que elimina as dores do parto sem afectar a mobilidade da grávida. Ou seja, não impede que ela faça força para o bebé sair.
O segredo reside em aplicar uma substância anestésica onde ela é realmente necessária: nas terminações nervosas responsáveis pela dor. Neste caso, nas raízes nervosas a nível da coluna, responsáveis pela sensibilidade no abdómen. A mensagem da dor viaja do útero em contracções até ao cérebro, através da coluna vertebral.
O objectivo da analgesia epidural é interromper essa trajectória e impedir que aquela mensagem chegue ao cérebro. A ciência e a arte do anestesista consistem em aplicar a menor dose possível de anestésico para uma eficácia máxima. Ou seja, é preciso acabar com a dor, mas manter a mobilidade da grávida. Um anestesista experiente sabe bem como conseguir este feito. É a arte de eliminar apenas a dor. O objectivo não é a ausência total de sensação, só a sensibilidade dolorosa é que deve desaparecer.
A epidural tem vindo a ganhar popularidade e hoje já são poucas as mulheres que a recusam por completo. Com a analgesia epidural, asseguram os especialistas em Anestesiologia, consegue-se um parto mais tranquilo, sem dor e com menos repercussões para o feto. A solicitação da parturiente é justificação suficiente para a intervenção do anestesista ¿ desde que haja condições ¿ e nem mesmo quando o parto está iminente o médico deve recusar fazer qualquer coisa para diminuir a dor.

Quando? A partir de uma dilatação entre 3 a 4 centímetros procede-se à administração da analgesia epidural. Esta anestesia demora cerca de 20 minutos a fazer efeito. Por isso, se a dilatação começar a avançar rapidamente, pode não haver tempo para administrá-la.

Para que se dê início à analgesia por via epidural, é obrigatória a obtenção do consentimento informado da parturiente, a discussão com o obstetra sobre o status materno e fetal e a existência de meios imediatamente disponíveis, como equipamento de ressuscitação e fármacos, para resolução de eventuais complicações que possam ocorrer. O período de cuidados pós-analgesia ou pós-anestesia deverá contar com a disponibilidade de um anestesista, para a eventualidade de necessidade de tratamento de complicações ou de ressuscitação cardiopulmonar.

A epidural é uma técnica invasiva e como tal tem riscos. Mas felizmente, são poucos os casos em que as coisas correm mal. As consequências mais frequentes da epidural estão relacionadas com imprecisões na perfuração, o que pode acontecer porque a mulher se mexe, por exemplo. Isto pode provocar fortes dores de cabeça ¿ cefaleias ¿ que, no entanto, acabam por desaparecer ao fim de alguns dias. Existem igualmente riscos de complicações neurológicas, embora estas sejam bastante raras. Os défices neurológicos permanentes ¿ o grande medo das mulheres ¿ podem acontecer uma vez em cada 20 mil epidurais, e os défices neurológicos temporários ¿ que duram no máximo seis meses ¿ podem ocorrer uma em cada 800 analgesias epidurais. Se está grávida, não deixe para o fim o esclarecimento de todas as dúvidas relacionadas com a epidural. Fale com o seu obstetra e com o anestesista que a vai acompanhar no parto. Desfaça os mitos e informe-se. A informação é, seguramente, a sua melhor arma contra o medo da dor.

Contra-indicações da epidural
- Recusa ou incapacidade colaboração da parturiente
- Coagulopatia
- Infecção local ou sistémica
- Hipertensão intracraniana
- Choque ou hipovolémia grave

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2014
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2013
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2012
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2011
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2010
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2009
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2008
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2007
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub