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Parir em Paz

Parir em Paz

Toca a mexer!

retirado da revista pais e filhos

Está provado que a prática de exercício torna a gravidez e o parto mais fáceis, havendo mesmo estudos que demonstram que também conduz ao nascimento de recém-nascidos mais saudáveis.
Se, para si, estar grávida é sinónimo de descanso, parecendo-lhe hercúlea a tarefa de subir um lance de escadas ou fazer uma caminhada, é melhor pensar duas vezes e meter mãos (e restante corpo) à obra. Se, por outro lado, o facto de se saber grávida lhe suscita o ímpeto de finalmente se pôr em forma, ou mesmo de ganhar o prémio da grávida modelo quando, até agora, nunca entrou num ginásio ou não o faz há mais de 2 anos, tenha calma, pois há algumas coisas que deve saber antes de decidir ir à loja de desporto mais próxima.

Porquê fazer exercício físico durante a gravidez?
Se manter-se activo é um hábito saudável para a população em geral, tal assume particular benefício para a grávida, pois são várias as vantagens que se podem enumerar, nomeadamente:

- o treino regular ajuda a elevar o metabolismo e regula mais eficazmente a temperatura corporal;
- promove a circulação e estimula a digestão, o que melhora a prisão de ventre e previne o aparecimento de hemorróidas, varizes, câimbras e edema (inchaço) dos tornozelos - já sente algum entusiasmo?
- previne, juntamente com uma dieta adequada, o aparecimento de diabetes gestatória, condição que surge durante a gravidez e que provoca bebés demasiado grandes, aumenta a probabilidade de complicações do parto vaginal e de aparecimento de diabetes tipo II no pós-parto. Se, mesmo assim, desenvolver diabetes gestatória pode, ainda, evitar a necessidade de insulinoterapia durante a gravidez;
- melhora a auto-estima, reduz os sintomas de depressão e variações de humor, além de induzir uma agradável sensação de controlo do corpo;
- melhora o desenvolvimento dos bebés, tornando-os mais inteligentes e com melhor domínio da linguagem (segundo vários estudos em crianças até aos 5 anos);
- previne ou alivia as dores lombares;
- melhora a qualidade do sono e reduz as insónias, se praticado até três horas antes de dormir;
- reduz a duração do trabalho de parto (para um terço da duração habitual, ocorrendo o parto, em 65% das parturientes, nas primeiras 4 horas), diminui as intervenções médicas e combate a exaustão durante o trabalho de parto - aposto que já está a fazer aquecimentos!;
- prepara os músculos necessários para depois do parto, fortalecendo as pernas, a região lombar e os músculos dorsais, essenciais a qualquer mãe recente - vai dar mais importância a isto quando tiver de carregar o seu recém-nascido dentro do vulgarmente conhecido «ovo de transporte» e todos os acessórios apensos, qual deles o mais necessário...
- ajuda a controlar o excesso de peso durante a gravidez, que dificulta a capacidade de perder peso mais tarde, e quadruplica a probabilidade de se tornar obesa um ano após o parto, factor que se associa a complicações para a saúde a médio e longo prazo, para já não falar naquilo que vai sentir quando se olhar ao espelho e nenhuma roupa de há dois anos antes lhe servir.

Será que todas as grávidas podem praticar exercício físico?
Se já ia sair a caminho do ginásio, convém que tenha excluído antes algumas condições que são contraindicações absolutas para o exercício aeróbico durante a gravidez:

- Algumas doenças cardíacas (geralmente conhecidas antes da gravidez);
- Alguns tipos de doença pulmonar (idem, idem, aspas, aspas);
- Problemas de magreza ou obesidade excessiva;
- História de abortos de repetição;
- Incompetência cervico-ístmica (não é um insulto, mas apenas uma condição em que o colo do útero - zona por onde o bebé sai do útero - não tem as necessárias características para impedir a saída do feto antes do termo, estando indicada a realização de uma intervenção cirúrgica em que se aperta o colo do útero, estreitando o orifício de saída - cerclàge);

- Gravidez múltipla;
- Hemorragia persistente do 2º ou 3º trimestres;
- Placenta prévia após as 26 semanas de gravidez;
- Risco de parto pré-termo ou trabalho de parto em curso;
- Realização recente de amniocentese;
- Ruptura de bolsa-de-águas;
- Pré-eclâmpsia ou hipertensão induzida pela gravidez;
- Restrição de crescimento intra-uterino.

Se já estiver a treinar regularmente, há alguns sinais que a devem levar a interromper essa prática e contactar o seu médico, como: hemorragia vaginal, dispneia (dificuldade em respirar) prévia ao exercício, tonturas, dores de cabeça, dor no peito, fraqueza muscular, dores abaixo do diafragma, contractilidade, trabalho de parto, diminuição de movimentos fetais e perda de líquido amniótico (ruptura de bolsa-de-águas).

Que tipo de exercício se deve praticar durante a gravidez?
Na ausência de contraindicações, saiba que pode praticar até cerca de 30 minutos de exercício físico por dia. Após o primeiro trimestre, deve evitar o decúbito dorsal (estar deitada de costas) e o ortostatismo (estar de pé) prolongado durante a prática de exercício.

Não deve praticar desportos com risco de queda ou de trauma abdominal, como: patinagem, hóquei, futebol, basquetebol, hipismo, esqui, ginástica e desportos de raquete vigorosos. No último trimestre, deve abster-se de correr ou saltar. Também deve evitar actividades recreativas em que haja variações de pressão importantes, como o mergulho de profundidade, ou em que haja trepidação excessiva, como a mota de água.

Aquilo que pode fazer durante a gravidez depende, também, do grau de actividade prévio à gravidez. Se praticava um desporto não contraindicado, pode continuar a praticá-lo, tendo em conta que, com a progressão da gravidez, é natural que a sua performance possa diminuir.

Se o seu «desporto» favorito antes de engravidar era o zapping de sofá ou a leitura, deve começar por mudar os hábitos diários, por exemplo, subir escadas em vez de usar o elevador, estacionar o carro mais longe, ou andar de transportes públicos. Pode então evoluir para a caminhada de 30 minutos diários, a natação, a hidroginástica ou a aeróbica para grávidas, de forma gradual e com bom-senso. Pode também praticar yoga, pilates, dança ou indoor cycling (ciclismo em bicicleta estacionária).

Onde e como praticar?
É muito importante planear, na sua agenda semanal, tempo para a prática regular, 3 a 4 vezes por semana, pois disso depende o benefício. Deve fazer um bom aquecimento antes e arrefecer gradualmente, fazendo alongamentos controlados no fim.

Não se esqueça também de ingerir água, antes, durante e depois de se exercitar. Escolha roupa adequada (não apertada, confortável, de algodão de preferência, com calçado cómodo, com boa estabilidade e um bom soutien, de preferência de desporto). Não deve aquecer demasiado, nem esforçar-se a ponto de não conseguir falar, pois pode ser prejudicial para o feto.

Exercite-se em superfícies suaves, como relva ou carpete.
Tente manter a sua frequência cardíaca abaixo de 140 bpm ou, se praticar exercício físico dentro de água, abaixo de 125 bpm.
Reduza o seu nível de exigência em dias muito quentes ou muito húmidos.

Descanse pelo menos dois dias na semana e não faça exercício físico se não se sentir bem, se estiver doente ou, pura e simplesmente, se não lhe apetecer.

E depois do parto?
Pode retomar a actividade física 4 a 6 semanas após um parto vaginal e 6 a 8 semanas após uma casariana. Deve ter particular atenção aos músculos abdominais e pélvicos, podendo optar inicialmente pela ginástica de recuperação pós-parto, que existe em muitos ginásios e onde geralmente é permitido levar o seu rebento, portanto não há desculpas!

Se ainda não se sentir motivada, é pouco provável que alguma vez na sua vida vá praticar exercício físico regular, grávida ou não, mas depois não se queixe das mazelas que o sedentarismo normalmente acarreta. Porque não aproveita a gravidez para mudar o seu estilo de vida? Dificilmente arranjará melhor motivo

Exercício durante a gravidez

O Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) do Reino Unido publicou uma declaração sobre o exercício fisico durante a gravidez.

A declaração de sete páginas, disponível em www.rcog.org.uk , foi elaborada baseando-se numa revisão de evidências publicadas.
Resumidamente pretende passar a mensagem de que, na maioria dos casos, o exercício fisico durante a gravidez é seguro para a mãe como para o feto, e as mulheres deveriam ser encorajadas a iniciar ou continuar exercício fisico com o objectivo de obter os benefícios de saúde associados.

A mensagem do conselho da RCOG inclui os seguintes 6 pontos chave

1) "Deveria-se encorajar todas as mulheres a realizar exercícios de aeróbica e de condicionamento muscular como parte de um estilo de vida saudável durante sua gravidez."

2) "Metas razoáveis do condicionamento aeróbico durante a gravidez - manter a boa forma ao longo da gravidez, sem querer alcançar piques de alta performance ou treino de alta competição."

3) "As mulheres deveriam escolher actividades preocupando-se com os riscos de perda de equilíbrio ou trauma fetal."

4) "As mulheres deveriam ser aconselhadas que os resultados adversos na gravidez ou relativos ao bebé não aumentam por causa do exercício físico."

5) "Iniciar exercícios para o assoalho pélvico no imediato pós-parto pode reduzir o risco de uma futura incontinência urinária."

6) "As mulheres deveriam ser advertidas que o exercício moderado durante a lactação não interfere na quantidade ou a composição do leite materno ou tem algum impacto sobre o crescimento fetal."

A declaração fala também sobre: mudanças adaptativas fisiológicas em mulheres grávidas que podem ter implicações na actividade física; os benefícios do exercício durante a gravidez; condições que requerem a supervisão médica ao iniciar exercícios na gravidez; sinais de alerta que limitam o exercício; conselhos de exercícios para as mulheres durante a gravidez; atletas de competição e gravidez; e exercícios para o pós-parto.

O RCOG lembra que o estilo de vida sedentario pode contribuir para uma série de problemas durante a gravidez, incluindo a perda do tonus muscular e cardiovascular, ganho excessivo de peso, um aumento do risco de diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.


Extraído e adaptado de:
http://www.orgyn.com/en/webzine/2006/Issue_04/Exercise_in_pregnanc.asp
Texto na íntegra do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists http://www.rcog.org.uk/index.asp?PageID=1366

Gravidez e Exercício Físico


Mitos
Evidências e
Recomendações





conclusão

" Assim, parece-nos fundamental o papel dos profissionais de saúde na educação, não só das grávidas mas também da população em geral, para promoção de estilos de vida saudáveis como a pratica de exercício físico regular.Na gravidez é importante informar as mulheres de forma a reforçar os aspectos benéficos do exercício físico no bem-estar da grávida e do futuro bebe, na tentativa de incentivar para o inicio e manutenção da prática de actividade física regular."

Exercícios para o Assoalho Pélvico

Para localizar esses músculos, faça o seguinte:
Tente parar o fluxo de urina quando estiver a urinar. Se conseguiu está usar os músculos certos. Não se preocupe se não consegue parar a urina no começo. À medida que vai fazendo os exercícios, eles vão ficando mais fortes.
Imagine que está a tentar evitar soltar gases. Aperte os músculos que usaria.
Deite-se e coloque um dedo dentro da vagina quando contrai a vagina ou segura a urina. Sinta a contracção do músculo para ter a certeza que está a contrair os músculos certos.
Tente não apertar outros músculos ao mesmo tempo. Muitas vezes, contraímos os músculos da perna ou da barriga, ou prendemos a respiração.

Agora que já sabe como contrair, vamos aos exercícios básicos.

Para começar, pode fazer em casa, na sua cama, etc.. Mas quando estiver mais confiante, pode fazer em qualquer posição ou lugar: enquanto espera numa fila, parada no trânsito, enquanto ouve música, durante o sexo, enfim, use sua imaginação.

Exercício número 1 - contracção e relaxamento básicos Deite-se de costas, de lado, ou de bruços, com as pernas e o peito relaxados. Imagine o “oito” do assoalho pélvico. Faça uma contracção e sinta os esfíncteres ficando mais apertados e as passagens internas (vagina, uretra, ânus) mais fechadas. Relaxe.
Concentre-se no esfíncter da frente, o que fecha a vagina e a uretra. Coloque a ponta dos dedos em cima do osso da púbis (mais ou menos onde começam os pêlos, indo da barriga para a vulva) e contraia bem forte a vagina. Dá para sentir a contracção nos seus dedos também, pois o osso move-se. Conte até cinco e relaxe. Repita 10 vezes.

À medida que vai ficando mais forte nessa área, vá aumentando as repetições. O ideal é chegar a 50 vezes, três vezes ao dia.

Exercício número 2 - O Elevador Coloque-se em uma posição confortável. Imagine que está subindo em um elevador. À medida em que você sobe os andares, tente imaginar os músculos cada vez mais contraídos, sem perder a contracção que vai-se acumulando. Quando estiver bem contraído, vá descendo os “andares” aos poucos, até relaxar completamente os músculos.


Nesses exercícios, a qualidade é tão importante quanto a quantidade. E o bom é que esses exercícios podem ser feitos durante praticamente qualquer local e ninguém precisa saber que está a trabalhar o perineo
Adaptado, texto original : http://www.xoepisio.blogger.com.br/

exercícios vs dor no parto


Exercícios vs. dor no parto (pesquisa)
Segundo artigo divulgado pela Agência FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), as mulheres que fazem exercício com regularidade estão mais preparadas para enfrentar as dores do parto. Os benefícios estendem-se também às sedentárias que praticam actividades físicas, de intensidade moderada, durante a gravidez, mais concretamente a hidroginástica.A tese é da fisioterapeuta Erica Passos Baciuk, em doutoramento apresentado no Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Na literatura médica sempre existiu a dúvida quanto às vantagens de se iniciar uma atividade física no meio da gestação”, disse a pesquisadora à Agência FAPESP. Para verificar a hipótese, Erica propôs que 78 mulheres que não praticavam exercícios há pelo menos oito meses se dividissem em dois grupos. Um deles passaria a frequentar aulas de hidroginástica três vezes por semana enquanto as mulheres do segundo grupo permaneceriam sem se exercitar. Atendidas pelo serviço pré-natal do Hospital Universitário da Unicamp, as voluntárias deveriam estar grávidas de apenas um bebé e ter gestação de baixo risco. Todas elas passaram por avaliações físicas “ na 20ª semana de gestação, na 25ª e e na 35ª “ para que fossem testadas as suas capacidades cardiovasculares e as dos seus bebés. De acordo com a pesquisadora, a prática de exercícios não interferiu no tipo de parto ou na duração dele e, sim, na capacidade de a mulher se sentir mais disposta no final da gestação, suportando melhor a dor das contracções até o nascimento do bebé. “As mulheres que fizeram hidroginástica e tiveram parto normal solicitaram menos analgésicos do que aquelas que não se exercitaram”, conta a fisioterapeuta. Ela conseguiu acompanhar o nascimento dos bebés de 70 mulheres. Entre aquelas que deram à luz de parto normal, 27% das praticantes de ginástica pediram analgésico contra 65% das sedentárias. De acordo com a pesquisadora, mesmo evoluindo para cesárea “ em casos onde houve riscos para mãe ou para o bebê “ o parto das mulheres que se exercitaram foi mais tranqüilo.O trabalho de Erica Passos Baciuk fez parte de um estudo colectivo sobre gravidez e exercícios, desenvolvido no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), da Unicamp, que engloba outras quatro pesquisas de mestrado e doutoramento. Os resultados serão apresentados durante o 26º Congresso Brasileiro de Fisioterapia, de 5 a 10 de outubro, em São Paulo. Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?data%5bid_materia_boletim%5d=4423, por Karin Fusaro, em 03/10/2005 - adaptado por Sónia Sousa http://doulasdeportugal.blogspot.com

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