Ou melhor, como ser mãe/dona-de-casa/cozinheira/amante/pseudo-agricultora/motorista/palhaça/trabalhadora-independente-em-casa e mais mil coisas que agora não me lembro, e sobreviver às férias dos nossos filhos.
Preciso de ideias simples que ajudem e que possam ser partilhadas por mães a viverem a mesma situação. HELP!
1ª Ajuda no 1º Dia de férias:
Offers a revolutionary approach to childcare, based on the idea of D H Lawrence and others that the best thing we can do for children is to leave them alone. To do so we need to stop worrying and start nurturing the natural instincts towards creativity and independence in every child. This guide is suitable for those grappling with parenthood.
In "The Idle Parent" Tom Hodgkinson provides a revolutionary and wholly sensible approach to childcare, based on the idea of D.H. Lawrence and many others that the best thing we can do for children is to leave them alone. Of course, this doesn't mean that we should completely neglect them, but rather that we should provide them with the space and time to grow up self-reliant, confident, happy and free. To do so we need to stop worrying and start nurturing the natural instincts towards creativity and independence in every child. And in so doing we will find ourselves becoming happier and better parents. This is the perfect guide for anyone grappling with parenthood and wondering why the existing manuals are so dispiriting.
"... "Se eu não me criticar, se eu parar de ficar me questionado sobre o que deveria fazer, como vou melhorar, crescer como pessoa?" Para responder esta pergunta, analisaremos o que acontece com as crianças. A cada vez que se diz a uma criança: "Você não deveria (fazer ou sentir algo), é como se lhe fosse dito: "Se você for você mesma, ninguém vai gostar de você, pois você é muito má. Mas se você se esforçar e for diferente, então poderá encontrar pessoas que gostem de você".
Isto é uma violência contra a criança, talvez comparável a um assassinato. Está-se dizendo à ela para eliminar aquele "eu" (que é ela mesma) e construir um novo em cima. E ela seguirá pela vida profundamente infeliz, tentando fabricar um "eu" que agrade às pessoas, ou então assumindo uma identidade que corresponda àquele monstro que um dia disseram que ela era, tornando-se uma pessoa de difícil convivência, ou até mesmo um delinqüente.
Há muitas pessoas que optaram pelo caminho da marginalidade porque não conseguiram construir aquele "eu" que agradaria às pessoas. Talvez ninguém as odeie mais do que elas mesmas. Foi em virtude de muitos DEVERIAS, aos quais elas não conseguiram corresponder, que elas chegaram aonde estão. Elas se sentem tão em débito com esses deverias que é como se imaginassem uma dívida que jamais conseguirão saldar, pois a cada dia ela aumenta - a cada dia elas acrescentam algo que deveriam/não deveriam ter feito.
Uma outra maneira de educar as crianças é através do que chamarei de Pedagogia do Amor. E do amor incondicional. Aquele que não espera que o outro mude para começar a amá-lo. Aquele que não diz que a criança deveria ser diferente, mas que valoriza todos os seus sentimentos, comportamentos, iniciativas. Aquele amor que não tem a intenção de ter nenhum tipo de controle sobre a criança, que não quer manipular suas reações e comportamentos e moldá-los de acordo com um padrão, ou de acordo com um objetivo que não foi traçado por ela.
Aquele amor que permite que ela simplesmente SEJA ELA MESMA. Que "deixa o rio correr", sem apressá-lo. Que acompanha o fluir livre e leve da criança. Que jamais diz que ela não deveria sentir raiva de alguém, mas que procura compreender seus sentimentos e ensiná-la que quando não se luta contra os mesmos, eles passam por nós bem mais depressa. Deixar o rio correr... Sempre...
Ensiná-la a reconhecer que todo comportamento tem uma intenção positiva. Se ela aprender a reconhecer isto em si mesma, terá muito mais facilidade em reconhecê-lo nos outros. Se ela aprender a ser compreensiva e paciente consigo mesma, também o será com as demais pessoas.
Se ela está sentindo inveja de alguém, ajudá-la a reconhecer que provavelmente ela tem dentro de si uma parte (um "lado") que acredita que ela também merece ser como aquela pessoa, ou ter o que ela tem, e que não há nada de errado nisso. Se ela está com raiva de alguém que brigou com ela, talvez seja porque possui uma parte que acha que ela merecia ser tratada de uma maneira melhor. E assim por diante. Não é difícil saber a intenção positiva de nossas partes internas e aprender a valorizá-las.
Ajudá-la a confiar em seus sentimentos, sensações, intuições, em seu julgamento interno, em sua voz interior, na "voz do seu coração". Ao invés de ficar lhe dizendo o que deveria fazer, perguntar-lhe : "O que você acha disso?" "O que você sente em relação a isso?" Ajudá-la a formar seus próprios valores incentivando a reflexão, fazendo-lhe perguntas que ajudem-na a confiar em sua sabedoria interna. Esta é a maior herança que os pais podem deixar aos filhos, já que pais não são eternos.
Mas talvez você, leitor, esteja dizendo: "Ótimo, entendi o que você disse em relação às crianças. Mas o que eu faço comigo? Com os meus DEVERIAS?"
Sugiro que você imagine uma criança bem pequena, indefesa, que estivesse sofrendo em virtude dos mesmos DEVERIAS que você, que estivesse passando por dificuldades semelhantes às suas. O que você faria com esta criança? O que você diria a ela? Você diria a ela novos DEVERIAS? Você seria tão severo com ela como provavelmente é consigo? Você a ameaçaria? Você diria a ela algo como: "Se você não emagrecer, eu não levo você à praia"?
Acredito que você gostaria de conversar com ela, de tratá-la com carinho, compreensão, talvez de tomá-la nos braços, abraçá-la, confortá-la, dizendo-lhe coisas animadoras.
Geralmente, por mais severos que tenham sido nossos pais, a tendência é que sejamos mais severos conosco do que eles o foram, e um pouco mais compreensivos e benevolentes em relação aos filhos.
Por este motivo, sugiro que você faça com você o que faria com a criança que citei acima. Releia o texto e empregue as sugestões consigo mesmo. Imagine que dentro de você há uma criança e que você terá de cuidar dela pelo resto de sua vida. Você escolhe: ou você vai ser um repressor que controla, critica, diz DEVERIA a toda hora, ou você vai procurar fazê-la feliz, diverti-la, amá-la.
Só conseguimos amar, entender, aceitar as outras pessoas quando somos capazes de fazer tudo isso conosco. Quem não consegue aceitar o comportamento de alguém, quem não consegue gostar de alguém, certamente descobrirá que não consegue aceitar a si mesmo, talvez até não aceite em si aquele mesmo comportamento que não aceita no outro.
É um fato que você poderá constatar: quando paramos de lutar CONTRA nós, contra nossos sentimentos, desejos, quando passamos a ser A FAVOR de nós mesmos, o mundo responde da mesma maneira. A sua vida é o reflexo daquilo que acontece dentro de você. Se você não gosta de si mesmo, se você não se aprova, não se trata com carinho e respeito, não espere que os outros o façam. É o que se chama de AUTO-ESTIMA.
Para isso, você poderá começar a aprender a substituir o DEVERIA pelo EU PREFIRO, EU ESCOLHO, EU APRECIO, EU ME PERMITO. "
Artigo publicado no Jornal Tribuna de Indaiá por Nelly Beatriz M. P. Penteado que é Psicóloga e Master Practitioner em Programação Neurolinguística
Peggy O’Mara, uma mãe e pedagoga, no prefácio do livro Natural Child de Jan Hunt, descreve maravilhosamente um novo paradigma de sociabilização, que, na minha opinião (e não só, como veremos) promove a edificação de pessoas tolerantes, amorosas e com um grande sentido de responsabilidade para com a comunidade (a tradução é minha):“A grande antropóloga, Margaret Mead, estudou tribos em todo o mundo. Ela afirmou que as tribos mais violentas eram aquelas que recusavam tocar nas crianças. Para mim, é muito simples. A propensão para actuar agressivamente está relacionada com necessidades não atendidas. Quando nós objectificamos os nossos bebés e manipulamos as suas necessidades legítimas para virem de encontro ao nosso próprio nível de conforto ou às nossas prescrições para a vida, sem o saber poderemos estar a colocá-los em risco.Poderemos, em vez disso, escolher rendermo-nos aos mistérios das necessidades do nosso bebé e às surpresas que ele ou ela nos trás, apenas por nos rendermos e adaptarmos às surpresas trazidas pelo novo amor. Um bebé é o nosso novo amor.Poderemos escolher o amor aceitando as legítimas necessidades humanas dos nossos bebés e respondendo às mesmas com um coração aberto? Isto requer que nós confiemos nos nossos bebés e acima de tudo que confiemos em nós mesmos. Cada um de nós é original. Estamos equipados para a tarefa mesmo que ainda estejamos a aprender a usar o nosso “equipamento”. Muitas das nossas decisões como pais têm mais a ver com o nosso estado de espírito do que com as particularidades de cada situação.Quando nós escolhemos a partir do amor, actuamos de forma muito diferente do que quando actuamos a partir do medo.(...) As crianças e os adultos não são diferentes. Temos os mesmos sentimentos. Crianças que são disciplinadas com amor respondem de forma amorosa. Os pais não são perfeitos, mas nós podemos reconhecer continuamente a crucial importância da forma como nos relacionamos as nossas crianças.(...). As crianças precisam de ser envolvidas na resolução dos problemas familiares. A punição interfere nos laços entre as crianças e os pais. As crianças têm um natural amor pela aprendizagem e não precisam de ser coagidas. “Dificuldades” na aprendizagem podem muito bem ser diferenças na aprendizagem. As crianças precisam de ser reconhecidas em público. As crianças merecem ser tratadas com respeito.(...) Muitos de nós fomos criados em culturas e famílias onde o controlo é altamente valorizado. As nossas crianças são frequentemente os nossos primeiros professores nesta matéria. Ao aprendermos a confiar neles, poderemos aprender que nós somos também dignos de confiança.É a possibilidade de não haver limites, por simplesmente confiarmos nos nossos filhos, o que assusta os pais.Perguntamo-nos como é possível manter a ordem e a harmonia nos nossos lares sem o controlo, sem a punição. (...) o lar baseado na empatia, compaixão e cooperação terá uma disciplina inerente que não precisa de ser imposta pela punição. É imposta pelo amor.Como mãe de filhos adultos posso confirmar a utilidade (...) da disciplina sem punição e de outras escolhas baseadas na confiança. Todas estas escolhas estão implícitas na relação igualitária que eu espero manter com os meus filhos. Eles são meus iguais, meus professores e meus amados. Eu tento lembrar-me disso quando interajo com eles.
Fonte: Peggy O’Mara ; Mothering Magazine; in , (2010) HUNT, Jan, The Natural Child - Parenting from the Heart; Gabriola Island, Canada; NEW SOCIETY PUBLISHERS
Os castigos corporais a crianças, mesmo os praticados no seio da família, são proibidos e punidos em Portugal desde 2007! O artigo 152 do código penal português foi revisto em 2007 e estabelece que os castigos corporais, a privação da liberdade das crianças e as ofensas sexuais são punidos com penas de um a cinco anos de prisão, podendo as penas aumentar consoante a gravidade da ofensa.
?"Uma história contada pela escritora Astrid Lindgren ilustra a irracionalidade do castigo físico e como ele é visto pelos olhos de uma criança. Uma senhora contou que quando era jovem não acreditava no castigo físico como uma forma adequada de educar uma criança, apesar do pensamento comum da época incentivar o uso de um fino galho de árvore para corrigir a criança. Um dia, o seu filho de 5 anos fez alguma coisa que ela considerou muito errada e, pela primeira vez, sentiu que deveria dar-lhe um castigo físico. Ela disse para que ele fosse até o quintal da sua casa e encontrasse um galho de árvore para que a mãe pudesse aplicar-lhe a punição. O menino ficou um longo tempo fora de casa e quando voltou estava a chorar e disse para a mãe: "Mãezinha, eu não consegui encontrar um galho, mas achei uma pedra com que odes bater-me". Imediatamente a mãe entendeu como a situação é sentida do ponto de vista de uma criança: se a minha mãe quer bater-me, não faz diferença como e com o quê; ela pode até fazê-lo com uma pedra. A mãe pegou no seu filho ao colo e ambos choraram abraçados. Ela colocou aquela pedra na sua cozinha para se lembrar: nunca use violência."
Existe uma confusão entre o efeito e o que se aprende de facto com as palmadas e outras agressões físicas. O sintoma que incomoda, a birra por exemplo, desaparece, a criança sente medo e pára, mas passa a ter novos sentimentos mais difíceis a enfrentar como a mágoa pela palmada, a frustração por não ser compreendido, o ressentimento por não ser ajudado pela pessoa amada, a impotência por ser mais fraco o medo de mais castigos, etc.
Que tal substituirmos a palmada pela escuta activa da criança? Encarar a raiva dos filhos de maneira construtiva ajuda-os a aceitar todas a partes de si mesmo sem julgamentos negativos, é a base da auto-estima.
Recomendo a leitura de "A auto-estima do seu filho" deDorothy Corkille Briggs e
"Inteligência emocional: e a arte de educar nossos filhos" de J.Gottman e J. DeClaire
PENSE 20 VEZES ANTES DE BATER
1. Bater em alguém mais fraco é em si um acto de covardia.
2. A palmada tende a ir perdendo seu efeito a longo prazo e a criança aos poucos teme menos a agressão física. A tendência dos pais é, então, bater mais e mais.
3. A palmada não resolve os conflitos comuns às relações pais e filhos: muitas das crianças que apanham, mesmo sentindo-se magoadas e amedrontadas, enfrentam os pais dizendo que a "palmada não doeu", e o que era apenas uma palmadinha no rabo, acaba numa agressão física violenta.
4. A palmada, aos poucos, pode afastar severamente pais e filhos, pois a agressão física, não faz a criança pensar no que fez, desperta-lhe raiva contra aquele que a agrediu.
5. Os danos emocionais impostos pela agressão física são geralmente mais duradouros e prejudiciais que a dor física.
6. Bater pode ser uma experiência traumática para a criança não apenas pela dor física, mas principalmente porque coloca em risco a credibilidade depositada por ela nos pais.
7. A criança não se sente segura se a sua segurança depende de uma pessoa que se descontrola e para com a qual tem ressentimentos.
8. A criança que apanha tende a ver-se como alguém que não tem valor.
9. Aos poucos a criança aprende a enganar e descobre várias maneiras de esconder as suas atitudes com medo da punição.
10. A criança pode aprender a mostrar remorso para diminuir a sua punição, sem no entanto senti-lo realmente.
11. Para a criança a palmada anula a sua conduta: é como se ela tivesse pago pelo seu erro, e por isso pensa que pode vir a cometê-lo de novo.
12. A palmada não ensina à criança o que ela pode fazer, mas apenas o que não pode fazer, sem que saiba ao menos o motivo. A criança só acredita ter agido realmente mal quando alguém lhe explica o porquê e quando percebe que sua atitude afecta o outro.
13. O medo da palmada pode impedir a criança de agir mal, mas não faz com que ela tenha vontade de agir certo
14. A palmada tem um carácter apenas punitivo, e não educativo; ela pode parecer o caminho mais fácil a ser seguido, porque aparentemente tem o efeito desejado pelos pais. É comum a criança inibir o comportamento indesejado por medo, e não pela convicção de que agiu de maneira inadequada.
15. Muitas das crianças que apanham aprendem a adquirir aquilo que querem através da agressão física e, não raras vezes, apresentam na escola condutas agressivas com os colegas.
16. Uma palmada, para um adulto, pode parecer inofensiva. Porém é importante saber que cada criança atribui um significado diferente ao facto de “levar umas palmadas”, podendo tornar-se uma experiência marcante em sua vida futura. Além disso, independente da intensidade do bater, o acto continua a se o mesmo: um acto de violência contra um ser desprotegido.
17. Bater é uma forma de perpetuação da “cultura da violência” tão presente nas relações entre as pessoas nos dias actuais, ensina às crianças que os conflitos resolvem-se por meio de agressão física.
18. Bater nos filhos muitas vezes acaba por gerar nos pais fortes sentimentos de culpa, o que os leva a procurar compensar sua atitude posteriormente “afrouxando” aquilo que procuravam corrigir.
19. Bater é um atestado de fracasso que os pais passam a si próprios (Zagury, 1985) porque demonstram para a criança que perderam o controle da situação.
20. O sentido da justiça está em fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem.Quando nós adultos agimos de maneira inadequada, não esperamos punição.
Devemos ser o exemplo, sempre... uma criança agredida vai ser um futuro agressor...
Tento não gritar, não bater, pois acredito ser importante resolver os problemas pelo dialogo.
Ler sobre Attachment Parenting ajudou-me a estar mais ligada aos seus filhos e desenvolver a minha intuição, e ... a pedir ajuda quando estou cansada...
Outro livro que recomendo e o Bésame Mucho do Carlos Gonzalez
Recomendo também os encontros de educação intuitiva http://apilisboa.blogspot.com/ onde podem contar com o apoio da Natália Moderadora do Attachment Parenting International (Educação Intuitiva)
E vocês já bateram nos vossos filhos? Como se sentiram? Como resolvem as birras?
"I don't know whether the world can be saved by a book, but if it could be, this might just be the book."
John Holt
Deixo-vos as palavras de Holt que exprimem exactamente aquilo que sinto sobre a obra de Jean Liedloff, na esperança que este livro seja traduzido rapidamente para português.
Deixo-lhe aqui a nossa simples homenagem, homenagem de uma família a quem ela tocou e fez ver todo o processo, não só de maternidade, mas também da própria humanidade, de uma maneira radicalmente oposta aquela que a sociedade nos diz ser a certa. GRATA!
Learn Free é um documentário sobre o unschooling (desescolarização), uma filosofia educacional que afirma que as crianças aprendem melhor seguindo os seus próprios interesses e vivendo a vida - e não submetendo-se aos ditames do sistema educacional compulsório. Encontrei neste excelente blog