As Mulheres escolhem dar à luz nos hospitais, porque acreditam que é "mais seguro" do que o parto domiciliar. Mas a verdade é que o trabalho de parto e parto, na maioria dos hospitais, cria um conjunto de respostas fisiológicas que realmente ocorrem quando nos sentimos inseguros e desprotegidos. No ambiente hospitalar típico, as mulheres são perturbados, e há falta de privacidade, o que contribui de forma poderosa para a libertação de hormonas de stress, como se as mulheres estivessem em alerta...com uma atitude de "luta" fisiológica ou fuga.
Uma mulher pode acreditar que o hospital é um ambiente seguro e protegido, mas o seu corpo reage de forma bastante diferente... Afinal ainda somos mamiferas :)
Não importa o que diz a cabeça... ou aquilo que a sociedade nos foi transmitindo sobre a segurança do parto.... o corpo recebe a mensagem clara, respondendo a um nível primal intuitivo, ou seja, passando automaticamente em modo de alerta ou fuga... libertando adrenalina, oposta á oxitocina ( produtora de contracções uterinas ) parando assim drasticamente o processo de parto e nascimento, fazendo com que as mulheres sejam "forçadas" fisiologicamente, dando-lhes drogas para acelerar o trabalho de parto, o que o torna mais difícil.
Enquanto não percebermos que uma mulher em trabalho de parto tem necessidade de não ser perturbada.... continuamos a ter o cenário de taxas de cesarianas a aumentar para quase 40%, o uso rotineiro de epidurais em trabalho de parto, e o uso de intervenção com forceps ou ventosas.
Não existem posições ideais para estar durante o trabalho de parto.
Mas mudar frequentemente de posição, pode ajudar a relaxar e controlar o desconforto das contracções.
Á medida que o trabalho de parto avança, tente varias posições, até encontrar uma que a ajude a sentir-se confortável.
Seja Criativa!
Algumas ideias que podem ajudar..
Balance
Numa cadeira, numa Bola, sentada na cama...
Se estiver numa cadeira pode pedir á sua Doula (ou ao seu acompanhante) para sentar-se no chão á sua frente, e empurrar os seus joelhos, a pressão exercida nos seus joelhos pode ajudar a aliviar o desconforto mas costas.
Dançar
E porque não? Um momento magico com o seu parceiro...
Balançar e andar podem ajudar no trabalho de parto.
Incline-se e sustente-se no seu acompanhante durante contracções, envolva os seus braços em torno do seu pescoço e dance...
É uma óptima posição para uma massagem nas costas.
Inclinar-se para a frente
Se sentir dores nas costas durante o trabalho de parto, inclinar-se para a frente pode ajudar a aliviar esse desconforto.
Use uma cadeira ou incline-se sobre uma cama. Mais uma boa posição para uma massagem nas costas.
Pé em cima da cadeira
Coloque um pé em cima de uma cadeira.
Incline-se delicadamente para a cadeira durante a contracção.
Ajoelhar-se
Mais uma boa posição para estar em trabalho de parto.
Use uma bola de nascimento ou uma pilha de almofadas.
No hospital, levante a cabeça da cama e ajoelhe-se na parte mais baixa da cama e descanse os braços e tronco na parte alta da cama.
Estar de cócoras
Agachar abre a pélvis, dando ao seu bebe mais espaço para descer no canal de parto.
Uma óptima posição para o expulsivo.
Use uma cadeira ou uma cama para a sustentação.
Pode também agachar-se com as costas contra a parede ou entre os pés da sua Doula ou do seu companheiro, que a/o sustenta sentada/o numa cadeira.
Se não poder estar de cócoras esta é uma excelente alternativa para o expulsivo.
Pode pedir ao seu acompanhante para se sentar por trás de si.
Durante cada contracção, incline-se para a frente ou puxe os joelhos.
De gatas
Outra posição alternativa para o expulsivo.
Poderá ajudar no desconforto nas costas, pois alivia o peso nas mesmas. Ajuda o bebe a girar e a posicionar-se melhor para o expulsivo.
Deitar de lado
Pode querer descansar.
Recorde que não há posições perfeitas para o trabalho de parto.
Pode necessitar experimentar varias posições para encontrar as mais eficazes.
A liberdade de movimento é importante para fazer que o nascimento do seu bebé seja mais fácil. É a melhor forma de usar a força da gravidade para ajudar o bebé a descer, a aumentar o tamanho e a forma da pélvis.
Permite-lhe responder à dor de uma forma activa, que poderá acelerar o processo do trabalho de parto. De acordo com o Grupo Cochrane para a Gravidez e Nascimento (Cochrane Pregrancy And Childbirth Group), os estudos demonstram que a habilidade de uma mulher em trabalho de parto, é mover-se livremente e, escolher a sua própria posição é provavelmente o mais benéfico. A actividade provém distracção do incómodo, um grande sentido de liberdade pessoal, e a oportunidade de libertar a tensão dos músculos que aumentam a dor. Um estudo demonstrou que quando a mulher trabalha por si só sem restrições, ela mesma encontra posições que lhe são cómodas. Mudará de posição com a maior frequência conforme se for aproximando do parto. Sem nenhuma indicação e escutando os sinais do seu próprio corpo, a mulher movimentar-se-á e adoptará por posições, tais como, parada, agachada, de cócoras, sentada, "de quatro patas", etc.
Porque é que movimentar-se ajuda? O útero responde ao movimento trabalhando com maior eficiência. As posições que uma mulher opta por comodidade, geralmente ajudam no progresso da passagem do bebé pelo canal de parto. Os estudos têm demonstrado que a mudança de posições podem ser utilizadas para ajudar o bebé a rodar e passar pela pélvis, conforme vá sendo necessário durante o trabalho de parto. Isto pode ser particularmente útil quando o bebé entrou na pélvis da mãe em posição posterior, em vez de na posição mais favorável, a anterior. Quando o trabalho de parto se torna lento, mudar de posição ajudará a encontrar novamente o ritmo. Durante o trabalho de parto a mulher pode cansar-se e necessitar de descansar numa posição mais cómoda. Todavia, de acordo com um estudo publicado em 2003 pelo Nursing Research (Investigaçaão de Enfermagem), a dor na zona lombar, na mulher em trabalho de parto,é significativamente mais forte na fase activaquando se está na posição de supina (deitada de barriga para cima). É por isso que todas as instalações para o nascimento deverão proporcionar muitas opções que permitam a mulher mover-se e mudar de posição. Uma mulher deve poder descansar numa cadeira de baloiço, numa bola, ou numa banheira com água. Ela pode necessitar de um banco ou cadeira sem braços no qual se possa sentar ao contrário, inclinando a bacia para a frente sobre uma almofada posta sobre o encosto da cadeira. A mulher pode desejar dançar, abraçando o seu parceiro, com música escolhida por si, ou utilizando um lenço que lhe ajude no movimento e posicionamento. Deve existir uma área segura para caminhar tanto dentro como fora da instalação onde irá acontecer o parto, seja num hospital, num centro de nascimentos ou na própria casa. Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine em 1998 observou os efeitos de caminhar durante o trabalho de parto. Ainda que neste estudo os trabalhos de partos das mulheres não fossem mais curtos, as mulheres que caminharam sentiram-se tão satisfeitas que disseram que nos próximos partos fariam o mesmo.
Razões para que a mulher não se movimente durante o trabalho de parto Mesmo que o hospital não tenha políticas que restrinjam a mulher em trabalho de parto a permanecer na cama, o uso rotineiro e continuo do monitor fetal, o uso de soluções intravenosas (IV), os medicamentos para induzir ou acelerar o trabalho de parto e a anestesia epídural, limitamlhe o movimento e confinam-na à cama. Assim, quando se pergunta às mulheres porque não caminharam durante o trabalho de parto, a resposta é sempre: "Porque estava ligada a algo".
Se se quer melhorar a comodidade da mulher em trabalho de parto e se quer apoiar o parto natural, as intervenções, como o monitor electrónico fetal contínuo e a solução intravenosa deverão ser utilizados só quando se verifique alguma complicação que as faça necessárias. Quando é medicamente necessário utilizar estas intervenções, a mulher deve procurar mover-se como lhe for possível. Por exemplo, a mulher pode ser auxiliada a mudar de posição apoiandose na própria cama de partos para se pôr de gatas.
Recomendações de Lamaze Internacional
A liberdade de movimentos é o principal componente para lidar com a dor. Como muitas mulheres no mundo, pode usar o movimento para que o trabalho de parto seja mais confortável e mais eficiente. Já que não existe uma posição ideal para o trabalho de parto, a liberdade de optar e responder de uma forma específica é crítica " Talvez a melhor consideração seja… como a mãe se sente com sua própria liberdade de escolher quando e como se move, quando se senta ou se levanta, balança os joelhos e mãos, ou assume outras posições. Por norma a mulher instintivamente assumirá a posição que favoreça um trabalho de parto mais rápido e efectivo.
O parto é um processo activo e se não existem restrições, o seu corpo responderá para facilitar o processo tanto para si como para o bebé.